quinta-feira, 24 de junho de 2010

Em greve geral, franceses iniciam a resistência a ataques a previdência

Devido a crise fiscal, provocada pelo socorro aos banqueiros em 2008/2009, governos da UE passam a atacar os direitos dos trabalhadores, obviamente que se organizam a resistência.

França: trabalhadores fazem greve contra reforma na previdência

Uma grande greve contra o plano do governo francês de aumentar a idade para as aposentadorias atrapalhou o sistema de transportes e levou ao fechamento de escolas, nesta quinta-feira. Os sindicatos pretendem levar milhões de pessoas às ruas da França para protestar. Foram afetados os trens em cidades por todo o país europeu, informaram autoridades de transporte, referindo-se a uma das duas principais rotas ferroviárias para passageiros da França, que opera em Paris e fora da capital. Três em cada quatro trens do metrô de Paris estavam operando. A autoridade aeroportuária DGAC afirmou que 15% dos vôos haviam sido cancelados, no período entre 7h e 14h (hora local, 2h e 9h de Brasília), nos aeroportos Charles DeGaulle e o de Orly.

O Ministério da Educação informou que 32% dos professores de escolas de ensino fundamental cruzaram os braços. No ensino médio, a paralisação afetou 10% dos professores. O sindicato dos professores SNUipp-FSU afirmou que mais de 50% dos docentes estavam parados e várias escolas não funcionavam. O governo apresentou na semana passada uma proposta para aumentar a idade de aposentadoria de 60 para 62 anos, a partir de 2018, elevando o tempo de trabalho necessário para se conseguir a aposentadoria.

A medida é parte dos esforços do governo para cortar seu déficit orçamentário. Para os sindicatos, essa mudança é um ônus injusto para os trabalhadores. Líderes de alguns dos seis sindicatos que convocaram conjuntamente a greve afirmaram que estavam planejando grandes manifestações nas ruas, ao longo do dia.

- A esperança é conseguir mais de 1 milhão de manifestantes. Eu acho que esse número será superado, com certeza - previu François Chereque, líder do sindicato CFDT.

Segundo ele, "talvez 2 milhões" de pessoas podem participar.

- Nós temos mais de 200 manifestações por toda a França e estamos ouvindo das bases que há um comparecimento excepcional. Os empregados estão percebendo que essa reforma é injusta - afirmou, em entrevista à rádio RTL.

Também foi convocada uma paralisação no serviço de correio, em empresas fornecedoras de gás e eletricidade e em várias companhias privadas. Os funcionários gráficos aderiram ao movimento, levando jornais diários como o Le Monde e o Libération a desistirem de suas edições de sexta-feira. Emissoras como a France Info, geralmente integralmente dedicada ao jornalismo, tocavam músicas para preencher os buracos gerados pelos funcionários parados. Grandes protestos já forçaram o governo francês a recuar em reformas sociais no passado.

Desta vez, o ministro do Trabalho, Eric Woerth, afirmou que o governo não cederá no aumento da idade para a aposentadoria. A mudança busca ajudar o país a alcançar a meta de ter um déficit de 3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. Também é um aspecto central da agenda do presidente Nicolas Sarkozy, que se prepara para tentar a reeleição em 2012. A lei sobre a reforma deve ser analisada pelo gabinete de governo no mês que vem e então seguir para o voto do Legislativo, em setembro.

Fonte: Agência Estado

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