segunda-feira, 9 de maio de 2011

Alimentos, tarifas públicas e roupas pressionam inflação

Segundo últimas pesquisas serviços privatizados, combustíveis e commodities agrícolas continuam ser os principais itens que pressionam a inflação, e nada tem de demanda aquecida.


Alimentos, tarifas públicas e roupas pressionam inflação, aponta FGV
09/05/2011

Gasolina foi um dos itens que mais pressionaram o IPC-S: de 5,98% para 6,01%


O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), iniciou o mês de maio em alta de 1,05%. A taxa ficou 0,10 ponto percentual acima do resultado de abril (0,95%) e é a maior desde a primeira prévia de fevereiro deste ano, quando o índice chegou a 1,16%.

Quatro dos sete grupos pesquisados apresentaram aumentos acima dos verificados na pesquisa anterior, entre eles o de alimentação, cujo índice subiu de 1,04% para 1,26%, com destaque para as hortaliças e os legumes (de 4,20% para 5,77%). Em habitação, houve aumento de 0,63% ante 0,47%, puxado pela taxa de água e esgoto residencial (de 0,42% para 1,29%). Neste grupo, também houve pressão da conta de luz, que ficou 1,31% mais cara.

No grupo vestuário, o índice aumentou de 1,34% para 1,60%, com elevação média de 2,08% nos preços das roupas, ante 1,51%. Em educação, leitura e recreação, a taxa subiu de 0,32% para 0,35%, sob o impacto dos ingressos para teatros e outras apresentações artísticas, cujos valores ficaram em média 1,68% superiores aos registrados no encerramento de abril.

Os demais grupos tiveram elevações em índices menores do que na pesquisa passada, com destaque para transporte, considerado o vilão da pressão inflacionária, mas indicando tendência de queda no ritmo de alta. Neste grupo, o índice atingiu 1,94% ante 2,10%, com o impacto do preço do álcool, que teve reajuste de 5,63%, bem menor do que no último levantamento (10,47%). Em despesas diversas, a taxa passou de 0,81% para 0,76%, influenciada pela ração animal ( de 0,81% para 0,29%).

Os itens que mais pressionaram o IPC-S foram a gasolina (de 5,98% para 6,01%); a batata-inglesa (de 30,68% para 32,03%); leite do tipo longa vida (de 3,82% para 4,53%); manga (de 23,31% para 25,16%) e tarifa de energia elétrica (de 1% para 1,31%).

Inflação medida pelo IGP-DI diminui para 0,50% em abril

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), da FGV, diminuiu em abril deste ano ao variar 0,50%, abaixo da taxa de 0,61% do mês anterior. No ano, o índice acumula alta de 3,07% e, nos últimos 12 meses, de 10,84%.

De acordo com dados divulgados hoje, a redução observada em abril foi puxada pelos preços no atacado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi o único subíndice do IGP-DI que diminuiu no período, tendo passado de 0,60% para 0,24%.

O resultado do IPA foi influenciado pela queda nos preços dos combustíveis, cuja taxa passou de 2,43% para -0,06%; além de matérias-primas brutas, como algodão (de 3,82% para -10,35%), laranja (de 2,12% para -23,57%) e aves (de 1,20% para -4,74%).

Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e de Custo da Construção (INCC) aumentaram entre os dois meses. No caso do IPC, a taxa subiu de 0,71% para 0,95%, com acelerações em todas as sete classes de despesa componentes do índice. As principais pressões foram exercidas por gasolina (de 1,58% para 5,98%), álcool combustível (de 9,32% para 10,47%) e seguro facultativo para veículo (de 0,33% para 1,42%).

Também pesaram mais no bolso do consumidor em abril as despesas diversas (de 0,07% para 0,81%), saúde e cuidados pessoais (de 0,68% para 1,10%), vestuário (de 1,01% para 1,34%), alimentação (de 0,98% para 1,04%), habitação (de 0,41% para 0,47%) e educação, leitura e recreação (de 0,29% para 0,32%).

Já no caso do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), a taxa passou de 0,43% em março para 1,06% em abril, puxada pelo custo da mão-de-obra (de 0,37% para 1,74%). Subiram com menos intensidade os preços de materiais e equipamentos (de 0,52% para 0,46%) e dos serviços (de 0,34% para 0,29%).

O IGP-DI de abril foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 1º e 30 do mês de referência.

Projeção de analistas para inflação oficial diminui, depois de oito semanas em alta

Depois de oito semanas seguidas de projeções de inflação em alta, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano, caiu de 6,37% para 6,33%, segundo o boletim Focus, publicado hoje pelo BC.

A projeção menor dos analistas do mercado financeiro consultados pelo BC todas as semanas veio após a divulgação do IPCA de abril. Na última sexta-feira (6), o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial no período ficou em 0,77%, uma pequena redução em relação ao mês anterior (0,79%). Em 12 meses encerrados no mês passado, entretanto, a inflação ultrapassou o limite superior da meta de inflação para o ano (6,5%) ao chegar a 6,51%.

Mas a expectativa dos analistas e também do governo é que a inflação se reduza ao longo do ano e fique dentro do limite superior da meta. O centro da meta, 4,5% só deve ser alcançado em 2012, na avaliação do presidente do BC, Alexandre Tombini.

Quando o BC considera que a economia está muito aquecida e os preços seguem trajetória de alta, a taxa básica de juros, a Selic é elevada. Neste ano, o BC já aumentou a Selic, usada como instrumento para controlar a inflação, em 0,50 ponto percentual em janeiro e março, e em 0,25 ponto percentual em abril. Atualmente, a Selic está em 12% ao ano.

Apesar da redução do ritmo de alta da Selic no mês passado, o BC indicou que o processo de elevação deve ser longo.

"O Copom entende, de forma unânime, que, diante das incertezas quanto ao grau de persistência das pressões inflacionárias recentes, e da complexidade que envolve hoje o ambiente internacional, o ajuste total da taxa básica de juros deve ser, a partir desta reunião, suficientemente prolongado", diz a ata do Comitê de Política Monetária do BC, divulgada em abril.

A previsão do mercado financeiro para a taxa Selic ao final deste ano é 12,50% ao ano. Para 2012, a estimativa foi ajustada de 12% para 12,25% ao ano. No próximo ano, os analistas prevêem que o IPCA ficará em 5%.

A consulta do BC aos analistas também inclui os demais índices de inflação. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), neste ano, passou 5,71% para 5,82%. Para 2012, a estimativa permanece em 4,78%.

A projeção para o IGP-DI oscilou de 7,01% para 7%, neste ano. No caso do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a alteração foi de 6,90% para 6,92%. Para esses dois índices, a projeção é de 5%, em 2012.

Com informações da Agência Brasil

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