terça-feira, 17 de maio de 2011

EUA e UE à beira da crise de dívida

EUA e UE à beira da crise da dívida. "Nebulosas" são as perspectivas de crescimento - a médio prazo - da Grécia, Irlanda e Portugal, três países integrantes da Zona do Euro que recorreram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em busca de apoio. A profunda queda em 2009 esgotou as forças fiscais dos Estados da Europa e as reservas de capital de seus bancos, as quais não retornaram, ainda, a níveis fisiológicos de endividamento.

Por sua vez, o governo norte-americano alcançou nesta segunda-feira o limite legal de endividamento, de US$ 14,3 trilhões. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse que o governo terá de suspender temporariamente investimentos em dois fundos de pensão públicos para evitar ultrapassar o teto.Mês passado, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou a perspectiva para a dívida dos EUA de "estável" para "negativa".

FMI adverte para a expansão da crise de dívida na Europa
Monitor Mercantil,16/05/2011 - Laura Britt, Sucursal da União Européia


Perspectivas de crescimento da Grécia, Irlanda e Portugal são nebulosas

Zurique - "Nebulosas" são as perspectivas de crescimento - a médio prazo - da Grécia, Irlanda e Portugal, três países integrantes da Zona do Euro que recorreram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em busca de apoio. Contudo, com as medidas já adotadas, a adequação dos três países tornou-se mais suave, destaca o organismo internacional em seu relatório semestral sobre a economia européia.

"O ritmo de crescimento da Europa - incluindo Rússia, Ucrânia e Turquia - em 2,4% foi superior ao esperado ano passado, com a perspectiva de permanecer neste percentual em 2011 e atingir 2,6% em 2012", destaca-se no relatório do FMI.

A profunda queda em 2009 esgotou as forças fiscais dos Estados da Europa e as reservas de capital de seus bancos, as quais não retornaram, ainda, a níveis fisiológicos de endividamento. O ritmo de crescimento dos Estados integrantes da Zona do Euro conformou-se em 1,7% ano passado, e espera-se que atingirá 1,6% neste ano e 1,8% em 2012.

Na categoria dos Estados "disciplinados" integram-se Alemanha e Suécia, "por terem evitado" os grandes déficits em seus balanços de contas correntes, assim como a elevada dívida pública e as bolhas nos mercados de imóveis, apresentando ano passado ritmos de crescimento de 3,5% e 5,5%, respectivamente.

Neste ano, a atividade econômica da Alemanha, avalia-se, será aquecida em 2,5%, e 2,1% em 2012, enquanto a sueca evoluirá em 3,8% e 3,5%, respectivamente. Na França, o crescimento evoluirá em ritmos de 1,6% e 1,8% neste ano e ano que vem, respectivamente.

Na categoria dos países "indisciplinados" incluem-se tanto Grécia, Irlanda e Portugal, quanto outros países economicamente "fortes". Mas "enquanto os problemas de dívida limitam-se a poucas e relativamente pequenas economias, as quais, desempenham papel insignificante sobre as exportações dos demais mercados europeus, o desempenho total das economias da Europa com prioridade o crescimento permanece forte", avalia o relatório do FMI.

Os bancos
Positivas, em grau reduzido, avaliações para crescimento projetam-se para economias que atravessaram profundas crises nos mercados de imóveis. A economia espanhola, avalia-se, evoluirá em ritmo de crescimento de 0,8% neste ano e 1,6% ano que vem, após contração de 0,1% ano passado.

Na Grã-Bretanha, a atividade econômica registrará expansão de 1,7% neste ano e 2,3% ano que vem. Já para a Europa emergente, o relatório do FMI sustenta que retira-se da profunda crise de 2008-2009, com avaliações para crescimento em 4,3% em 2011-2012, após 4,5% ano passado.

Contudo, o relatório do FMI destaca uma diversificação nos desempenhos das economias, com Polônia, Rússia, Bielorússia, Ucrânia e Moldávia evoluindo com desempenhos superiores em relação ao Sudeste Europeu.

Referência especial é registrada sobre o entrelaçamento do setor bancário com os problemas fiscais dos países-integrantes situados na periferia da Zona do Euro. O relatório do FMI atribui destacada importância ao crítico papel que desempenham os testes de estresse pelos quais o potencial de capital dos bancos é testado em uma série de cenários de agravamento do clima nas economias e nos mercados.

"A posterior reestruturação de capitais dos bancos é importante para se evitar um déficit na concessão de crédito, arriscando a recuperação da economia total. Os referidos testes de estresse proporcionam uma oportunidade para identificar os fracos bancos de uma forma transparente. Mas serão eficazes se forem apoiados por programas de saneamento e de recapitalização e reestruturação de suas atividades", destaca o relatório

EUA ficam outra vez à beira do limite
Monitor Mercantil, 16/05/2011


PRAZO PARA ELEVAR ENDIVIDAMENTO PÚBLICO ACIMA DE US$ 14 TRI EXPIROU

O governo norte-americano alcançou nesta segunda-feira o limite legal de endividamento, de US$ 14,3 trilhões. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse que o governo terá de suspender temporariamente investimentos em dois fundos de pensão públicos para evitar ultrapassar o teto.

Geithner reiterou ao Congresso o pedido para elevar o limite da dívida "o mais rapidamente possível". A renegociação do teto é comum e ocorre desde 1917, quando foi estabelecido um limite ao endividamento do país.

Para o economista Dércio Garcia Munhoz, ex-presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), a questão é política. "Barack Obama (presidente dos EUA) ganhou popularidade após a morte de Bin Laden e o Partido Republicano, da oposição, quer minar o governo. Uma das maneiras é asfixiando via Orçamento", analisa Munhoz.

Ele, porém, pondera que o Orçamento já foi aprovado, em abril. "Duas decisões legais não podem estar em conflito. Os republicanos cederam, no último momento, e aprovaram o Orçamento. Agora não poderão evitar que esse orçamento seja cumprido", avalia.

Mês passado, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou a perspectiva para a dívida dos EUA de "estável" para "negativa".

Para Munhoz, porém, a situação dos EUA não preocupa, porque, "ao contrário do Brasil, a política monetária não pressiona os gastos do governo", diz, acrescentando que, no Brasil, as contas externas fecham com capital de curto prazo, retirando autonomia do país sobre sua política monetária e fiscal. "Não é o caso dos EUA."

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