terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Coordenação Pró nova Central realiza plenária durante Forúm Social Mundial

Plenária de Reorganização aprova data de Congresso em junho e reafirma campanha classista ao Haiti

O encontro reafirmou a necessidade da unificação dos movimentos, além aprovar um manifesto nacional

A Plenária da Coordenação Pro Central realizada no sábado de manhã (30), no Fórum Social Mundial, em Salvador, reuniu em torno de 700 pessoas, discutiu os critérios para a preparação do congresso da unificação e aprovou um manifesto nacional “Organizar a resistência dos trabalhadores e movimentos sociais”.

Antes da saudação oficial das organizações presentes à plenária, a abertura foi marcada pelas intervenções do movimento negro que propôs a realização de uma reunião nacional de trabalho para elaboração de um projeto político para o povo negro a ser apresentado no Congresso para construção da nova central, com indicativo para a segunda quinzena de março.

Também foi reforçada a importância da campanha de solidariedade de raça e classista às organizações e movimentos sociais do Haiti. A Conlutas anunciou que sua arrecadação já atingiu mais de R$ 100 mil e clamou para que todas as entidades façam um esforço para ampliar as doações.

Notas de repúdio

O Movimento Terra Livre denunciou a situação de calamidade vivida pela população da periferia em São Paulo com as enchentes provocadas pelas chuvas que já duram um mês. De acordo com o movimento a situação de calamidade se deve à abertura das barragens na região o que provocou os alagamentos.

“A inundação não teve causa natural, ocorreu por ação do governo Serra. Entre os dias 8 e 10 de dezembro de 2009 as comportas da barragem da Penha foram fechadas inundando com esgoto todas as Vilas acima da barragem, atingindo cerca de 5.000 famílias. Agora, no dia 24 de janeiro, cerca de 8 mil famílias tiveram suas casas inundadas e perderam quase tudo, graças à abertura das comportas das barragens do Alto Tietê”, disse Ronaldo, do Terra Livre, que denunciou que essas inundações fazem parte da estratégia do governador de São Paulo José Serra para desocupar a várzea e construir "o maior Parque Linear do Mundo".

O membro da coordenação da Conlutas Zé Maria de Almeida também pediu a aprovação de uma nota de repúdio de todas as entidades contra a violência presenciada por diversos manifestantes ao final da marcha do Haiti na noite do dia anterior, a sexta-feira (29). Um policial atirou em um mendigo, morador de rua, que fazia poesia e artesanato. O crime passaria anonimamente, caso manifestantes e população não repudiassem o ato com veemência. A plenária aprovou a nota de repúdio e as entidades entrarão com uma queixa contra o policial.

Na mesa de abertura estavam representantes da Conlutas, da Unidos pra Lutar (Conlutas), da Intersindical, do MTL e do MTST. Todos saudaram a plenária e reafirmaram a necessidade da unificação das entidades e movimentos em junho e a necessidade de redobrar os esforços para fazer avançar a organização das trabalhadoras e trabalhadores em nosso país numa perspectiva classista e socialista.

Manifesto

No plano de ação foi aprovado o manifesto “Organizar a resistência dos trabalhadores movimentos sociais”, que reafirma os desafios que estão diante dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras “e agrega novos, como o que resulta da tragédia que se abateu sobre o povo do Haiti, que exige de todos nós o mais amplo esforço no sentido da solidariedade de classe”, afirma o manifesto que também se posiciona sobre a crise econômica mundial.

“A crise da economia que se abateu sobre o mundo a partir de 2008, ao contrário do que pregam o governo Lula e demais autoridades está longe do fim. Apesar de uma recuperação momentânea e parcial neste momento, segue trazendo consequências para as trabalhadoras e trabalhadores brasileiros e de todo o mundo”.

O manifesto aborda ainda o processo de destruição dos serviços públicos e o aumento do controle privado sobre o poder público, a piora das já péssimas condições de trabalho, o aumento do arrocho salarial, a criminalização das lutas e das organizações dos trabalhadores e outros pontos importantes (leia a íntegra na matéria “Plenária de reorganização do movimento aprova manifesto no FSM, em Salvador”).

Ao final, o manifesto faz um chamado ao fortalecimento da resistência e da luta dos trabalhadores e todos os setores explorados e à definição de passos concretos que permitam, já neste primeiro semestre de 2010, a realização de ações conjuntas em torno às bandeiras do movimento.

Congresso de unificação

A plenária também discutiu o calendário, do Congresso de Unificação e os critérios para eleição de delegados. O cronograma já traz o prazo para a inscrição de teses: 15 de março de 2010.

As assembléias para eleição de delegados deverão acontecer de 1 de abril a 15 de maio, sendo o dia de 20 maio o prazo para o pagamento das taxas e inscrição dos (as) delegados (as). O congresso foi reafirmado para os dias 5 e 6 de junho deste ano. No início da semana serão divulgados os critérios de participação na página da Conlutas e na rede ( www.conlutas.org.br ).


Redação Conlutas

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