sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Privatização não tirou atraso de teles

Devido ao 2o turno das eleições, as privatizações voltaram ao centro do debate econômico, justamente como tentativa de diferenciações entre os dois candidatos a presidente, uma contrária as privatizações e o outro como defender daquelas que supostamente "teriam dado certo" . Contudo, ao contrário do que é dito pelo PSDB e grande mídia, e que o PT tem vergonha em discordar com veemência, as privatizações não tiraram o Brasil do atraso nas telecomunicações.

Apontado pelo PSDB, como exemplo de privatização que deu certo, o serviço de telefonia celular no Brasil teve evolução semelhante à que ocorreu no resto do mundo no mesmo período, comprovando que o crescimento do setor se deveu à adesão da população à nova tecnologia, e não ao modelo escolhido no Governo Fernando Henrique Cardoso, que trouxe por sua vez, a venda escandalosa de patrimônio público e as tarifas entre as mais caras do mundo.


Privatização não tirou atraso de teles
Monitor Mercantil online, 21/10/2010

País ficou em 97º lugar entre 233 países na relação de celular por 100 habitantes

Apontado pelo PSDB como exemplo de privatização que deu certo, o serviço de telefonia celular no Brasil teve evolução semelhante à que ocorreu no resto do mundo, comprovando que o crescimento do setor se deveu à adesão da população à nova tecnologia, e não ao modelo escolhido no Governo Fernando Henrique Cardoso.

Segundo dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), o Brasil figura num distante 97º lugar no ranking de 233 países com mais linhas móveis por 100 habitantes. À frente no ranking da agência de comunicações da ONU, vêm nações como Argentina, Guatemala e Albânia. Em 1999, ainda sem os efeitos da privatização, o Brasil era o 80º.

A evolução do número de celulares no país após a privatização das telecomunicações, em 1998, exibe desenvolvimento inferior ao de países que estavam no mesmo estágio. África do Sul, Argentina, Uruguai e até El Salvador tiveram desempenho melhor. Apenas no México a evolução foi inferior à brasileira.

Em 2009, havia 89,79 linhas de celular por 100 brasileiros. No mundo, a média dos países não-desenvolvidos é de 57,9 por 100 pessoas; nas nações desenvolvidas, é de 115,3.

Se em número de linhas o país não se destaca, o mesmo não se pode dizer em termo de tarifas. Ainda segundo a UIT, o Brasil tem a tarifa de celular mais cara do mundo entre 159 países, considerando a PPC (paridade do poder de compra). Um pacote com 25 chamadas e 30 torpedos custa, em média, US$ 42 por mês no Brasil. No México, são US$ 14,60; e em Hong Kong, apenas US$ 1 mensal.

Um dos motivos alegados pelas empresas de telecomunicações para os altos preços é a cobrança de elevados impostos. Mas outro ranking, da consultoria Dirsi somente com países da América, joga por terra essa tese. O Brasil aparece no topo da lista de tarifas elevadas e, mesmo que fossem excluídos todos os impostos sobre a tarifa brasileira, ela ainda seria mais alta do que a do segundo colocado (Honduras) com taxação.

O custo da cesta de serviços na modalidade pré-pago atinge US$ 45,01 por mês no Brasil. Vêm a seguir, Honduras (US$ 25,69) e Uruguai (US$ 21,70). Nesse estudo, as menores tarifas são cobradas em Costa Rica (US$ 3,50) e Jamaica (US$ 2,21). No regime pós-pago, Honduras e Venezuela quase igualam a tarifa brasileira.

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