sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Elevação da Selic confirma:política econômica seguirá privilegiando banqueiros

www.conlutas.org.br 21/01/2011
Taxa de Juros
Elevação da Selic confirma: política econômica de Dilma seguirá privilegiando banqueiros

Na reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) ocorrida nesta quinta-feira (19), foi definido o aumento da taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% para 11,25%. Esta foi a primeira reunião do órgão depois da posse da Presidenta Dilma. Esta decisão revela a prioridade do novo governo. A política monetária seguirá privilegiando o sistema financeiro que “nunca antes na história desse país” ganhou tanto como nos oito anos de mandato de Lula.

A justificativa do COPOM é a mesma utilizada em outros momentos de elevação da taxa de juros. A mesma “ladainha” da necessidade de segurar a inflação. O Brasil segue na lista dos países com maiores taxas a de juros. Só perde para o Paquistão (14%) e para a Venezuela (18,10%). Se a taxa de juros alta fosse o remédio, esses países não estariam com índices de inflação de 27% e 20% respectivamente, enquanto que no Brasil este índice é de 5,91% (pelo IPCA).

Outra questão que contradiz os argumentos do Banco Central é de que boa parte da inflação registrada nos últimos períodos é produto da alta nos alimentos. Esse fenômeno mundial é causado pelo aumento de áreas cultiváveis para a produção de biocombustíveis, assim como a especulação financeira realizada pelos grandes produtores. O aumento nos juros, portanto, não vai afetar a inflação.

A decisão do COPOM em sintonia com a política econômica do governo Dilma segue a mesma lógica dos oito anos de Lula: aumentar os lucros já exorbitantes dos investidores internacionais, atraídos por uma das maiores taxas de juros do mundo. Além disso, essa elevação da taxa de juros vai significar o aumento da dívida pública, já que a taxa básica de juros determinada pelo BC é o valor de referência para os títulos da dívida emitidos pelo país, determinando os juros cobrados em financiamentos, empréstimos, etc. Os banqueiros nacionais e internacionais agradecem.

Atnágoras Lopes
Membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

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