quarta-feira, 30 de março de 2011

Debate 'As revoluções Sacodem o Mundo Árabe'

Debate “As revoluções Sacodem o Mundo Árabe”

Evento integrante da calourada da ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre, entidade estudantil nacional filiada à CSP Conlutas) na Universidade de Brasília

Participação de:
* Fábio Bosco – PSTU
* Fábio Félix – PSOL (CST)
* representante do PCB

Dia 05 de abril, terça-feira, às 18h30 no ANF6 - Campus Darci Ribeiro - UnB - Brasília

terça-feira, 29 de março de 2011

Não era necessário fazer ajuste fiscal. Arrecadação em alta.

A alta de 13%  registrada na arrecadação tributária federal em 2 meses mostra que não era necessário cortar gastos. Mas o governo decidiu, fazer um corte adicional de R$ 577 milhões no Orçamento, que deve comprometer a arrecadação no futuro. Por sua vez, mais emprego resultou em elevação da receita previdenciária, demonstra que, quando há crescimento econômico e maior oferta de emprego, aumenta a margem de contribuição.

Em compensação, ao aumentar os juros, e consequentemente frear a economia, resulta em efeitos contrários nefastos: inadimplência em alta, índice sobe para 8,4% em fevereiro e até a CNC (Confederação Nacional do Comércio) alerta que ele vai aumentar mais. E ainda, no início do ano, somado a desaceleração da economia e a alta dos juros, o custo de vida do brasileiro aumentou devido ao avanço da inflação, o que diminuiu o poder aquisitivo do consumidor, bem como sua capacidade de quitar débitos.

O resultado demonstra que o melhor ajuste fiscal vem do crescimento econômico e da geração de empregos. A escolha do governo Dilma foi tomada, e não foi a favor dos trabalhadores. Tudo isso em nome de um perigo chamado inflação, sobre o qual há muita controvérsia. O remédio parece exagerado e não ataca quem gera o problema, os especuladores com as commodities e o dólar no mercado financeiro futuro e os oligopólios que dominam a economia e repassam suas perdas aos preços finais ao consumidor.

Crescimento gera receita recorde
Monitor Mercantil, 22/03/2011

Alta de 13% na arrecadação em 2 meses mostra não ser necessário cortar gastos

A arrecadação federal somou R$ 64 bilhões em fevereiro, quantia recorde para aquele mês. O montante representa crescimento real pelo IPCA de 9,84% em relação a fevereiro de 2010. Na comparação com a janeiro deste ano, houve queda de 30,13%.

No acumulado do primeiro bimestre, a arrecadação totalizou R$ 155,939 bilhões, corrigidos pelo IPCA. A quantia supera em 13,01% o primeiro bimestre de 2010.

"O resultado demonstra que o melhor ajuste fiscal vem do crescimento econômico e da geração de empregos. Mas o governo decidiu, na última segunda-feira, fazer um corte adicional de R$ 577 milhões no Orçamento. Isso deve comprometer a arrecadação no futuro", critica a economista Eliana Graça, assessora de política fiscal e orçamentária do Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc).

"Tudo isso em nome de um perigo chamado inflação, sobre o qual há muita controvérsia. O remédio parece exagerado", prossegue Eliana, lembrando que "os juros altíssimos que continuam sendo praticados no país não nos livram dos problemas que temos com as contas externas".

Ela espera que os ministros a quem caberá decidir onde os cortes serão feitos adotem medidas para dar mais transparência ao gasto que será subtraído: "O problema do decreto de contingenciamento é que não especifica onde haverá cortes. Acompanhar a decisão de cada ministro é uma grande batalha para a sociedade civil", destaca.

As receitas administradas pela Secretaria da Receita Federal somaram R$ 62,810 bilhões em fevereiro, registrando crescimento de 10,55% ante o mesmo mês de 2010.

No acumulado do primeiro bimestre deste ano, as receitas administradas somaram R$ 149,995 bilhões, alta de 14,03% em relação ao primeiro bimestre do ano passado.


Emprego "puxa" a Previdência
Monitor Mercantil, 22/03/2011


RECEITA PREVIDENCIÁRIA CRESCE 11% NO PRIMEIRO BIMESTRE PARA R$ 40,2 BILHÕES

O aumento da geração de empregos de carteira assinada continua a produzir efeitos positivos sobre as contas da Previdência Social, confirmando ser o crescimento econômico o caminho mais efetivo para a sustentabilidade da Previdência.

No primeiro bimestre do ano, as receitas previdenciárias totalizaram R$ 40,209 bilhões, segundo a Secretaria de Receita Federal. A arrecadação da Previdência cresceu 11,08% sobre o mesmo período de 2010, representando 22,35% do total da arrecadação de tributos federais.

"O resultado da Previdência demonstra que, quando há crescimento econômico e maior oferta de emprego, aumenta a margem de arrecadação", disse a assessora de política fiscal e orçamentária do Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Eliana Graça, ao criticar os cortes orçamentários decididos pelo governo no início do ano.

Em apenas dois meses, a arrecadação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) totalizou R$ 33,339 bilhões, alta de 20,55% sobre o mesmo período de 2010.

O recolhimento do IRPJ e da CSLL significa 31,66% na arrecadação total. O governo obteve R$ 32,084 bilhões com PIS e Cofins. Esses impostos tiveram crescimento de 10,63% sobre o primeiro bimestre de 2010.

O IPI somou R$ 5,449 bilhões, mais 28,22%, enquanto a arrecadação com IOF foi de R$ 4,587 bilhões, crescimento de 11,78%, na comparação com o acumulado de janeiro e fevereiro de 2010.

A arrecadação do Imposto de Renda da Pessoa Física somou R$ 1,789 bilhão, tendo a maior alta entre todos os tributos, de 31,28% em relação ao primeiro bimestre de 2010. Segundo a Receita, o resultado do primeiro bimestre deveu-se, principalmente, à expansão da produção industrial, da venda de bens e da massa salarial.


CRESCE TOTAL DE FAMÍLIAS SEM CONDIÇÕES DE PAGAR DÍVIDAS
Monitor Mercantil, 22/03/2011

A parcela das famílias brasileiras endividadas sem condições de pagar seus débitos aumentou de 7,7% para 8,4%, entre fevereiro e março. O dado consta da pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor de março, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que ouviu 17.800 consumidores no país.

A economista Marianne Hanson, da CNC, alertou que a inadimplência das famílias pode crescer ainda mais nos próximos meses.

"Esse é um indicador antecedente. Se essa parcela está subindo, pode ser que tenhamos um aumento no nível de inadimplência nos próximos meses", afirmou a economista.

Na avaliação da especialista, o anúncio das medidas de contenção ao crédito anunciadas pelo governo no final do ano passado explicam a dificuldade maior do brasileiro em pagar suas dívidas em março.

Ela afirmou que as decisões do governo ajudaram, não somente a restringir a oferta de crédito, como também a diminuir os prazos de financiamentos.

"Com isso, também houve uma piora, para o consumidor, nas modalidades de renegociação de dívidas a prazo", salientou.

Para Marianne, o cenário de inadimplência no país só não conta com pioras mais significativas no momento devido à continuidade no cenário positivo no mercado de trabalho, que continua com boa oferta de abertura de vagas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

Marianne lembrou que, no início do ano, o custo de vida do brasileiro aumentou devido ao avanço da inflação, o que diminuiu o poder aquisitivo do consumidor, bem como sua capacidade de quitar débitos.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Ato público em defesa das liberdades democráticas e dos "13 do Rio"

Os movimentos sociais e organizações de direitos humanos do Rio de Janeiro organizaram para próxima quinta-feira ato público contra as prisões políticas dos 13 manifestantes anti-Obama.

Ato público em defesa das liberdades democráticas e dos "13 do Rio"

quinta-feira, 31 de março às 19h00
Local: FND-UFRJ | Praça da República (Campo de Santana), Centro, Rio, RJ.


domingo, 27 de março de 2011

Estudo mostra industrias à beira da morte

Estudo mostra industrias à beira da morte
http://colunistas.ig.com.br/consumoepropaganda/2011/03/25/estudo-aponta-as-industrias-a-beira-da-morte/

Um estudo do instituto norte-americano IBISWorld apontou as áreas de negócios que caminham para a extinção nos Estados Unidos. Foram analisadas cerca de 700 indústrias – sendo que 200 já estão em fase de declínio. As que entraram para a lista dos dias contados apresentaram declínio nos últimos 10 anos, com deterioração gradual de players e faturamento, além de prognóstico negativo para os próximos cinco anos.

Tendem a morrer, definitivamente, as seguintes indústrias: Lojas de Discos (apesar do revival do vinil), Revelação de Fotografia, Pós-produção/finalização em vídeo, Telecomunicações a cabo, Confecções de Roupas, Tecelagens, Editoras de Jornais, Aluguel de DVDs e Games, Aluguel de roupas de festa, Vendas de Casas pré-fabricadas. Algumas se aplicam apenas ao mercado norte-americano, mas o fato é que boa parte delas estão em declínio também no restante do planeta, como é o caso de aluguel de DVDs, lojas de discos, editoras de jornais e revelação de fotografias.

Em boa parte dos casos, venceu a tecnologia. No caso das confecções/tecelagens, a indústria doméstica vem sofrendo ao longo dos anos com a produção em outros mercados – mais barata e viável. A importação de roupas a bons preços também afetou profundamente a indústria de aluguel de roupas. Comprar hoje sai mais barato do que alugar. Também não se reinventou a indústria das casas pré-fabricadas, que segue estagnada, sem novidades, e também sem crescimento. A comunicação via cabo viu sua rentabilidade declinar de US$ 341,8 bilhões no final de 2000 para US$ 154 bilhões. A queda livre deve continuar, chegando a reduzir este mercado em mais 40% nos próximos seis anos, na medida em que os consumidores optam por tecnologias como VoIP e conexão sem fio. No caso das locadoras, o mercado caiu 35,7% e foi dominado pela internet, por provedores digitais e varejistas diversos.

Segundo o estudo, nem todos os players das indústrias em declínio morrerão. Alguns que investem em nichos e exploram bem suas forças e diferenciais em relação aos seus concorrentes poderão sobreviver e até mesmo crescer. Quem viver, verá.

As livrarias não estão – ainda – entre as indústrias à beira da morte, embora alguns players estejam em crise, como a rede norte-americana Borders. Será que elas entrarão no próximo report da IBIS?

sábado, 26 de março de 2011

Vídeos das manifestações contra a presença de Obama no Brasil

Ato contra a presença de Obama no Brasil

13 manifestantes presos

Democracia onde que está? Libertem nossos presos já!



http://www.youtube.com/watch?v=oB8JUMWmvNs&feature=player_embedded 

Ato pela liberdade imediata dos presos políticos!



http://www.youtube.com/watch?v=4V4-ra-E4E8&feature=player_embedded 

Depoimento dos parentes dos presos políticos de Dilma e Cabral.



http://www.youtube.com/watch?v=bKrpZpn4a9s&feature=player_embedded 

Obama, Dilma e Cabral, prenderam inocentes para vender o nosso pré-sal!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Desindustrialização relativa do Brasil, uma quarta etapa da industrialização nacional

por Almir Cezar Filho

A indústria brasileira como um todo está perdendo espaço na economia brasileira e demonstra em parte o processo de desindustrialização relativa do Brasil. Revela na verdade que na década esteve em curso uma quarta etapa da industrialização nacional assumindo portanto uma nova face na economia brasileira a dependência econômica ao grande capital monopolista internacional.

Dados do IBGE sobre a economia entre 2003 e 2010, um fase de forte expansão da economia brasileira e da indústria, observou que enquanto nesse período o consumo no país cresceu 69%, a produção industrial avançou apenas 31%.

Desindustrialização não é o inverso de industrialização, isto é, a atividade industrial vai diminuir até desaparecer. Mas sim, que o peso/espaço da produção industrial no conjunto da economia diminuí ou que perde participação para os produtos industriais vindos de fora.

Para comprovar que não há um desindustrialização absoluta, e sim, apenas uma relativa, os dados da PIA divulgados em 2009 pelo IBGE - obviamente os dados captam a realidade pré-crise, mas essa nova situação não pode ter revestido tal cenário. Há uma transformação em curso na economia brasileira com uma respectiva recomposição na classe operária, com previsíveis e interessantes impactos na luta de classe futuros.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Polêmica: 'Não dá para ser antiimperialista apoiando Kadafi'

Não dá para ser antiimperialista apoiando Kadafi
Parte da esquerda falsifica a realidade para apoiar o massacre do ditador líbio contra o povo

DIEGO CRUZ - da redação, Opinião Socialista e PSTU Online

• A onda de revoltas árabes que irrompeu na Tunísia e se espalhou pelo Norte da África, confrontando ditaduras de décadas, atraiu a atenção de toda a esquerda mundial. Seu ponto alto, o Egito, foi tema de controvérsias e debates, mas ninguém poderia negar a solidariedade à luta dos jovens e trabalhadores contra o regime de Mubarak.

Quando o levante chegou à vizinha Líbia, no entanto, essa história mudou. Para uma parte da esquerda e o chavismo, já não se tratava mais da luta de um povo contra uma ditadura opressiva, mas uma articulação das potências para derrubar um governo antiimperialista. A brutal contra-ofensiva de Kadafi contra os rebeldes e as ameaças de intervenção estrangeira parecem ter dado novo impulso a essa visão.

Na prática, esse setor se presta ao vergonhoso papel de atacar a mobilização popular na Líbia, apoiando e se solidarizando à ditadura Kadafi. No Brasil essas posições se expressam de forma mais clara através dos stalinistas PCB e PCdoB. O que dizem esses partidos sobre o que ocorre hoje na Líbia?

Interpretações
Editorial do portal Vermelho, órgão do PCdoB, de 12 de março, “O medo do espectro do anti-imperialismo”, relembra o passado nacionalista de Muammar Kadafi. “O coronel Muamar Kadafi, que governa a Líbia desde a deposição da monarquia, em 1969, lidera um regime que expulsou empresas estrangeiras (principalmente britânicas e norte-americanas), nacionalizou a economia e colocou o país numa rota de crescimento e bem-estar, por um lado, e de enfrentamento do imperialismo, por outro”, diz um trecho do texto.

Até aí é um fato. Em seguida, porém, o editorial afirma que “mesmo tendo chegado a acordos com os governos dos EUA e da Europa, há uma década, Kadafi nunca chegou a ser confiável para as grandes empresas multinacionais e para os mandatários do imperialismo”. O acordo da Líbia com o imperialismo a partir de 2002 é outro fato. Resta saber a razão de o ditador não ser “confiável” às grandes potências.

As multinacionais petroleiras certamente não compartilham dessa opinião. Nos últimos 10 anos Kadafi já deu demonstrações de ser plenamente confiável ao imperialismo, a ponto de os EUA e a Europa despejarem bilhões de dólares em investimentos na prospecção de gás e petróleo no país. Confiável a ponto de só a Itália comprar quase 1/3 da produção petrolífera da Líbia.

A partir de seu movimento de aproximação com o Ocidente, o ditador líbio escancarou seu país ao capital estrangeiro. Dos “Acordos do Deserto” assinado com o primeiro-ministro Tony Blair em 2004, aos negócios com o dirigente italiano Silvio Berlusconi, Kadafi tornou-se nos últimos anos o queridinho do imperialismo europeu na região. Destinava ao continente 80% do petróleo exportado. Só a petrolífera italiana Eni operava 13 campos de gás e petróleo na Líbia, tendo uma produção de mais de 300 mil barris diários.

Em contrapartida, Kadafi investia seus petrodólares no país. Chegou a ter 10% da Fiat e, em plena crise econômica, socorreu o maior banco italiano, o UniCredit, tornando-se o maior acionista da instituição, com mais de 7% de suas ações.

A nota política da direção do PCB vai mais longe e chega a justificar a guinada à direita do regime líbio após sua fase nacionalista. “Fatores como a queda da URSS enfraqueceriam, logo a seguir, a economia e a autonomia política da Líbia e, após a invasão do Iraque pelos EUA e seus aliados, em 2003, tentando, ao que tudo indica, evitar outra agressão à Líbia, Khadafi começou a fazer concessões políticas e econômicas ao imperialismo, abrindo a economia a bancos e empresas – com destaque para o setor petrolífero e as corporações italianas e inglesas”. Ou seja, para o PCB o ditador líbio abriu o país às multinacionais com medo de ser invadido pelos EUA.

Apesar de criticar a repressão contra o povo líbio, o PCB, assim como o PCdoB, acusa os manifestantes de serem financiados pela CIA. O editorial do Vermelho afirma que o levante é um complô orquestrado entre setores pró-imperialistas e outros saudosos da antiga monarquia, apresentando como “prova” disso as bandeiras erguidas pelos manifestantes, dos tempos do rei Idris, deposto por Kadafi. Outra evidência seria a luta armada, em contraste com as “legítimas” mobilizações de massas na Tunísia e no Egito, por exemplo.

Argumentos falaciosos
Os argumentos desfilados pelos stalinistas para justificarem seu apoio ao ditador Kadafi são tão frágeis quanto falaciosos. Vale lembrar que quem determinou a forma de guerra civil para a luta no país não foram os manifestantes, mas a própria ditadura. Kadafi não hesitou em reprimir violentamente as mobilizações e mandar bombardear a oposição. Se ainda existe luta hoje no país é porque a oposição pegou em armas para responder ao regime e pela deserção de grande parte do Exército líbio. Caso contrário, os rebeldes já teriam sido exterminados.

A bandeira hasteada pelos opositores tampouco reivindica a volta da monarquia. A bandeira com as faixas vermelha, negra e verde, com a meia lua e a estrela, é o símbolo da independência do país, conquistada em 1951. Ela foi substituída por Kadafi em 1977 pela bandeira totalmente verde, a cor do Islã. Os manifestantes também usam a antiga bandeira apenas com as faixas, sem a meia lua e a estrela, que representariam o clã do rei Idris.

Já a suposta manipulação dos manifestantes pelo imperialismo foi usada pelo ditador tunisiano Ben Ali e seu colega egípcio Hosni Mubarak. Quando se vêem acuados, os ditadores tratam de recorrer ao sentimento antiimperialista das massas árabes, acusando seus opositores de estarem aliados às potências ocidentais. De tão hipócrita, o discurso foi completamente desmoralizado, já que esses mesmos ditadores, de Ben Ali a Kadafi, estiveram ao lado do imperialismo até o fim.

Recentemente, o filho do ditador, Saif al Islam, chegou a declarar à imprensa internacional que a Líbia financiou a última campanha presidencial do atual mandatário francês, Nicolas Sarkozy. “Fomos nós que financiamos sua campanha. Temos todos os detalhes e estamos prontos para revelá-los”, disse à rede de TV Euronews. Ou seja, as ligações entre o regime da Líbia e o imperialismo europeu extrapolavam os investimentos e acordos para a exploração do país.

Por outro lado, no início da guerra civil, manifestações no centro da oposição, Bengasi, rechaçaram qualquer tipo de intervenção estrangeira. No que se transformou uma gafe internacional, soldados de elite britânicos, que estavam clandestinos na Líbia, foram detidos pelos rebeldes e expulsos do país. Só quando a oposição começou a ser esmagada pelas milícias de Kadafi é que um setor da oposição reivindicou a imposição de uma zona de exclusão aérea.

Os combatentes rebeldes, por outro lado, estão longe de serem os mercenários armados e financiados pelo imperialismo que afirmam a esquerda pró-Kadafi. São antes jovens e trabalhadores que, de forma heróica, se armam improvisadamente com facas e, se muito, com velhos fuzis kalashnikov, contra pesada e moderna artilharia do ditador.

O discurso do tirano nos auges dos protestos contra seu governo tentava justamente convencer os EUA da conveniência de se manter no poder. Kadafi tentou se mostrar como um porto seguro contra o avanço da Al Qaeda e até contra a imigração africana para a Europa.

Imperialismo e a esquerda
Se a oposição ao ditador líbio não é pró-imperialista como acusa parte da esquerda, o que motivaria as ameaças de intervenção militar no país? Para os EUA e a Europa, parece inaceitável uma situação de instabilidade em uma região tão rica em petróleo. Mais inaceitável ainda a ascensão de um governo contrário à orientação pró-imperialista que a atual ditadura protagonizou nos últimos 10 anos.

Isso significa que os EUA e as potências europeias vão fazer o que o governo Obama fez no Egito, ou seja, tentar articular uma transição a um governo confiável aos seus interesses. As últimas movimentações mostram que, para isso, todas as cartas estão colocadas sobre a mesa, inclusive a intervenção militar.

A esquerda de conjunto tem como obrigação se opor com todas as forças a qualquer intervenção imperialista na Líbia. Mas isso não é possível apoiando um ditador sanguinário, sustentado até o último momento pelos mesmos países que agora ameaçam intervir, como faz parte da esquerda utilizando como pretexto falsificações típicas do stalinismo. Setores que, na prática, apóiam o brutal massacre de Kadafi, que no mundo árabe só tem paralelo à política genocida de Israel contra os palestinos.

Nos próximos dias o representante máximo do imperialismo, Barack Obama, estará no Brasil. O PSTU vai aproveitar a ocasião para exigir que o imperialismo tire as mãos da Líbia, ao mesmo tempo em que prestará total solidariedade ao povo árabe que se levanta contra a ditadura Kadafi. Trabalhadores e jovens que enfrentam de peito aberto o ditador que tem a seu lado as milícias paramilitares, os mercenários estrangeiros e, lamentavelmente, até mesmo parte da esquerda.

quarta-feira, 23 de março de 2011

'A Líbia e a esquerda', por Immanuel Wallerstein

A Líbia e a esquerda*


Por Immanuel Wallerstein

Exite tanta hipocrisia e tanta análise confusa sobre o que está acontecendo na Líbia que é difícil saber por onde começar. O aspecto mais negligenciado da situação é a grande divisão da esquerda mundial. Muitos Estados governados pela esquerda na América Latina, principalmente a Venezuela, apoiam decididamente o Coronel Gaddafi. Mas movimentos e personalidades da esquerda no Oriente Médio, Ásia, África, Europa e América do Norte, definitivamente não concordam.
A análise de Hugo Chávez parece focada principalmente – ou apenas – no fato de que os Estados Unidos e a Europa Ocidental têm ameaçado e condenado o regime de Gaddafi. Gaddafi, Chávez, e alguns outros insistem em que o mundo ocidental quer invadir a Líbia e “roubar” seu petróleo. Toda esta análise esquece completamente os fatos, e repercute mal no julgamento de Chávez e em sua reputação junto ao resto da esquerda mundial.
Primeiro, desde a última década e até há algumas semanas, Gaddafi tinha ótima imagem na mídia ocidental. Ele tentava provar, a cada dia, que não apoiava o “terrorismo” e que queria estar completamente integrado ao mainstream geopolítico e econômico. A Líbia e o mundo ocidental estavam firmando um acordo lucrativo após o outro. É difícil para mim ver Gaddafi como um herói do movimento anti-imperialista mundial, pelo menos na última década.
O segundo ponto esquecido pela análise de Hugo Chávez é que não haverá um envolvimento militar significativo do Ocidente na Líbia. As declarações oficiais são blablablá para impressionar a opinião pública doméstica. Não haverá uma resolução do Conselho de Segurança1, pois a Rússia e a China não irão concordar. Não haverá uma decisão do NATO, porque a Alemanha e alguns outros países não aceitarão. Até mesmo a posição anti-Gaddafi de Sarkozy encontra resistência na França.
E, além disso tudo, a oposição nos Estados Unidos à ação militar vem tanto do público quanto, mais importante, dos militares. O secretário da Defesa, Robert Gates, e o presidente do Estado-Maior Conjunto, almirante Mullen, são publicamente contrários à instituição de uma zona anti-aérea. De fato, Gates foi além. Em 25 de fevereiro, ele dirigiu-se a cadetes à Academia Militar de West Point, dizendo-lhes: “na minha opinião, seria preciso examinar a sanidade de qualquer futuro secretário de Defesa que aconselhe o presidente a enviar de novo uma grande parte do exército americano para a Ásia, o Oriente Médio ou a África.”
Para ressaltar essa visão dos militares, o general aposentado Wesley Clark, antigo comandante das forças da NATO, escreveu um artigo para o Washington Post em 11 de março, com a manchete, “Líbia não cumpre os requisitos para ação militar dos EUA.”. Então, apesar do apelo dos falcões para um envolvimento norte-americano, o presidente Obama irá resistir.
O problema, portanto, não gira em torno uma eventual intervenção militar do Ocidente. São, sim, os esforços de Gaddafi para suprimir toda a oposição, na forma mais brutal de repressão usada contra a segunda revolta árabe. A Líbia está agitada com o êxito das insurreições na Tunísia e Egito. E se houver qualquer conspiração, é entre Gaddafi e o Ocidente – para diminuir, ou quase anular, o vendaval popular. À medida em que Gaddafi obtém sucesso, ele sugere a todos os outros déspotas ameaçados da região que a repressão violenta é um caminho melhor que as concessões.
É isso que a esquerda do resto do mundo vê, ao contrário de alguns governos da América Latina. Como aponta Samir Amin em sua análise da revolta egípcia, existiam quatro grupos distintos entre os manifestantes – os jovens, a esquerda radical, os democratas da classe média e os muçulmanos. A esquerda radical é composta por partidos de esquerda reprimidos e movimentos sindicais revitalizados. Não há dúvida de que a esquerda radical líbia é muito menor; e que o exército nacional é muito mais fraco (devido à política cautelosa de Gaddafi). Lá, o resultado do processo é, portanto, muito incerto.
Os líderes da Liga Árabe podem condenar Gaddafi publicamente. Mas muitos, e até mesmo a maior parte, deve aplaudi-lo em privado – e copiá-lo. Esta constatação pode ser útil para esclarecer a esquerda mundial.
Helena Sheeham, uma ativista irlandesa marxista, muito conhecida na África por seu trabalho solidário com muitos movimentos radicais, foi convidada pelo regime de Gaddafi para palestrar na universidade líbia. Ela chegou assim que o tumulto eclodiu. As conferências na universidade foram canceladas. Ela foi simplesmente deixada por seus anfitriões, e teve que descobrir sozinha como sair do país. Escreveu um diário no qual, em seu último dia no país, 8 de março, ela registra: “qualquer ambivalência sobre aquele regime se acabou. É brutal, corrupto, enganoso, ilusório”.
Também podemos observar a declaração da maior federação sindical da África do Sul e voz da esquerda, a Cosatu. Após louvar as realizações sociais do regime líbio, a Cosatu afirma: ”não aceitamos de modo algum, porém, que essas realizações sirvam como pretexto para a selvageria contra aqueles que protestam contra a ditadura opressiva do coronel Gaddafi e reafirmamos nosso apoio à democracia e aos direitos humanos na Líbia e em todo o continente.”
Vamos manter o foco. Hoje, a luta fundamental, no mundo inteiro é a segunda revolta árabe. Já será difícil o bastante obter um resultado radical nessa luta. Gaddafi é um grande obstáculo para a esquerda árabe, e também do resto do mundo. Talvez devêssemos nos lembrar da máxima de Simone de Beauvoir: “querer libertar-se significa querer também a liberdade dos outros”.
 –
* Tradução: Daniela Frabasile 
O texto de Wallerstein foi publicado em 15 de março, quando a posição dos Estados Unidos, então contrária a uma intervenção na Líbia, prevalecia, como é de praxe, no Conselho de Segurança da ONU. Naquele momento, contudo, já estava em curso uma mudança, liderada pela secretária de Estado Hillary Clinton e parcialmente descrita em reportagem do New York Times.

terça-feira, 22 de março de 2011

Mais corte, mais corte. Planejamento anuncia corte adicional no Orçamento

Planejamento anuncia corte adicional de R$ 557 milhões no Orçamento
21/03/2011 - Daniel Lima - Agência Brasil

Brasília – O governo ampliou o corte no Orçamento de 2011 em R$ 577 milhões, elevando o ajuste para R$ 50,7 bilhões ante R$ 50,1 bilhões estimados anteriormente para este ano. As mudanças estão no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas encaminhado ao Congresso Nacional pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Segundo nota divulgada pelo ministério, o novo ajuste é resultado de alterações em parâmetros macroeconômicos, do comportamento da arrecadação no mês de fevereiro e da previsão de reajuste da tabela do Imposto de Renda em 4,5%.

O Ministério do Planejamento informou ainda que a receita total foi reduzida em R$ 1,2 bilhão em decorrência da diminuição da previsão de arrecadação nos recursos administrados pela Receita Federal em R$ 511,7 milhões, da diminuição da projeção de pagamento de dividendos pelas empresas estatais em R$ 577,1 milhões e da redução de R$ 116,4 milhões na expectativa de arrecadação de outras receitas.

De acordo com o Planejamento, um dos motivos da mudança, no caso da arrecadação, foi a diminuição na estimativa de arrecadação dos recursos administrados pela Receita, devido ao reajuste da tabela do Imposto de Renda, cujo impacto é de R$1,6 bilhão, em parte compensado pelo aumento nas projeções do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), crescimento da massa salarial nominal e aumento do preço do barril do petróleo.

As transferências a estados e municípios foram reduzidas em R$ 678,2 milhões, em decorrência da alteração no valor das receitas administradas. Do lado das despesas, houve ainda incorporação de créditos especiais reabertos pelos demais poderes, no valor de R$ 50 milhões, acrescentou o ministério.

O ajuste de R$ 577 milhões será distribuído da seguinte forma: Poder Legislativo, R$ 80,6 milhões; Poder Judiciário, R$ 373,2 milhões; e Ministério Público da União, R$ 123,3 milhões.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Justiça decide libertar presos políticos do ato contra Obama

URGENTE: Justiça decide libertar presos políticos do ato contra Obama

Ato com o grupo será realizado hoje, às 17h, nas escadarias do Theatro Municipal


da redação - 
http://www.pstu.org.br/



• Cerca de uma hora após o presidente Barack Obama ter deixado o país, a Justiça deu um despacho a favor da libertação dos 13 manifestantes, presos desde a sexta-feira, após protesto no Consulado dos Estados Unidos. O grupo está nos presídios de Bangu 8 e Água Santa e deve ser liberado nas próximas horas. No sábado, um juiz de plantão havia negado a liberdade, alegando que os ativistas representariam uma ameaça ao presidente norte-americano e poderiam "macular" a imagem do Brasil.

Durante o final de semana, uma grande campanha foi feita, com atos e milhares de assinaturas de apoio aos presos. "Estamos aliviados e agradecidos por toda a solidariedade. Foi o que garantiu a liberdade ao grupo. Agora é ver se todos estão bem", comemorou Cyro Garcia, presidente do PSTU, partido que tem 10 militantes presos. Cyro criticou o caráter político das prisões e até na libertação. "Nada vai apagar o que aconteceu. Foi um ataque sem precedentes aos direitos humanos. Obama discursou falando da democracia, comemorando não estarmos mais em uma ditadura, mas o governador deixou pessoas inocentes em presídios até que a viagem terminasse. O governo de Dilma, presa na ditadura, não fez absolutamente nada", afirmou.

O grupo ficou em celas isoladas nos presídios, mas ainda assim, os advogados irão averiguar indícios de maus tratos. "Todos os homens em Água Santa tiveram a cabeça raspada", conta Aderson Bussinger, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, que acompanha o caso. "Obama veio aqui e deixou um Guantánamo. E ninguém noticiou", completa Cyro.

Uma situação especial é o de Maria de Lourdes Pereira da Silva, de 69 anos. A senhora, que também é conhecida pela torcida do Fluminense como “Vovó tricolor”, pela assiduidade aos jogos, estava passando pelo Centro do Rio, na sexta-feira, quando se juntou ao grupo que dizia “Obama, go home”. Ela terminou presa em Bangu 8 com Gabriela Proença da Costa, estudante de Artes da Uerj, e a professora Pâmela Rossi. Por ironia, o presidente Obama recebeu uma camisa do Fluminense durante a visita a uma escola de samba, no Rio de Janeiro.

Os presos irão deixar o presídio acompanahdos por oficiais de justiça, em ônibus e carros da secretaria de Segurança, em direção ao Instituto Médico Legal, onde farão exames. De lá, seguirão para uma entrevista coletiva, com seus parentes. Em seguida, às 17h, um ato público será feito nas escadarias do Theatro Municipal, onde Obama discursou. "Vamos lavar as escadarias e abraçar os presos", comemora o professor Miguel Malheiros. "Não vamos parar aqui. Também vamos exigir que sejam retirados as acusações, para que não retornem a prisão mais à frente apenas por estarem em um ato pacífico e em defesa do nosso petróleo", completou.

CONTATO
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Passeata reuniu 800 antes do discurso de Obama

Passeata reuniu 800 pessoas, antes de discurso de Obama

Protesto chegou até a Rua do Passeio, onde ato exigiu a libertação dos 13 presos políticos



http://www.pstu.org.br
 

20/3/2011
  Fael Miranda
 
    Parentes dos presos políticos

GALERIA DE FOTOS: Protesto no Rio contra Obama

Cerca de 800 pessoas fizeram uma passeata contra a visita de Obama, a entrega do petróleo e pela libertação dos 13 ativistas presos desde a sexta-feira, no ato em frente ao consulado. Eles chegaram até a Rua do Passeio, próximo da Cinelândia, já cercada por policiais da Tropa de Choque.

Ali, fizeram um ato político, com discursos e palavras de ordem, como "Fora já,fora já daqui. Obama do Brasil e Dilma do Haiti", versão renovada do que se cantou durante as invasões ao Iraque e Haiti. Por volta das 14h, os organizadores resolveram encerrar o protesto. "Nosso objetivo hoje foi cumprido, fizemos uma passeata vitoriosa e voltaremos aqui amanhã", afirmou Cyro Garcia, presidente do PSTU. Os manifestantes farão uma lavagem da Cinelândia e das escadarias do Theatro Municipal, na segunda, às 17h, para "apagar a presença de Obama", completa Cyro.

O protesto unificou as duas concentrações que ocorreram desde às 10h: uma em frente ao metrô da Glória, e outra, no Largo do Machado. Juntos, manifestantes percorreram o trecho até o Passeio Público. O protesto reuniu a CSP-Conlutas, CTB, Intersindical, MST, Jubileu Sul, MTL, Círculo Bolivariano e o movimento sem-teto. Muitos sindicatos compareceram, com destaque para o dos petroleiros e dos professores.

Entre os partidos, muitos militantes do PSTU, PSOL, PCB e PCdoB. A deputada estadual Janira Rocha (PSOL), que assina uma nota junto com outros parlamentares, participou da manifestação. Seguindo orientação do diretório estadual, o PT não esteve representado.

O discurso do PSTU foi feito por Zé Maria, que parabenizou os manifestantes. "Vocês, aqui no Rio, nos protestos que têm feito nestes dias, têm demonstrado que o apoio à vinda de Obama não há uma unanimidade. Vocês mostraram ao país e ao mundo que há motivos para protestar". Ele condenou a prisão e exigiu a libertação dos presos e também a retirada de todas as acusações contra eles.

Libertação dos presos
A solidariedade com os presos também fez com que muitos estudantes fossem ao ato, convocados pela ANEL, UNE, Ubes e diversos DCEs. Havia muitos estudantes secundaristas, entre eles diversoos amigos do jovem estudante do Colégio Pedro II, militante do PSOL, que está preso desde sexta, no Centro de Triagem da Ilha do Governador. As entidades de juventude devem lançar ainda hoje um manifesto unitário, pela libertação dos presos.

Cirlete Proença, mãe de Yuri e Gabriela, dois dos 13 presos, discursou na concentração do ato. Ela contou que o avô dos dois foi militante político, perseguido pela repressão. "Quando pequena, tivemos de nos mudar, fugir. Agora, que não há mais ditadura, os dois estão presos", comparou. Ela declarou ainda que vai continuar participando de todos os atos. Os pais e parentes dos presos formaram uma coluna no ato.

A arbitrariedade tem despertado muitas demonstrações de solidariedade. No ato de hoje, entre os manifestantes, destacavam-se os advogados Marcelo Cerqueira e Antonio Modesto da Silveira, dois símbolos das batalhas nos tribunais pelos presos políticos durante a ditadura militar. Modesto, de 84 anos, chegou a ser sequestrado pelo DOI-CODI e é autor da Lei da Anistia. Em 1999, ele recebeu a Medalha Chico Mendes, do grupo Tortura Nunca Mais, que também enviou mensagem de solidariedade aos presos.

Doze manifestantes estão ainda nos presídios de Bangu 8 e Água Santa. O outro, menor de idade, está em um Centro de Triagem. Neste sábado, o juiz de plantão negou o pedido de libertação do grupo, alegando ameaças à visita de Barack Obama.

  • Assine a petição online


  • Legados da Copa e Olimpíadas, tudo seguirá igual ao que era antes

    Os trabalhadores cariocas e fluminenses da região metropolitana podem esquecer os prometidos "legados" da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, especialmente no transporte público de massa, tais como as promessas de metrô, VLT (veículo leve sobre trilhos) ou outros.

    Um grande exemplo do engodo foi as várias recentes declarações do prefeito do Rio Eduardo Paes de que a "revolução" no transporte na cidade serão através das vias expressas para ônibus no momento em implantação na cidade e nos demais municípios da região metropolitana. Obviamente cujas linhas de ônibus seguirão operados pelos mesmos donos das empresas que infernizam a vida dos moradores do Rio de Janeiro. Tudo seguirá igual ao que era antes.

    Pelo visto, o compromisso dos governantes não é com os trabalhadores, mas com os empresários e seus lucros. Cabe aos trabalhadores lutar pela democracia nos transportes.

    domingo, 20 de março de 2011

    Charge do dia: repressão ao movimento popular na visita de Obama


    trabalho de Carlos Latuff, ilustrador carioca que está acompanhando com a sua arte e denúncia a visita de Barack Obama e a repressão que está sendo aplicada contra o movimento popular.

    PM reprime protesto contra Obama no Rio; parlamentares solidarizam-se com presos

    PM reprime protesto contra Obama no Rio; parlamentares solidarizam-se com presos
    Monitor Mercantil, 18/03/2011

    Uma manifestação contra a vinda do presidente norte-americano Barack Obama ao Brasil foi duramente reprimida pela Polícia Militar no Rio de Janeiro, no final da tarde e início da noite desta sexta-feira.Organizada por sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos, como o PSTU e a CSP-Conlutas, o protesto enfrentou, desde o início, a truculência da polícia, segundo afirmaram algumas lideranças do protesto. Mesmo assim, mais de 300 ativistas saíram em caminhada rumo ao Consulado dos EUA. Quando chegavam ao destino, por volta das 19h, a PM reprimiu a manifestação com cassetete e balas de borracha.

    Segundo informou o PSTU em seu site oficial, 15 ativistas foram presos, entre eles cinco militantes do partido, e várias pessoas ficaram feridas, inclusive um jornalista da CBN, atingido por uma bala de borracha. De última hora, o presidente dos EUA decidiu discursar apenas para convidados no Theatro Municipal, em vez de fazer um pronunciamento aberto ao público na Cinelândia, neste domingo, como chegou a ser anunciado por sua assessoria.

    Visita - Uma comissão de parlamentares fará uma visita na tarde deste sábado aos ativistas. O senador Lindberg Farias (PT) e os deputados Janira Rocha (P-SOL) e Stepan Nercessian (PPS-RJ) confirmaram a participação. O deputado Marcelo Freixo (P-SOL), que ontem prestou apoio aos presos, e o deputado federal Chico Alencar (P-SOL) também estão sendo contatados para fazer parte da comissão.

    Dos ativistas, 10 são militantes do PSTU. Segundo Cyro Garcia, presidente do partido, “a visita dos parlamentares é muito importante. Estas prisões são políticas. Não há nenhum motivo para eles estarem em um presídio”, afirmou.

    O grupo é formado por três mulheres, que estão em uma cela com mais uma detenta em Bangu 8, em uma cela com outra detenta; e nove homens, que estão em Água Santa. Um estudante, menor de idade, teve o seu habeas corpus negado há pouco e pode ser transferido para o Instituto Padre Severino, com jovens infratores.

    Os manifestantes não têm direito a fiança. A principal acusação é de ter tentado “causar um incêndio” no consulado dos EUA.

    - É uma vergonha o que está acontecendo. São presos políticos do governo Sergio Cabral e de Dilma, no momento em que Obama desembarca no Brasil. Estamos muito preocupados com a segurança e faremos uma campanha internacional por sua liberdade. O governador é responsável pela integridade deles - protestou Cyro Garcia.

    Juíza indefere pedido de revogação da prisão de menor que participou de protesto contra Obama

    20/03/2011 - 10:07 | Paulo Cezar Monteiro | São Paulo| Opera Mundi

    Juíza indefere pedido de revogação da prisão de menor que participou de protesto contra Obama

    De acordo com informações do PSTU (Partido Socialista de Trabalhadores Unificados), a juíza Virginia Lucia Lima da Silva, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, indeferiu neste sábado (19/03) o pedido de revogação de prisão do menor de idade detido na manifestação contra a recepção do presidente norte-americano, Barack Obama, no Rio de Janeiro, ontem (18/03). O jovem está detido no Instituto Padre Severino, destinado a menores infratores. 

    O menor e outros doze acusados, três mulheres e nove homens, que também estão detidos, são acusados de tentar incendiar o Consulado dos Estados Unidos, localizado região central do Rio. Durante o protesto, um segurança foi atingido por um coquetel molotov. Segundo informações da polícia, lançados pelos manifestantes.

    O presidente do PSTU/RJ, Cyro Garcia, afirmou que não há provas contra os manifestantes e que eles não tiveram direito a fiança. "Os policiais sabem que quem foi preso não tem nada a ver com o que houve. Tem gente lá presa sem nenhuma prova. É um absurdo”, disse. 

    O juiz João Ferreira Morão negou o pedido de soltura dos outros doze presos, maiores de idade. As mulheres estão sendo mantidas no presídio de Bangu e os homens no presídio de Água Santa.

    Garcia informou que os advogados do PSTU ainda esperam a resposta para o pedido de habears corpus do menor e dos outros doze presos.

    A assessoria do PSTU do Rio de Janeiro informou que o senador Lindberg Farias, do PT, e os deputados Janira Rocha, (PSOL) e Stepan Nercessian (PPS) fariam uma visita neste sábado aos manifestantes detidos.

    Um abaixo assinado pela libertação dos 13 manifestantes, classificados pelo PSTU como presos políticos, está disponível na internet. O partido fará um ato neste domingo (20/03), às 10h, contra a visita de Obama e pela liberdade dos presos político.

    Veja a lista das pessoas presas em ato contra a visita de Obama:

    Gilberto Silva - eletricista

    Rafael Rossi - professor de estado, dirigente sindical do SEPE

    Pâmela Rossi - professora do estado

    Thiago Loureiro - estudante de Direito da UFRJ, funcionário do Sindjustiça

    Yuri Proença da Costa - funcionário dos Correios

    Gualberto Tinoco "Pitéu" - servidor do estado e dirigente sindical do SEPE

    Gabriela Proença da Costa - estudante de Artes da UERJ

    Gabriel de Melo Souza Paulo - estudante de Letras da UFRJ, DCE-UFRJ

    José Eduardo Braunschweiger - advogado

    Andriev Martins Santos - estudante da UFF

    João Paulo - estudante Colégio Pedro II

    Vagner Vasconcelos - Movimento MV Brasil

    Maria de Lurdes Pereira da Silva - doméstica 

    Libertem os presos políticos do RJ

    Libertem Vovó Tricolor e os outros presos políticos do RJ

    Link: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/dizventura/posts/2011/03/19/libertem-vovo-tricolor-369866.asp

    Está circulando um abaixo-assinado na internet que pede a libertação dos 13 manifestantes presos ontem à noite no ato contra a visita de Barack Obama ao país. Converso com um integrante da assessoria de comunicação do PSTU, um dos organizadores da manifestação, e ele me diz que, entre os presos, está Maria de Lourdes Pereira da Silva, mais conhecida como Vovó Tricolor, um dos símbolos do Fluminense.

    Num site que mostra fotos da confusão, há até uma declaração de Rosângela Pereira, filha dela:
    - Minha mãe de 69 anos é essa que corre pela rua. Está presa desde às 7h (da noite) de ontem porque estava nessa manifestação. É uma tragédia!!! Ela é a Vovó Tricolor e é hipertensa.
    A lista dos 13, dez deles militantes do PSTU, inclui ainda Gilberto Silva (eletricista); Rafael Rossi (professor de estado, dirigente sindical do Sepe); Pâmela Rossi (professora do estado);Thiago Loureiro (estudante de Direito da UFRJ, funcionário do Sindjustiça); Yuri Proença da Costa (carteiro); Gualberto Tinoco (servidor do estado e dirigente sindical do Sepe); Gabriela Proença da Costa (estudante de Artes da Uerj); Gabriel de Melo Souza Paulo (estudante de Letras da frj); José Eduardo Braunschweiger (advogado); Andriev Martins Santos (estudante da UFF); João Paulo (estudante do colégio Pedro II) e Vagner Vasconcelos (movimento MV Brasil).

    - As mulheres estão detidas em Bangu 8 e os homens, em Água Santa. São presos políticos, mas estão misturados aos presos comuns em penitenciárias - diz o integrante do partido.
    Um dos presos, diz ele, tem 16 anos e está no centro de triagem da Ilha do Governador, podendo ser transferido para o Instituto Padre Severino, junto a menores infratores.

    A principal acusação para a prisão é de terem tentado "causar um incêndio" no Consulado dos Estados Unidos. O PSTU alega que a provocação - lançaram um coquetel molotov, que atingiu um vigilante do consulado - foi feita por "por elementos infiltrados que queriam jogar a repressão contra a manifestação pacífica”.

    - Na hora, estávamos reunidos num grande círculo. Não estávamos voltados para o consulado, como se pode ver no vídeo. Os manifestantes e os jornalistas ouviram uma explosão ao fundo e foram surpreendidos com o avanço da polícia, que atacou com cassetetes, atirou com balas de borracha e lançou bombas de gás.

    Eu não estava lá, não sei o que aconteceu e não concordo com as críticas dos militantes a Obama. Mas acho um excesso encarcerar na penitenciária os manifestantes, sem direito a fiança.
    A foto de que Rosângela fala, feita por Antonio Scorza, da AFP, é essa abaixo:

    YouTube -

    Rosangela Pereira disse...

    Sou a filha da vovó tricolor e ainda não tenho boas notícias.São quase 48 horas presa.A família está muito preocupada com a saúde dela e grata pelas ligações e demonstraço~es de carinho e preocupação. Rosângela Pereira da Silva

    Equinócios e Solstícios: Carnaval, Páscoa, Natal, etc

    por Almir Cezar

    Os ciclos astronômicos regulam não apenas as estações do ano e os ciclos naturais, mas uma série de aspectos da vida social do homem. Os ciclos astronômicos parametrizam os calendários e as festividades de todas as civilizações, inclusive a nossa capitalista ocidental. Os Equinócios e os Solstícios determinam, por exemplo, as principais festividades de nosso calendário, como o Natal, o Carnaval e Páscoa e o São João.

    Essas não são curiosidades astronômicas. As sociedades tradicionais eram regidas pelos ritmos da natureza. E nela os ciclos produtivos, econômicos. A sociedade capitalista, apesar de ter domado como nenhuma antes a natureza, também tem como referência os eventos astronômicos, à medida que o tempo é fundamental para a geração de valores ("tempo é dinheiro"), é preciso medi-lo e controlá-lo, e para isso os eventos astronômicos são seus principais parâmetros. Várias de nossas tradições são determinadas assim.

    sábado, 19 de março de 2011

    Enquanto Dilma e Obama se reúnem, presos políticos estão em Bangu e Água Santa. Proteste!

    Enquanto Dilma e Obama se reúnem,
    presos políticos estão em Bangu e Água Santa. Proteste!



    URGENTE: Presos políticos do PSTU estão sendo levados para Bangu e Água Santa 







    Samuel Tosta
    Presos políticos são levados a presídio 

    • Depois de passar a madrugada na 5º DP (Gomes Freire), os 13 detidos nesta sexta-feira, 18, foram levados para presídios por volta das 8h de hoje. Após exame de corpo-delito no IML, os homens serão encaminhados ao presídio de Bangu 8 e as mulheres ao presídio de Água Santa. Dos 13 presos, 10 são militantes do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU)

    Os manifestantes foram enquadrados em vários artigos, e não terão direito a fiança. A principal acusação é de ter tentado "causar incêndio" no consulado dos Estados Unidos. "É uma vergonha o que está acontecendo. É uma prisão política. São presos políticos do governo Sergio Cabral e de Dilma, no momento em que Obama desembarca no Brasil", protestou o presidente do PSTU no Rio de Janeiro, Cyro Garcia. "Estamos muito preocupados com a segurança de nossos militantes e faremos uma campanha internacional pela liberdade deles", afirmou.

    Os 13 manifestantes foram presos após um coqueter molotov ter sido lançado no ato em frente ao consulado. Na noite de ontem, o partido lançou umcomunicado à imprensa, no qual reafirma o caráter pacífico da manifestação e que nenhum militante do partido organizou ou participou do ataque. "Os policiais sabem que quem foi preso não tem nada a ver com o que houve. Tem gente lá presa sem nenhuma prova, apenas porque levantou um sapato contra a bandeira dos Estados Unidos. É um absurdo", afirma Cyro. "Estão criminalizando os protestos e o partido. É um absurdo a polícia exibir cartazes políticos e bandeiras do partido como provas aos fotógrafos, como quem exibe armas," protesta.

    Os advogados do PSTU estão entrando na Justiça com um pedido de libertação dos presos, já que não há provas contra eles. Também questionam os artigos apontados pelo delegado, que torna o crime inafiançável. O partido fará um ato neste domingo, às 10h, contra a visita de Obama e pela liberdade dos presos políticos. Hoje, em Brasília, militantes do partido irão até a Praça dos Três Poderes, também para exigir a libertação.


    Assine para a libertação dos presos
    CLIQUE AQUI PARA ASSINAR

    Ato em Brasília contra a visita de Obama, em fotos

    Hoje pela manhã realizou-se ato dos movimentos sociais em Brasília contra a visita do presidente dos EUA Barack Obama. Havia fortíssimo esquema de segurança, totalmente desproporcional a visita de um chefe de Estado estrangeiro. Tudo para deixar os manifestantes bem longe da vista da "visita".

    por ordem do governo Dilma, os manifestantes ficaram cercados fora da Praça dos Três Poderes, em frente ao STF

    populares querem tirar fotos ao lado das faixas

    entidades e movimentos ambientais protestam contra o nefasto papel dos EUA sobre o meio ambiente


    a imprensa participa cobrindo a concentração


    manifestantes de todas as idades e setores sociais participam

    Fora Kadafi, viva a revolução árabe! Abaixo a intervenção imperialista na Líbia

    A manifestação contou com a participação de várias correntes, entre elas o PSTU e o PSOL

    a manifestação foi confinada pelas forças de segurança no jardim lateral do STF. A Praça dos Três Poderes foi totalmente cercada. Não se conseguia ver a rampa do Palácio do Planalto. Tudo para que Obama não visse os protestos. Por outro lado, quem queria saudá-lo também não pode vê-lo.

    Apesar da dificuldade de acesso. A Esplanada dos Ministérios totalmente fechada. Muitas pessoas conseguiram participar da concentração. Algumas das principais lideranças dos movimentos sociais combativos da cidade participaram do Ato.

    As lideranças da CSP Conlutas do Distrito Federal participaram da organização do Ato.




    A Praça dos Três Poderes totalmente cercada. Nunca se vira isso, nem mesmo na Ditadura Militar.

    manifestantes mantidos bem longe do Palácio do Planalto, cercados fora da Praça dos Três Poderes



    muitas faixas contrárias a intervenção imperialista na Líbia, mas com apoio a revolução contra o ditador Kadafi










    fortíssimo aparato de segurança




    Os manifestantes cantam palavras-de-ordem










    Um solitária família protesta contra os massacres que o ditador Líbia Muamar Kadafi faz contra a população em luta por democracia.








    Participaram da concentração manifestantes das famílias das vítimas do acidente da Gol.  Criticam o fato que os dois pilotos estadunidenses do jato Legacy que provocou o acidente continuam totalmente impunes.