quarta-feira, 30 de setembro de 2009

(Honduras) Mais um da grande mídia brasileira

Pergunta que não quer calar:
25/05/09

Por que a grande mídia brasileira se refere ao governo golpista de Honduras como "governo de facto"?

Mais uma da grande mídia...


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Comentário 1(25 de setembro de 2009):

Os jornais da Globo (os que eu vi ontem) chamam de governo golpista. Att,

Guilherme

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Comentário 2 (25 de setembro de 2009):

É por puro juridiquês... Embora, sem a devida explicação, aparente outro sentido...

Governo de direito é aquele que foi constituído de conformidade com a lei fundamental do Estado, sendo, por isso, considerado como legítimo perante a consciência jurídica da nação.
Governo de fato é aquele implantado ou mantido por via de fraude ou violência.

Governo Legal é aquele que, seja qual for a sua origem, se desenvolve em estrita conformidade com as normas vigentes de direito positivo. Subordina-se ele próprio aos preceitos jurídicos, como condição de harmonia e equilíbrio sociais.

Governo Despótico (ao contrário do governo legal) é aquele que se conduz pelo arbítrio dos detentores eventuais do poder, oscilando ao sabor dos interesses e caprichos pessoais.

Governo Constitucional é aquele que se forma e se desenvolve sob a égide de uma Constituição, instituindo a divisão do poder em três órgãos distintos e assegurando a todos os cidadãos a garantia dos direitos fundamentais, expressamente declarados.

Governo Absolutista é o que concentra todos os poderes num só órgão. O regime absolutista tem sua raízes nas monarquias de direito divino e explicam-se pela máxima do cesarismo romano que dava a vontade do príncipe como fonte da lei — voluntas principis suprema lex est; quod principi placiut legis habet vigorem; sic volo, sic jubeo, sit pro ratione voluntas...

Alexandre I.

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Blog Luís Nassif - 29/09/2009 - 12:55

O golpe dentro da lei
Por Victor

É triste ler alguns “especialistas” tentando legitimar um golpe de Estado. Juridicamente, você pode sustentar qualquer coisa. Qualquer operador do direito sabe disso. Existe fundamento jurídico pra tudo nesse mundo. Agora, democracia é um conceito universal, lógico. Todas as pessoas sabem do que se trata. Ainda que Zelaya tivesse violado algum preceito constitucional, não poderia ter sido expulso do comando do país. Ou será que esses “juristas” nunca ouviram falar em devido processo legal?

Penso que o Brasil se comporta como um líder mundial nessa crise. Tornou-se protagonista na luta pela democracia. Talvez a mídia golpista não esteja interessada em apoiar Lula e o Brasil porque simplesmente abomina a participação popular. Zelaya propôs a realização de um plebiscito, que é um instrumento de democracia participativa. Para o PiG, é preferível um golpe de estado à realização de um plebiscito. Isso porque o PiG odeia quando o povo decide diretamente.

Talvez fosse interessante iniciar uma discussão sobre os mecanismos de democracia direta. O Brasil seria um país mais democrático (e demonstra isso em Honduras) se desse o real valor às consultas populares. Tramita uma PEC no Senado (73/2005) que regulamenta o recall, um “referendo revocatório”, nos termos do projeto. Funcionaria assim: 2% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos sete Estados, com não menos de 0,5% em cada um deles, ou então 2% do eleitorado estadual, distribuído por pelo menos sete municípios, com não menos de 0,5% em cada um deles, postulariam a realização de um referendo para se decidir pela revogação ou não dos mandatos do Presidente da República ou dos membros do Congresso Nacional.

Para mais informações, eis o link: http://legis.senado.gov.br/mate-pdf/7378.pdf

Comentário
O cúmulo do sofisma é essa história de apear o presidente supostamente seguindo os procedimentos legais. Pega-se um país institucionalmente atrasado – Honduras, agora, o próprio Brasil do início dos anos 90 – cria-se um pacto entre alguns políticos de oposição e a mídia. Monta-se uma campanha pesada, de escandalização do nada. Depois de criado o chamado “clamor das ruas” – que pega só o público midiático – monta-se um pacto com o Judiciário (caso Honduras) ou no Congresso (caso Collor).

Pronto: um golpe dentro da lei.

Três meses do golpe em Honduras: cronologia

Completaram-se três meses do golpe militar contra o presidente constitucional de Honduras Manuel Zelaya. O governo golpista e a intensa repressão vêm sofrendo de força resistência das massas trabalhadoras e populares de Honduras, apoiada pela esquerda e os democratas de todo mundo. Essa resistência e solidariedade vêm obrigando os governos democráticos a se posicionarem contra o golpe, contudo segue a indefinição e o rechaço tímido aos golpistas. Enquanto isso as massas prosseguem em sua resistência.

Veja a cronologia da indefinição, repressão e resistência:

28 de junho
No dia em que o presidente Manuel Zelaya realizaria um referendo sobre a reforma da Constituição — que permitiria reeleição —, o mandatário é detido, em casa, por militares e levado de pijama para instalações da Força Aérea. Ele é enviado à Costa Rica em asilo político. O presidente do Congresso, Roberto Micheletti, assume a Presidência e diz que não houve golpe de Estado

29 de junho
Têm início os primeiros confrontos violentos entre militares e centenas de manifestantes pró-Zelaya, que deixam ao menos 25 feridos

30 de junho
Micheletti reúne milhares de simpatizantes e o alto comando militar no centro da capital hondurenha como tentativa de demonstrar que a deposição de Zelaya conta com apoio interno. A Assembleia Geral da ONU aprova, em sessão extraordinária, uma resolução unânime de repúdio ao golpe de Estado em Honduras e exige a restauração imediata e incondicional de Zelaya

1º de julho
O Itamaraty condena o golpe e congela uma lista de programas de cooperação com Honduras nas áreas de energia e saúde. A Organização dos Estados Americanos dá um ultimato de 72 horas a Honduras para que restitua o presidente Zelaya ao poder. Caso não cumpra a determinação da Assembleia Geral, o país será suspenso do grupo. O Congresso de Honduras decreta estado de emergência no país, restringindo, por exemplo, os direitos à manifestação, reunião e livre circulação

2 de julho
A União Europeia (UE) anuncia ter chamado para consultas todos os embaixadores de seus países-membros presentes em Honduras. A UE também suspende as negociações de um acordo comercial com o país até que o presidente deposto retorne ao poder

5 de julho
A OEA decide em Assembleia Extraordinária suspender Honduras. O Exército hondurenho impede que o avião de Zelaya pouse no Aeroporto Internacional de Tegucigalpa, onde um confronto entre vários milhares de manifestantes e forças de segurança deixa ao menos um morto

7 de julho
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, indica o presidente da Costa Rica, Óscar Arias, para atuar como mediador do conflito

9 de julho
Com a intermediação da Costa Rica, representantes de Zelaya e de Micheletti dão início às negociações para resolver a crise política. Eles conversam em separado com Arias, mas se recusam a se reunir

11 de julho
Em mais uma medida para pressionar o governo interino, o Brasil suspende pacto militar com Honduras e chama de volta o tenente-coronel Paulo Pimentel, que é instrutor militar no país

12 de julho
O governo interino suspende o toque de recolher e a restrição de algumas garantias constitucionais

16 de julho
Zelaya pede ao governo norte-americano que sequestre os bens, proíba as transações bancárias e anule os vistos de Micheletti, dos integrantes de toda a Suprema Corte do país e de outros altos funcionários do Estado hondurenho que apoiaram o golpe de Estado

20 de julho
A Comissão Europeia anuncia o congelamento de um fundo de ajuda orçamentária ao governo de Honduras

23 de julho
O presidente da Costa Rica e mediador da crise, Oscar Árias, entrega proposta de acordo chamada Acordo de San José, que inclui a restituição de Zelaya ao poder e a renúncia ao polêmico referendo

12 de agosto
Zelaya visita o Brasil e conversa com o presidente Lula, que reforça o apoio ao presidente deposto

18 de agosto
O regime interino ordena a expulsão de diplomatas e funcionários da Embaixada da Argentina em Tegucigalpa. Medida foi resposta à expulsão da embaixadora hondurenha na Argentina a pedido do presidente Zelaya

24 de agosto
Relatório da Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos (CIDH) relaciona mortes ao governo interino e condena o emprego de armas de fogo contra manifestantes

25 de agosto
O Departamento de Estado norte-americano anuncia a suspensão da concessão de vistos a cidadãos hondurenhos. A comissão de ministros das Relações Exteriores de países membros OEA encerra uma visita de dois dias a Honduras sem conseguir acordo para o regresso de Zelaya

28 de agosto
Uma delegação do governo interino de Honduras propõe à OEA solucionar a crise política do país com a renúncia tanto de Micheletti quanto de Zelaya, para que uma terceira pessoa assuma o cargo

31 de agosto
Em meio à indefinida crise política, o governo interino de Honduras dá início à campanha eleitoral para o pleito presidencial de 29 de novembro.
Zelaya retorna a Washington para outra rodada de reuniões
com líderes americanos e o
conselho da OEA

3 de setembro
O governo brasileiro determina que todos os hondurenhos precisarão de visto para ingressar no Brasil. Os EUA reconhecem golpe de Estado em Honduras e decidem suspender a ajuda econômica como medida de pressão contra o governo interino

4 de setembro
O governo interino suspende os acordos de supressão de vistos que mantém com o Brasil, em reciprocidade à medida adotada na véspera pelo Itamaraty

15 de setembro
O Conselho de Direitos Humanos da ONU decide proibir a participação do embaixador hondurenho das suas sessões em Genebra por representar o governo instaurado após o golpe de 28 de junho passado

19 de setembro
Milhares de partidários do presidente Zelaya festejam o aniversário do presidente deposto de Honduras, que fez 57 anos. Ele continua exilado na Nicarágua
21 de setembro
Zelaya consegue retornar à capital, Tegucigalpa, e busca abrigo na Embaixada do Brasil

22 de setembro
Militares reprimem com violência simpatizantes de Zelaya que se reuniam diante da embaixada e matam um ativista. Governo de fato corta luz, água e telefone do prédio,
na tentativa de forçar a saída do presidente. Em Nova York,
Lula adverte o governo de Micheletti que respeite a imunidade da embaixada brasileira

23 de setembro
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, Lula pede a restituição de Zelaya ao poder. O pedido é apoiado pelos presidentes do Peru, do Chile e da Argentina

24 de setembro
O governo de Micheletti responsabiliza o Brasil pela vida e segurança de Zelaya e critica a conversão da embaixada em “plataforma de propaganda política”

25 de setembro
ONU condena cerco à embaixada brasileira em Tegucigalpa.
Tropas do governo ampliam cerco ao prédio e Zelaya denuncia ataque com gases tóxicos à representação brasileira.

Fonte: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/9/28/micheletti-da-ultimato-ao-brasil
Agradecimento: a Henrique Barros e a e-lista EPIN

terça-feira, 29 de setembro de 2009

G20 pretende substituir FMI como fórum da nova economia


Se fórmula for aprovada pelos chefes de governo, grupo assumirá papel para discutir uma eventual nova política global. Ao novo organismo caberia, entre outras, a tarefa de "corrigir desequilíbrios" como os que que estiveram na origem da crise de 2008.

G20 substitui FMI como fórum econômico
Autor(es): CLÓVIS ROSSI
Folha de S. Paulo - 25/09/2009


[ clique aqui ]

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A posição de O Globo sobre Golpes de Estado

Material recebido de meu amigo Guilherme. A posição de O Globo sobre Golpes de Estado.

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Caros,

Segue em anexo editorial do jornal O Globo e que esclarece as posições que o jornal assume sobre o golpe em Honduras. Att,

Guilherme


editorial de "O Globo", em 02/04/1964

Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.

Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.

Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.

Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.

Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.

As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, "são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI."

No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.

Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.

Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.

A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.

Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.

sábado, 26 de setembro de 2009

Militares brasileiros são acusados de tortura no Haiti

(matéria atualizada em 08/09/2011)
Charge do cartunista brasileiro Latuff 
denunciando a impressão por parte da 
população haitiana com relação as tropas
 do Minustah da ONU lideradas pelo Brasil.

A violência e a repressão brutal das tropas de paz do Brasil no Haiti a cada dia são mais graves. Com uma simples consulta ao Google ou Bing veremos várias denúncias na mídia internacional de casos de abusos de autoridade realizado por tropas da Missão de Paz. Os líderes dos movimentos sociais estão entre aqueles que mais sofrem. Contudo, as denúncias finalmente foram escutadas pela ONU.

Devemos destacar que o papel do Minustah é garantir a ordem no Haiti e não garantir as condições sociais básicas para a população. O problema que há ordem possível no Haiti é conduzida pelos fuzis e tanques. E como toda ordem está serviço de alguém ou algo, e essa ordem está a serviço das multinacionais e da elite econômica local. É muito triste, mas vem sendo isso que acontece no Haiti. E é dever da imprensa alternativa e progressista denunciar tal situação e exigir mudanças, a começar pela saída das tropas do Brasil daquele país.

As denúncias contra o Minustah
A Missão de Paz foi criada pela ONU em 2004. O contingente militar, liderado pelo Brasil, é integrado por 7.060 soldados e oficiais de diversos países. Cerca de 1,2 mil militares brasileiros estão no Haiti.O comandante da tropa da ONU é o general Floriano Peixoto Vieira Neto.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Países andinos são tema de debate hoje do SINPRO-Rio



O Fórum América, espaço de debate permanente do SINPRO-Rio (Sindicato dos Professores da cidade do Rio de Janeiro) está organizando o debate Países andinos: nacionalismos e transformações sociais.

O debate tratará sobre o contexto sociopolítico da Revolução Bolivariana e os desafios do presente; o protagonismo dos povos indígenas e dos movimentos sociais na Bolívia e no Equador; a nova polarização entre esquerda e direita na Bolívia; e as perspectivas de transformação das relações políticas e econômicas na região.

O debate acontecerá em dois dias:
DIA E HORÁRIO • Sexta-feira, 25 de setembro, às 19h
LOCAL • Subsede Campo Grande (auditório)
Rua Manaí, 180 (ao lado da Moacyr Sreder Bastos) Tel.: 2415-4686

DIA E HORÁRIO • Segunda-feira, 28 de setembro, às 18h30
LOCAL • Sede Centro (auditório do 2º andar)
Rua Pedro Lessa, 35, 3º andar Tel.: 3262-3440

O debate contará com os seguintes palestrantes:
Monica Bruckmann - socióloga e cientista política; pesquisadora da Cátedra e Rede UNESCO/UNU de Economia Global e Desenvolvimento Sustentável (REGGEN) - Campo Grande e Centro;
Marcelo Coutinho - Mestre em Relações Internacionais / UNB e Doutor em Ciências Políticas / IUPERJ. Coordenador do Observatório Político Sul-Americano (OPSA) do IUPERJ - Campo Grande

O evento é GRÁTIS.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Para GT da CLACSO nada indica que a crise tenha chegado ao fundo



"Até o momento nada indica que a crise tenha chegado ao fundo"

por Grupo de Trabalho do CLACSO [*]

Os integrantes do Grupo de Trabalho do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO) sobre "Economia mundial, corporações transnacionais e economias nacionais" reunidos na cidade de Buenos Aires durante os dias 2 e 3 de Setembro do ano em curso com a finalidade de analisar a Crise capitalista mundial, as propostas de superação e seus impactos na América Latina, após um intenso e frutífero intercâmbio de opiniões, manifestam:

1- O comportamento dos principais indicadores económicos e sociais permite afirmar que a economia capitalista mundial se encontra longe de retomar o caminho do crescimento, tal como se tem vindo a afirmar em informações provenientes de centros de poder do capitalismo transnacional, divulgadas profusamente nos meios maciços de comunicação e com aquelas em que se procura minimizar os alcances da crise e a severidade dos seus impactos à escala planetária. Ainda que se esteja na presença de factos que se encontram em pleno processo de desdobramento e cujo desenvolvimento específico pode apresentar variados percursos, até ao momento nada indica que a crise tenha chegado ao fundo e menos ainda que tenha chegado ao seu fim. Se fosse esse o caso, a maioria das estimativas indicam que se assistirá a um longo período depressivo, ou a uma recuperação muito lenta que no melhor dos casos permitirá alcançar, em mais alguns anos, os níveis de produção anteriores à crise e só em meados da década seguinte os níveis de emprego. Em matéria social, a situação é dramática e demonstra que os principais afectados são os trabalhadores e sectores sociais empobrecidos, pois mantém-se a tendência para o aumento do desemprego, à deterioração do rendimento e, em geral, à precarização dos trabalho e uma pauperização crescente que deteriora a qualidade de vida de milhões de pessoas de menores rendimentos.

2- A crise reafirma os fundamentos de uma reprodução do capitalismo a nível mundial baseada na exploração do trabalho e mostra – de forma nua e violenta – seus limites para dar resposta às exigências económicas, políticas, sociais, ambientais e culturais do ser humano. Além disso, revela a sua gigantesca capacidade destruidora de riqueza material e imaterial. Dado o seu carácter e seus alcances geográficos e sectoriais, a crise actual põe em evidência que não se trata de uma simples disfuncionalidade transitória – sectorial ou geográfica – dos mecanismos de reprodução do sistema. A crise contesta de forma certeira a possibilidade uma prosperidade capitalista indefinida, desmente a afirmação do desprestigiado Fundo Monetário Internacional que em 2007 assinalava lapidarmente: "O robusto crescimento mundial perdurará" e liquida o dogm a sobre o fim da história que se havia pretendido impor durante as últimas duas décadas.

3- Ainda que o epicentro da crise tenha sido os Estados Unidos, seus efeitos estenderam-se muito rapidamente à escala mundial e impactaram a totalidade das economias. Ao articular-se a crise com as diversas trajectórias regionais, nacionais e locais da acumulação capitalista, suas configurações específicas são múltiplas e variadas. Estamos na presença de uma crise do capitalismo globalizado com desenvolvidos desiguais e diferenciados, de diferente intensidade sectorial, geográfica e social. No caso da América Latina, são igualmente indiscutíveis os seus efeitos. Para além de matizes, não há país da região que tenha deles escapado. Os processos de neoliberalização impulsionados durante as últimas décadas acentuaram a dependência e forçaram uma reestruturação económica regressiva, provocando uma crescente vulnerabilidade frente ao compo rtamento da economia capitalista mundial. Naqueles países nos quais os projecto neoliberal conseguiu implantar-se com maior intensidade, escorando-se além disso com um correspondente marco jurídico-institucional de tipo neoliberal (Tratado de Livre Comércio com os EUA), os efeitos da crise sentiram-se antes e com maior severidade, sobretudo no emprego. Tal é o caso do México, Chile e Colômbia.

4- A alta dependência de um número importante de economias da região da produção e exportação de produtos energéticos, matérias-primas, produtos ag rícolas gerou efeitos contraditórios. Nos fins de 2008, o epicentro da crise mundial, a queda abrupta dos preços da maioria desses produtos parecia que imporia uma queda drástica da actividade económica externa, uma deterioração das balanças de transacções correntes e de pagamentos, bem como um maior endividamento. Ao reverter relativamente essa tendência, a severidades dos impactos da crise pôde ser atenuada (não evitada), quando se considera o comportamento de alguns indicadores macroeconómicos. Apesar disso, as finanças públicas mostram uma tendência em franca deterioração, a dívida pública e privada continua a aumentar aceleradamente e, em geral, a actividade económica encontra-se d eprimida. Do ponto de vista social a crise acentuou as desigualdades e incrementou a pobreza e indigência na região. O desemprego continua em alta e a precarização do trabalho acentua-se. No imediato, não parece contemplar-se, como já se disse, uma etapa de recuperação sustentada da economia mundial e regional.

5- Dada a importância que os recursos nacional adquiriram na nova geografia da acumulação capitalista a nível mundial e considerando que a América Latina é uma região muito rica deles, a crise estabeleceu a importância da luta por tais recursos, assim como a necessidade da defesa soberana deles. A luta pelos recursos inscreve-se no âmbito das aspirações históricas dos trabalhadores e une-se à exigências de comunidades e povos ancestrais, indígenas e afro descendentes, em defesa dos seus territórios e por uma reorientação substancial da organização económica da sociedade. Enquanto em alguns países a maior parte das rendas que geram tais recursos são transferidas às corporações transnacionais, em outros iniciaram-se processos de apropriação e de manejo soberano que abrem novas possibilidades para pensa estratégias alternativas de desen volvimento e integração na região.

6- A intensidade da crise, assim como as tendências de saída da mesma, guardam uma estreita relação com a situação e a dinâmica da luta social e de classes. Toda crise abre um amplo espectro de possibilidades aos diferentes projectos políticos que decorrem na sociedade. Se a saída da crise representa uma reafirmação e prolongamento dos projectos político-económicos capitalistas, ou se desenvolve opções de projectos não capitalistas, democráticos e populares, ou inclusive socialistas, isso depende essencialmente da acção colectiva organizada dos trabalhadores e dos povos, assim como das suas forças sociais, culturais e políticas. A experiência recente da América Latina, anterior à crise capitalista, indica que a luta social e popular pode produzir mudanças políticas e económicas significativas a favor das classes subalternas, como mostr am as experiências da Venezuela, Equador e Bolívia, que se unem àquela da revolução cubana, com uma trajectória de cinquenta anos de luta e resistência heróica.

7- No início a crise parecia trazer consigo uma mudança na tendência da política económica neoliberal predominante, a ponto de que se chegou a falar de transformações estruturais na ordem internacional e do fim da hegemonia estado-unidense. Na medida em que não se observa até o momento uma mobilização social e popular importante que possa por em causa a estabilidade política do sistema capitalista, as saídas que parecem impor-se inscrevem-se dentro de uma linha de continuidade que, com medidas cosméticas e de engenharia financeira, com uma fortíssima intervenção estatal, busca estabilizar transitoriamente as condições da acumulação capitalista e proporcionar a confiança do grande capital transnacional. Nesse sentido devem compreender-se as operações de salvamento do sector financeiro e de algumas transnacionais da produção dos países d o capitalismo central levadas a cabo com recursos do orçamento público, recorrendo ao aumento explosivo do endividamento pública e à contínua exacção de recursos provenientes dos países da periferia capitalista. A isto soma-se a decisão política de financiar a estabilização relativa do dólar, bem como a ressurreição do Fundo Monetário Internacional decretada pelo G-20. Tudo isso, junto com diferentes medidas nos âmbitos nacionais, deu um alívio conjuntural aos problemas da reprodução capitalista, mas em momento algum significa que o sistema tenha conseguido consolidar uma saída da crise e muito menos condições estáveis e duradouras para um novo ciclo de acumulação e expansão à escala planetária. A crise produziu no imediato uma profunda reorganização do capital, acentuou os processos de concentração e centralização do capital, expropriou os patrimónios de milhões de trabalhadores mo mundo e precarizou ainda mais o trabalho. As política s até agora implementadas apenas conseguem suavizar e adiar impactos mais severos da crise.

8- Independentemente da insuficiente resposta das classes subalternas, a crise capitalista desenvolve objectivamente novas condições para a produção de subjectividades e contribui para a (re)constituição de sujeitos políticos para a mudança, o que se torna crucial para pensar e impulsionar alternativas. Na medida em que a crise interpela o capitalismo e torna evidentes os seus limites, apresentam-se novas possibilidades de instalar propostas político-económicas. Nesse sentido, todas aquelas iniciativas tendentes a uma democratização da ordem económica mundial possuem o maior significado e devem ser acompanhadas. Trata-se, por exemplo, de proposta que buscam contrapor-se à hegemonia do dólar ou defendem uma regulação dos fluxos de capital que imponha limites à especulação financeira e à extracção de recursos da economias da periferia capita lista por parte do grande capital transnacional e que estimulam a participação da comunidade internacional, por exemplo através do G-192. E, em geral, em múltiplas iniciativas surgidas em eventos académicos ou encontros de diversos sectores sociais e populares à procura da construção de projectos alternativos de sociedade.

9- No caso da América Latina, as saídas da crise encontram-se fortemente ligadas aos projectos político-económicos de governo, em jogo durante a última década nos diferentes países da região. Em primeiro lugar, encontram-se as pretensões das classes dominantes e da direita latino-americana de utilizar a crise para impor um novo ciclo de reformas neoliberais, que permita aprofundar a transnacionalização e a desnacionalização das economias, impor um regime de incentivos extremos ao grande capital e prosseguir com processo de redistribuição regressiva de rendimentos, em detrimentos dos fundos de consumo dos trabalhadores. Estas pretensões associam-se à estratégia geopolítica dos Estados Unidos para a América Latina, orientada no sentido de recuperar as posições perdidas durante a última década, recorrendo inclusive à maior militarização d a região, tal como o demonstra o acordo para a utilização de sete bases militares da Colômbia pelas forças militares dos Estados Unidos. Essa é a lógica que explica o golpe militar em Honduras, que condenamos energicamente. Em segundo lugar, encontram-se os projectos políticos dos governos que, sem pretender no substancial uma ruptura explícita com as políticas neoliberais, impõem mudanças de tom e nova ênfase tanto em matéria social como em políticas de produção. Trata-se dos projectos pós-neoliberais que se inscrevem dentro de uma linha neo-desenvolvimentista, confiam nas possibilidades do capitalismo produtivo e nacional, com altos incentivos ao investimento estrangeiro e sem compromissos a fundo com políticas redistributivas. Em terceiro lugar, encontram-se os projectos políticos económicos dos governos baseados numa importante mobilização social e popular, com uma vontade expressa de mudança, a favor de uma ruptura com as políticas até agora im perantes, em defesa de um projecto de soberania, autodeterminação e de novo entendimento da economia e da integração da região e dos povos. Em alguns destes países anunciou-se o empreendimento de transformações rumo ao socialismo e avançaram-se importantes medidas nesse sentido. O destino da América Latina dependerá de como o devir da luta social e de classes na região canaliza as economias e sociedades latino-americanas numa ou outra direcção. Para os sectores progressistas é do maior significado que se possa consolidar os projectos mais comprometidos com as transformações e a mudança a favor das maiores populares.

10- A crise capitalista reafirma a importância para a América Latina de empreender transformações estruturais que revertam décadas de política neoliberal e canalizem a região rumo à melhoria das condições de vida e de trabalho da sua população, que contribuam para impor uma organização da economia para atender as necessidades sociais, económicas, políticas, culturais e sócio-ambientais da população trabalhadora, em harmonia com o ser humano e a natureza, que impulsione processos de integração tendentes a superar enfoques meramente comerciais e incorporem orçamentos de solidariedade, cooperação, complementaridade e internacionalismo, e contribuam para reforçar as condições de soberania e autodeterminação da região, bem como pela busca legítima de uma nova ordem económica internacional, democrática e inclusiva, e permita à Améric a Latina desenvolver uma maior capacidade de influência nas concepções da política internacional. Nesse sentido, os 200 anos de luta pela emancipação social e a independência adquirem novo conteúdo diante da experiência de mudança política que percorre a região para enfrentar a crise capitalista revertendo a equação histórica de beneficiários e prejudicados, assegurando soberania alimentar, energética e exercício pleno da vontade popular.

FIrmas: Alicia Girón (Brasil), Antonio Elías (Uruguai), Carlos Eduardo Martins (Brasil), Claudio Katz (Argentina), Claudio Lara (Chile), Consuelo Silva (Chile), Daniel Munevar (Colômbia), Federico Manchón (México), Gabriel Ríos (Chile), Gastón Varesi (Argentina), Graciela Galarce (Chile), Jaime Estay (México), Jairo Estrada (Colômbia), Jorge Marchini (Argentina), Julio C. Gambina (Argentina), Luis Rojas Villagra (Paraguai), Marcelo Carcanholo (Brasil), Marisa Silva Amaral (Brasil), Orlando Caputo (Chile), René Arenas Rosales (México), Sergio Papi (Argentina), Servando Álvarez (Venezuela), Theotonio dos Santos (Brasil).

O original encontra-se em http://www.argenpress.info/2009/09/declaracion-del-grupo-de-trabajo-de.html

Esta declaração encontra-se em http://resistir.info/ .

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

(Honduras) Retorno de Zelaya reacende protestos


Retorno de Zelaya reacende protestos em Honduras

Jornal Opinião Socialista, 22 de setembro de 2009

• Por Jeferson Choma, da redação - Nesta segunda-feira, dia 21, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, tinha acabado de retornar secretamente ao país. Ele estava refugiado na embaixada brasileira na capital, Tegucigalpa, para onde milhares de manifestantes estavam se dirigindo pedindo o fim do governo golpista.

O retorno de Zelaya reacende as mobilizações contra o golpe. Milhares de pessoas de todos os cantos do país voltam às ruas para exigir o retorno do presidente deposto. Em resposta, o governo golpista de Roberto Micheletti anunciou que todos os aeroportos hondurenhos ficarão fechados. Também foi declarada a extensão do estado de sítio quando foi confirmada a presença de Zelaya na embaixada do Brasil. Os ativistas dos movimentos sociais, sindical e estudantil brasileiros devem permanecer de prontidão para cercar de solidariedade a luta do povo hondurenho.

Logo após o anúncio do retorno de Zelaya, o Opinião Socialista entrevistou Tomas Andino, integrante da Frente de Resistência Contra o Golpe, no momento em que estava na frente da embaixada com outros milhares de ativistas.


Como está a situação neste momento em Honduras?
Tomas Andino – Hoje, chegou secretamente a Tegucigalpa o presidente deposto, Manuel Zelaya, que está refugiado na embaixada do Brasil. Desde então, está chegando uma grande quantidade de pessoas daqui da capital, que está se reunindo em frente à embaixada. Há também milhares de pessoas de outros departamentos do país que estão vindo para cá em caravanas. Vamos fazer amanhã (dia 22) um ato com centenas de milhares de pessoas de todo o país.

Neste momento, o governo da ditadura impôs um estado de sítio para impedir que as pessoas cheguem a Tegucigalpa. Há muito entusiasmo do povo, que está aqui para proteger o presidente. Há uma situação um pouco diferente no exército. Não há muita presença de militares aqui, por enquanto. Suspeitamos que algo, algum tipo de movimento, pode estar ocorrendo internamente nas Forças Armadas.

Neste momento, quantas pessoas estão em frente à embaixada?
Tomas - Há por volta de 8 mil a 10 mil pessoas aqui. Muitos estão dispersos, em piquetes em diferentes ruas e avenidas da cidade. A energia elétrica foi cortada e a água também em toda essa região para tentar dispersar as pessoas. No entanto, com paciência e criatividade, elas estão improvisando uma iluminação. Há um grande entusiasmo. As pessoas não estão amedrontadas, ninguém tem medo, e todos estão dispostos a defender com tudo o que se pode a luta contra o golpe.

Existe algum temor com relação a uma onda de repressão?
Tomas - As pessoas não têm medo da repressão. O governo nos reprimiu duramente por 85 dias, mas o povo aprendeu a suportar e, hoje, existe uma enorme disposição de enfrentar qualquer repressão com seus próprios meios. Não há medo, mas sim disposição de lutar.

Qual é a sua expectativa em relação aos próximos dias de luta contra o golpe?
Tomas - O presidente Zelaya, assim como a OEA [Organização dos Estados Americanos], disseram que seu retorno ao país serve para abrir um diálogo com os golpistas. Mas o povo aqui mobilizado não quer diálogo algum com eles. Queremos derrubar os golpistas. Quando o presidente reassumir suas funções, queremos que todos os deputados e funcionários que participaram deste golpe, que são praticamente todos, sejam punidos. Por isso, a burguesia tem horror a este tipo de mobilização. Os únicos que os protegem são as Forças Armadas. Mas, se o exército é derrotado pela mobilização, poderá se desatar uma revolução democrática no país, cujas consequências serão destrutivas para o atual Estado hondurenho.

FMI teme efeitos da crise sobre a produção


FMI teme efeitos da crise sobre a produção

Monitor Mercantil - Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009

A economia global deverá levar um longo tempo para se recuperar totalmente da crise, mas medidas de estímulo e reformas estruturais devem ajudar a melhorar as perspectivas para o médio prazo, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um capítulo analítico do relatório semestral Perspectivas Econômicas Mundiais, que será divulgado em sua versão completa em 1º de outubro.

"A recuperação deve ser lenta e há preocupações quanto às perspectivas de uma deterioração da produção global no longo prazo, uma vez que as instituições financeiras e os mercados mundiais lutam para restaurar sua habilidade de intermediação e que o desemprego aumenta para níveis elevados", adverte o relatório.

Após examinar 88 crises bancárias nas últimas quatro décadas, o FMI concluiu que a produção econômica normalmente permanece 10% abaixo dos níveis pré-crise sete anos após o período de desaceleração - embora os resultados variem amplamente.

O economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, disse em entrevista que, enquanto as recessões típicas são normalmente seguidas por uma retomada do crescimento, "o que este capítulo pretende é alertar que, em caso de crises bancárias, a retomada não é tão forte".

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Produtividade no setor público supera a do setor privado


O Ipea avaliou a evolução da diferença de produtividade entre esses dois setores entre 1995 e 2006. “Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%”, diz o presidente do instituto, Marcio Pochmann (foto). “Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso: a produtividade na administração pública cresceu 1,1% a mais do que o crescimento produtivo contabilizado no setor privado, durante todo o período analisado”, acrescenta.

Redação - Carta Maior - 25/08/2009

A administração pública é mais produtiva do que o setor privado. Essa foi uma das conclusões a que chegou o estudo Produtividade na Administração Pública Brasileira: Trajetória Recente, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O Ipea avaliou a evolução da diferença de produtividade entre esses dois setores entre 1995 e 2006.

“Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior do que a registrada no setor privado. E essa diferença foi sempre superior a 35%”, afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ao divulgar o estudo. “No último ano do estudo [2006], por exemplo, a administração pública teve uma produtividade 46,6% maior [do que a do setor privado]. O ano em que essa diferença foi menor foi 1997, quando a pública registrou produtividade 35,4% superior à da privada”.

O estudo diz que entre 1995 e 2006 a produtividade na administraç ão pública cresceu 14,7%, enquanto no setor privado esse crescimento foi de 13,5%. “Há muita ideologia e poucos dados nas argumentações de que o Estado é improdutivo, e os números mostram isso: a produtividade na administração pública cresceu 1,1% a mais do que o crescimento produtivo contabilizado no setor privado, durante todo o período analisado”.

Segundo o Ipea, a administração pública é responsável por 11,6% do total de ocupados no Brasil. No entanto, representa 15,5% do valor agregado da produção nacional. “A produção na administração pública aumentou 43,3% entre 1995 e 2006, crescimento que ficou mais evidente a partir de 2004. No mesmo período, os empregos públicos aumentaram apenas 25%. Isso mostra que a produtividade aumentou mais do que a ocupação”, argumentou o presidente do Ipea. "Esse estudo representa a configuração de uma quebra de paradigma, porque acabou desconstruindo o mito de que o setor público é inefici ente”, defendeu Pochmann.

Entre os motivos que justificariam o aumento da eficiência produtiva da administração pública, Pochmann destacou as recentes inovações, principalmente ligadas às áreas tecnológicas que envolvem Informática; os processos mais eficientes de licitação; e a certificação digital, bem como a renovação do serviço público, por meio de concursos.

O presidente do Ipea lembrou ainda que as administrações estaduais que adotaram medidas de choque de gestão, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, não constam entre aquelas com melhor desempenho na produtividade. "Ou tiveram ganho muito baixo, ou ficaram abaixo da média de 1995 a 2006", afirmou, ressalvando que essa comparação não era objetivo do estudo, mas foi uma das conclusões observadas.


Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16123&alterarHomeAtual=1

Hoje é o Equinócio


Hoje, 22 de setembro é o equinócio. Esse ano coincidiu com o início da primavera no hemisfério sul e do outono no hemisfério norte. Hoje o dia e a noite, tanto no hemisfério sul quanto no norte, tem o mesmo número de horas.

Em astronomia, equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, em sua órbita aparente (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto onde a eclíptica cruza o equador celeste.

A palavra equinócio vem do Latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol (alvorada ou dilúculo) é o instante em que metade do círculo solar está acima do horizonte e o pôr do Sol (crepúsculo ou ocaso) o instante em que o círculo solar encontra-se metade abaixo do horizonte.

Com esta definição, o dia e a noite durante os equinócios têm igualmente 12 horas de duração.

Os equinócios ocorrem nos meses de março e setembro e definem as mudanças de estação. No hemisfério norte a primavera inicia em março e o outono em setembro. No hemisfério sul é o contrário, a primavera inicia em setembro e o outono em março.

Os equinócios se contrapõem ao solísticios. Esses são quando ou a noite ou o dia tem mais horas do que o outro. São dois os solísticios anuais, o do inverno e do verão.

Essas não são curiosidades astronômicas. As sociedades tradicionais eram regidas pelos ritmos da natureza. Mas também a sociedade capitalista também tem como referência os eventos astronômicos. Várias de nossas tradições são determinadas assim.

Os solísticios nas sociedades de tradição cristã determinam o Natal e o dia de São João.

Mais informação veja: Wikipédia

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

21 de setembro: Dia Nacional de Luta das Pessoas Deficientes


Hoje, segunda-feira, 21 de setembro, é o Dia Nacional de Luta das Pessoas Deficientes.

Como se comemora também do Dia da Árvore, o 21 de Setembro foi escolhido para representar o nascimento das reivindicações de cidadania e participação plena em igualdade de condições das pessoas com necessidades especiais.

No Brasil, de acordo com dados do IBGE, 24,5 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência (14,5% da população do país).

A luta das pessoas com deficiência é nossa luta. É parte da luta pela auto-emancipação dos trabalhadores.

domingo, 20 de setembro de 2009

Um pouco de José Saramago, para quem não viu

Dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, falam como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. O escritor e prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermeto Paschoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros, fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade ­ se é que ela é a mesma para todos. O filme "Janela da Alma", tem direção de João Jardim e co-direção de Walter Carvalho.



http://www.youtube.com/watch?v=EyOcrtCwekM

(Correios) Vinte e dois sindicatos decidem continuar a greve nacional nos Correios.

CTB e CUT traem trabalhadores do Rio e impõem o fim da greve

Heitor Fernandes*,

Rio de Janeiro - Na noite de sexta feira, 18/9, após uma passeata com mais de 1.500 trabalhadores, a direção do sindicato do Rio de Janeiro, dirigido pela CTB, operou uma infinidade de manobras e impôs a aceitação do acordo coletivo com validade para dois anos e o fim da greve, anunciando uma possível derrota sem precedentes na história do movimento sindical nos correios.

Já na assembléia da noite anterior a CTB e a CUT queriam aceitar o acordo bianual e acabar com o movimento. Os dirigentes do sindicato anunciaram na imprensa o fim da greve e percorreram os locais de trabalho intimidando e ameaçando os trabalhadores que bravamente garantiam os piquetes. Com argumentos mentirosos diziam que a greve estava fraca em todo o país e só no Rio de Janeiro a proposta estava sendo recusada. Insultavam os militantes da Oposição Nacional Conlutas de todas as formas diante de nossa intransigente defesa contrária ao acordo bianual e nossa organização de centenas de trabalhadores enfurecidos que entoavam a palavra de ordem: “Dois anos não, sindicato pelegão!”

Um diretor do sindicato conhecido como Azevedo agrediu um militante da Conlutas com coices e cabeçadas quando este subiu no carro de som para dividir a fala com um trabalhador de base. Outro diretor conhecido por Cláudio Lobinho, tirou sua pele de cordeiro e percorreu os Centros de Distribuição na Zona Oeste ameaçando os carteiros nos piquetes dizendo que ele estava garantido e “blindado” por ser diretor do sindicato, mas “a base tinha mais é que se foder”. Repetindo o discurso que aprenderam no curso em parceria com o diretor regional dos Correios do Rio, os diretores do sindicato Ronaldo Leite, Marcos Sant'águida, Anizio e Cláudio Lobinho ameaçavam que os dias seriam descontados e mentiam que a ECT já tinha entrado com ação no TST.

Na manhã de sexta-feira a direção do sindicato percorreu os locais de trabalho com baixa adesão à paralisação, convocando para a passeata os trabalhadores que furavam a greve. Com o cartão de ponto batido os trabalhadores foram liberados pelos chefes e rumaram para a assembléia realizada na Cinelândia. Durante a passeata os militantes da Conlutas foram impedidos de subir no carro de som, somente a CUT e CTB. Após o fim da passeata, onde só foram permitidas dez falas no carro de som, foram seis da CUT-CTB favoráveis ao acordo bianual e quatro contrárias, dentre estas uma da Conlutas.

Pela imprensa a diretoria do sindicato já declarava o previsto fim da greve e afirmava que precisaria “explicar” a proposta à categoria, mas era apenas o ardil necessário para acabar com a greve. Confusos e sem as “explicações” prometidas dois terços dos trabalhadores presentes na assembléia caíram na cilada armada pela direção do sindicato e votaram pela aceitação do nefasto acordo bianual e saída da greve.

O objetivo da CTB e CUT está muito claro: assinar um acordo com validade de dois anos, para que no ano que vem não ocorra nenhum conflito dos trabalhadores com o governo Lula e sua candidata a presidente da república e demais candidatos.
Outro objetivo dos sindicalistas governistas é facilitar o projeto da direção da ECT e do governo na transformação da empresa em Correios S/A. O diretor do sindicato Marcos Sant'águida, já está sendo chamado de “Marquinhos S/A”, pois é um ferrenho defensor da transformação da ECT em sociedade anônima. Já está claro que o objetivo entre os sindicalistas governistas é pegar uma boquinha como membros do Conselho de Administração da nova empresa privatizada. Pois, conforme o parágrafo único do artigo 40 da Lei das S/A (6.404), incluído por FHC e mantido por Lula, está prevista a “participação no conselho de representantes dos empregados, escolhidos pelo voto destes, em eleição direta, organizada pela empresa, em conjunto com as entidades sindicais que os representem.”

Sabemos que luta de classes é dinâmica e a história se repete como farsa ou como tragédia. Este pretenso acordo coletivo bianual, se implantado, poderá se tornar um modelo para as demais categorias em luta, como bancários, petroleiros, metalúrgicos, o que seria uma derrota imposta pelo governo de frente popular ao conjunto dos trabalhadores brasileiros.

Caso as direções da CUT e CTB tivessem realmente compromisso com os interesses da classe trabalhadora a postura mais coerente seria a convocação de nova assembléia no RJ para retomada e fortalecimento da greve que se mantem forte e resistente na maioria dos 35 sindicatos dos trabalhadores dos Correios.


Saudações Com Lutas!

* Heitor Fernandes (Oposição Conlutas) - Secretário de Assuntos Sócio-Econômicos da FENTECT

sábado, 19 de setembro de 2009

Apesar de passado o pior da crise o Brasil desperdiçou a oportunidade de superar seus problemas

Brasil desperdiçou oportunidade

SEM TER MUDADO RUMO DA ECONOMIA, PAÍS ENFRENTA RISCO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE BAIXOS VALORES

Jornal Monitor Mercantil- quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Câmbio, custo do investimento, reprimarização da pauta de exportações, desindustrialização são problemas estruturais da economia brasileira anteriores à crise que se agravaram a partir da quebra do banco Lehmon Brothers, há um ano. O governo, no entanto, parece não ter aproveitado a crise para superar tais problemas estruturais, na opinião de analistas ouvidos pelo MM.

Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o problema da reprimarização da pauta de exportações até se agravou: "A reprimarização se acentuou porque, antes da crise, havia demanda, que acabava nos beneficiando, independentemente da baixa competitividade imposta pelo câmbio sobrevalorizado e outros fatores. Claramente, estamos mais dependentes das vendas de commodites", critica.

Castro observa que, na crise, é normal que o investimento caia, mas, estruturalmente, o cenário é o mesmo: "O país apenas passou por um spa e ficou mais magro. O câmbio hoje está no mesmo patamar de antes da crise", resume.

De acordo com o Banco Central, em 15 de setembro de 2008, o dólar valia R$ 1,8117, valor corrigido pela inflação.

Já o economista Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, afirma que o Brasil perdeu a chance de reduzir o grau de liberalização financeira e abandonar a política macroeconômica baseada em metas de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal: "O nível de renda per capta permanecerá constante este ano, enquanto outros países mantiveram-se em evolução. Ou seja, é mais um ano perdido para o Brasil", critica.

O câmbio e o custo dos investimentos no Brasil foram apontados como as principais preocupações da indústria no momento pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, que participou de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

(Correios) Trabalhadores decidem pela continuação da greve

20 sindicatos, pelo menos, votaram em suas assembleias pela continuidade da greve e não aceitam negociar o reajuste por dois anos como proposto pelo governo.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,funcionarios-dos-correios-mantem-paralisacao,436824,0.htm

Cineclube em Niterói

No dia 24 de setembro, às 13h30, o Cineclube ASPI–UFF apresentará o filme “Nunca te Vi, Sempre te Amei” (“84, Charing Cross Road”), de David Jones (1986), estrelado por Anne Brancroft e Anthony Hopkins.

Após exibição, com entrada franca, a produção inglesa terá comentários da professora Dalva Regina dos Prazeres Gonçalves.

A ASPI-UFF (Associação dos Professores Inativos da Universidade Federal Fluminense) fica na Rua Passo da Pátria, 19, São Domingos, Niterói. Próximo aos campi do Gragoatá e da Praia Vermelha.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Lançamento do livro "A proletarização do trabalho docente"

A Conlutas está lançando o livro "A proletarização do trabalho docente" organizado por seu GT de Educação. O lançamento acontecerá dia 18 de setembro, sexta-feira, às 18h no auditório do Sindepetro-RJ, Avenida Passos,34, Centro, Rio de Janeiro.

Pré-sal é tema de debate na Universidade Federal Fluminense

Na quinta-feira, 24 de setembro, às 19h, no Teatro da UFF, o pré-sal será tema de discussão no UFF Debate Brasil, sessão mensal de debates ao grande público com entrada franca. A camada de pré-sal é a denominação da faixa de petróleo considerada de alta qualidade e está localizada na costa brasileira, entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina, a sete mil metros de profundidade.

A Petrobras afirma ter tecnologia suficiente para extrair o óleo, entretanto, acredita-se que somente em 2016 essas reservas serão exploradas em larga escala. A descoberta tem provocado discussões em todo o país, e muitos defendem novos modelos de regulação para preservar parte dessa riqueza para o Brasil.

Participam do debate o ex-reitor da UFF e atual secretário municipal de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói, José Raymundo Martins Romêo; o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Fernando Leite Siqueira; o engenheiro e conselheiro da Federação Brasileira de Associações de Engenheiros, Paulo Metri; e o professor titular da Escola de Engenharia da UFF, Fernando Mainier.

Haverá transmissão ao vivo pela Unitevê, o canal universitário de Niterói e São Gonçalo (17 NET), e pela internet www.uff.br/uniteve. A classificação etária é de 12 anos. O Teatro da UFF localiza-se na Rua Miguel de Frias 9, Icaraí, Niterói. Outras informações pelo telefone 2629-5030 ou pelo site www.centrodeartes.uff.br.

Fonte: UFF Notícias

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Americanos confiam cada vez menos na imprensa

A manipulação das notícias feitas pela grande imprensa está cada vez mais visível pelas pessoas. Nos EUA a confiança na imprensa está diminuindo, foi o que apontou uma pesquisa de opinião. Para as pessoas falta objetividade, independência e correção. Outra coisa a internet está superando a imprensa escrita como meio de informação dominante.

Fonte: AFP (segunda-feira, 14 Setembro)

A confiança na imprensa está diminuindo nos Estados Unidos, onde um número cada vez maior de americanos considera a cobertura das notícias errada ou subjetiva, segundo uma pesquisa publicada nesta segunda-feira.

Apenas 29% das 1.506 pessoas entrevistadas pelo Pew Research Center entre os dias 22 e 26 de julho acreditam na veracidade das notícias divulgada pelos meios de comunicação, contra 63% que pensam o contrário.

Da mesma forma, 60% dos entrevistados consideram que falta objetividade aos meios de comunicação, contra 45% em 1985. Apenas 20% dos americanos acreditam que os meios são independentes do poder, e 21% que eles estão dispostos a reconhecer seus erros.

A pesquisa ainda revelou que a televisão continua sendo o meio de informação dominante nos Estados Unidos (71%), antes da Internet (42%) e da imprensa escrita (33%).

terça-feira, 15 de setembro de 2009

EUA repetem trajetória da Grande Depressão

Para historiador, assim, como nos anos 30, muitos, agora, "enxergam recuperação"

Fonte: Jornal Monitor Mercantil, 14 de setembro de 2009

Um ano após a quebra do Lehman Brothers, o historiador Steve Fraser, estudioso do tema Wall Street, destaca ter sido a ação dos governos que evitou a derrocada completa dos mercados financeiros. Mas alerta ser prematuro dizer que tudo está bem.

Ele destacou que a atual melhora dos Estados Unidos assemelha-se a ensaios de recuperação ocorridos nos anos 30, durante a Grande Depressão.

E adverte para o risco de o país se arrastar daqui para frente também em ritmo letárgico, "muito pior do que lento". Em fevereiro de 2008, sete meses antes da quebra do Lehman, o historiador dissera que a crise com as hipotecas de segunda linha poderia jogar os EUA em forte declínio e comparara a situação com as circunstâncias que culminaram na crise de 1929.

Em setembro do mesmo ano, a quebra do Lehman deflagrou o processo previsto por ele. Em 14 de setembro de 2008, um domingo, o Lehman Brothers preenchia os papéis para dar entrada no Capítulo 11, o de falências nos EUA. Na segunda-feira, os mercados financeiros abriram sob a sombra e os efeitos devastadores do colapso da instituição.

Um ano após, Fraser observa que, durante a Grande Depressão, "houve diversos momentos de recuperação, mas que não eram recuperação real, apenas pareciam ser". E lembra que, antes de Franklin Roosevelt assumir, em março de 1933, o primeiro mandato como presidente dos EUA, uma recuperação branda tivera início em 1932 e avançava nos primeiros meses do ano da posse presidencial. Então, recordou, muitos concluíram que a economia se estabilizara e rumava para cima:

"Mas este não foi caso", destacou, observando que o mesmo sentimento se repetiu, mas houve novas recaídas em 1937 e 1938: "É esta a razão pela qual chamamos a década inteira de década da depressão, ainda que tenha havido momentos intermitentes de reavivamento."

A mídia e o bancos

A reportagem da Folha de São Paulo de primeira página do último domingo detona os bancos públicos federais, que teriam elevados suas tarifas para compensar os juros mais baixos que o governo lhes teria "obrigado" a cobrar, e portanto teriam ficado com as tarifas maiores do que dos bancos privados.

Contudo, há algo errado bem visível ao leitor mais atento. Quando se verifica a tabela sobre tarifas, por sinal, montada pelo próprio jornal, observa-se que todos os bancos particulares possuem pacotes de tarifas acima aos pacotes praticados pelos bancos públicos.

A intenção do jornal era a crítica dura ao governo ao mesmo tempo que defende os bancos privados. Porém, o que de fato vemos é que há uma intensa promiscuidade entre os bancos e a grande imprensa. E uma forte ímpeto pela manipulação jornalística.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ministro francês e chefe da France Telecom discutirão suicídios

sábado, 12 de setembro de 2009

PARIS (Reuters) - O ministro do Trabalho francês, Xavier Darcos, convocou uma reunião com o presidente da France Telecom para discutir uma onda de suicídios na empresa, antes estatal e que detinha o monopólio no setor.

Os sindicatos relacionam os suicídios ao processo de reestruturação e à pressão no trabalho.

Os sindicatos pediram a intervenção do Estado após outro funcionário ter se matado na sexta-feira. Uma fonte no sindicato diz que a mulher de 32 anos se jogou de uma janela no quarto andar após uma reunião de trabalho.

A sua morte elevou o número de suicídios a 22 desde o início de 2008, segundo um site criado por sindicatos. Houve ainda 13 casos de tentativa de suicídio. O site informa, no entanto, que não há estatísticas oficiais para os casos, nem da companhia.

O encontro com o CEO Didier Lombard acontecerá no início da próxima semana, afirmou neste sábado o porta-voz do Ministério do Trabalho.

"O objetivo do encontro é avaliar tudo o que pode ser feito para remediar a onda de suicídios que está acontecendo na France Telecom", afirmou.

"Nós temos que ser cautelosos, mas ativos nesta questão."

O Estado francês ainda mantém 27 por cento do capital acionário da France Telecom depois que o grupo foi privatizado na década de 1990.

O diretor da área de recursos humanos da France Telecom disse a um jornal francês que ofereceu apoio psicológico aos colegas da mulher que se matou e que escreveu a médicos da empresa pedindo a eles que indiquem funcionários que estejam em uma "situação delicada".

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domingo, 13 de setembro de 2009

"A utilidade do estudo teórico da economia soviética", artigo clássico de E. Preobrazhensky

Nada como uma tarde de domingo do que ler um bom livro.

Então apresentamos um artigo de E. Preobrazhensky "A utilidade do estudo teórico da economia soviética". Infelizmente para os nativos em língua portuguesa está em espanhol.

Aqui no blog procuramos disponibilizar sempre textos deste autor, economista e bolchevique, e em breve postaremos muitos outros.

Boa leitura.

La Utilidad Del Estudio Teorico de La Economia Sovietico

Crise econômica continua apesar de dados positivos, diz FMI

sábado, 12 de setembro de 2009

BERLIM (Reuters) - A crise econômica global continuará e é preciso fazer mais para implementar normas no mercado financeiro, disse a uma revista alemã o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, no sábado.

"A crise continuará, apesar de Alemanha e França terem tido bons resultados no segundo trimestre", disse o diretor do Fundo Monetário Internacional, segundo texto que antecipa artigo que será publicado no domingo.

"É justo dizer que não foi feito o suficiente. Espero que a reunião do G20 em Pittsburgh dê novo impulso", acrescentou.

Strauss-Kahn disse ainda que é possível que o nível de desemprego alcance seu pico em meados de 2010.

sábado, 12 de setembro de 2009

O lado oculto do sonho americano

Jornal Monitor Mercantil sexta-feira, 11 de setembro de 2009
www.monitormercantil.com.br


EUA JÁ TÊM 40 MILHÕES DE POBRES, NÚMERO EQUIVALENTE À POPULAÇÃO DA ARGENTINA

A crise elevou o número de pobres nos Estados Unidos para cerca de 40 milhões de pessoas, em 2008. Esse total representava 13,2% da população do país e equivale praticamente à população da Argentina. A informação constam de relatório do Escritório do Censo norte-americano. Em 2007, os pobres eram de 12,5% da população do país.

O aumento da pobreza no país entre 2007 e 2008 é o maior desde 1997. Ainda segundo o relatório, o número de pessoas sem seguro médico alcançou 46,3 milhões, ano passado. Apesar dos números, o Partido Republicano e setores mais conservadores do Partido Democrata resistem à ampliação do serviço de saúde para a população.

A renda média familiar anual recuou 3,6%, entre 2007 e 2008, para pouco mais de US$ 50 mil.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Da guerra, por Fiori

Valor Econômico - José Luís Fiori - 09/09/2009

Entre 1495 e 1975, as grandes potências estiveram em guerra durante 75% do tempo, começando uma nova a cada sete ou oito anos. Mesmo nos anos mais pacíficos desse período, entre 1816 e 1913, essas potências fizeram cerca de 100 guerras coloniais. E, ao contrário das expectativas, a cada novo século houve mais guerras do que no século anterior. (J. Levy, "War in the modern Great Power System", Ky Lexington, 1983) Por isso, pode-se dizer que as guerras foram a principal atividade dos Estados nacionais europeus, durante seus cinco séculos de existência e, agora de novo, o Século XXI já começou sob o signo das armas.

Mas, apesar disto, segue sendo um tabu falar e analisar objetivamente o papel das guerras na formação, na evolução e no futuro do sistema interestatal capitalista que foi "inventado" pelos europeus nos Séculos XVI e XVII e só se transformou num fenômeno universal no Século XX. Talvez porque seja muito doloroso aceitar que as guerras não são um fenômeno excepcional, nem decorrem de uma "necessidade econômica". Ou porque seja difícil entender que elas seguirão existindo, mesmo que não ocorram enfrentamentos atômicos entre as grandes potências, porque não precisam ser travadas para cumprir seu "papel" dentro do sistema interestatal. Basta que sejam planejadas de forma complementar e competitiva.

À primeira vista, tudo isso parece meio absurdo e paradoxal. Mas tudo fica mais claro quando se olha para o começo desta história e se entende que o sistema mundial em que vivemos foi uma conquista progressiva dos primeiros Estados nacionais europeus. E desde os seus primeiros passos, esse sistema nunca mais deixou de se expandir, "liderado" pelo crescimento competitivo e imperial de suas grandes potências, que lutam para manter ou avançar sua posição relativa dentro do sistema. Por isso, tem razão o cientista político norte-americano John Mearsheimer, quando diz que "as grandes potências têm um comportamento agressivo não porque elas queiram, mas porque elas têm que buscar acumular mais poder se quiserem maximizar suas probabilidades de sobrevivência, porque o sistema internacional cria incentivos poderosos para que os Estados estejam sempre procurando oportunidades de ganhar mais poder às custas dos rivais...". (Mearsheimer, "The tragedy of the great powers", 2001: 21).

Nesse processo competitivo, a guerra, ou a ameaça da guerra, foi o principal instrumento estratégico utilizado pelos Estados nacionais para acumular poder e definir a hierarquia mundial. E as potências vencedoras - que se transformaram em "líderes" do sistema - foram as que conseguiram conquistar e manter o controle monopólico das "tecnologias sensíveis", de uso militar. Mas essa competição por tecnologia e pelo controle monopólico dos recursos bélicos deu origem à uma dinâmica automática e progressiva de preparação contínua para as guerras, numa disputa que aponta todo o tempo na direção de um império único e universal.

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

09/09 de 1944: 65 anos do Governo Socialista na Bulgária

Hoje no cabalístico 09/09/09 fazem exatamente 65 anos da formação do primeiro governo socialista na Europa Oriental, a ascensão ao poder pelos comunistas na Bulgária, a chamada Revolta Nacional de 9 de Setembro ou Revolução Socialista de 9 de Setembro.

Em 1944, os comunistas da Bulgária, com a cobertura do Exército Vermelho (soviético) e sob apoio direto da guerrilha de resistência - que haviam recém-liberado o país das tropas nazistas e do governo fantoche -, formam um governo socialista, em aliança com os social-democratas. Com isso a Bulgária transformou-se na primeira "república democrática" ou república popular, nome como ficou conhecido o sistema político híbrido nos países da Europa Oriental, nos anos posteriores a Segunda Guerra Mundial.

(Humor) Dia Especial:09/09/09

Aos superticiosos e místicos hoje é dia 09/09/09
dia 09 de setembro (mês 9) do ano de 2009 (ano 9)

Felicidades para todos crentes e céticos!!!

Trabalhadores e estudantes do Triângulo Mineiro em reorganização

No sábado, 12/09 os trabalhadores e estudantes de Uberlândia e Triângulo Mineiro vão se reunir na UFU para discutir sua organização e lutas.

SEMINÁRIO DE REORGANIZAÇÃO SOCIAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Estamos vivendo um momento caracterizado pela reorganização social no país diante a ofensiva neoliberal que caracterizou a conjuntura nacional e internacional nos últimos 20 anos. Essa conjuntura caracterizada pelos ataques à previdência pública, à educação pública, à saúde pública e aos direitos trabalhistas, contou com a inércia e a acriticidade da Central Única dos Trabalhadores (CUT) a essas e outras políticas neoliberais do governo Lula.

Mas desde o início do Governo Lula, em 2003, setores da esquerda brasileira não se furtaram em fazer a crítica às políticas neoliberais desse Governo e não se furtaram em realizar mobilizações nacionais e regionais em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras dessa país. Essas lutas foram protagonizadas pela Coordenação Nacional de Lutas Sociais (CONLUTAS), pela Intersindical, por algumas pastorais operárias, por sindicatos nacionais, e por diversos setores do movimento estudantil e do movimento social.

Durante esse período esses setores não deixaram de colocar em pauta a necessidade de construir um mundo socialista, apresentando a idéia de que a única estratégia para superar os inúmeros e profundos problemas sociais existentes hoje no Brasil e no mundo, é a luta internacional pela destruição do capitalismo.

Nesse sentido, diante a fraguimentação e às dificuldades concretas que essas organizações encontram na luta contra as políticas neoliberais, na luta pela reforma agrária e urbana, na luta contra os transgênicos e na luta contra a destruição devastadora do meio ambiente; iniciou-se um debate visando à construção de uma nova Organização Social que aglutine esses setores e que contribua na organização das futuras lutas sociais.

Essa atividade ocorrerá em várias cidades e regiões do país, e em Uberlândia será realizada no dia 12 de Setembro. Convidamos todos os militantes, ativistas, sindicatos, entidades estudantis, organizações populares e movimentos sociais do campo e da cidade a contribuírem na construção desse processo que aponta para um novo marco na história das lutas sócias no Brasil.


DATA: 12 de Setembro de 2009 - SÁBADO HORÁRIO: 9 horas às 17 horas

LOCAL: Universidade Federal de Uberlândia – Campus Santa Mônica - BLOCO 3Q - SALA 110

ÔNIBUS DO TERMINAL CENTRAL: T131 DESCER NA ESTAÇÃO 6

Após o Seminário todos estão convidados a participar do Buteco dos Lutadores. Traga sua Bandeira e seu Violão!!

CONTATOS: BETÂNIA (34) 8807-1585 / MÁRIO (34) 9945-3174

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A América Latina vista por Eduardo Galeano

Prezado camaradas,

Este é um vídeo gravado de uma fita VHS, foi produzida em 1988, a qualidade da análise do uruguaio Eduardo Galeano que de uma forma bastante precisa e atual contextualiza as lutas sociais e os efeitos do imperialismo na américa latina sobre a sua cultura e história.

Considerado um dos intelectuais mais importantes do mundo, Galeano além de ativista político, escreve romances e poesias.


Abraços, saudações.


http://www.youtube.com/watch?v=IA80TYNdAN4

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Geo-história, Annales e Braudel

A História e a Geografia não compartilham apenas assuntos e métodos. Além de contribuir em muito para muitas ciências sociais, especialmente a Economia, a Antropologia, a Sociologia, Ciência Política e Relações Internacionais e quando tratadas combinadas como Geo-história são a primeira tentativa efetiva de transdisciplinariedade no pensamento social, e apesar de tal visão parecer bem moderna, é praticada desde o início do século XX.

Sob a influência da Escola dos Anais, a academia brasileira estruturou inicialmente ambas ciências sob um só curso, o que perdurou nas universidades por aqui até a metade do século passado. Mas também sob a influência dessa visão comum herdada dos Annales, Fernand Braudel, grande inspiração da moderna Teoria dos Sistemas-mundo, concebeu a temporalidade histórica de maneira distinta da História convencional, sendo os fenômenos sociais vistos sob o ângulo da temporalidade histórica-cultural e territorial.

Leiam abaixo parte da matéria da Revista História da Biblioteca Nacional.


Irmãs quase inseparáveis

História e a Geografia partilharam temáticas semelhantes até meados do século XX. Influenciadas pelos Annales, universidades brasileiras reuniam as duas disciplinas em um único curso.

Alexandre Camargo

História e geografia são frequentemente lembradas como áreas muito próximas, em especial quando se abordam assuntos como industrialização, urbanização e globalização. As duas disciplinas também são responsáveis por apresentar aos jovens a organização do homem em sociedade e o clássico problema da relação entre liberdade e condicionamento das ações. Questões já presentes no horizonte da primeira geração dos Annales, movimento historiográfico francês do início do século XX cuja “idade de ouro” se confunde com o apogeu da simbiose entre história e geografia.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Aniversário do suicídio de Vargas

matérias da Alexia.TV

http://www.alexia.tv

ANIVERSARIO DO SUICÍDIO DE VARGAS. HOMENAGEM DE ALEXANIA TV DIGITAL AO GRANDE ESTADISTA DO SECULO XX, por PAULO TIMM - "O ÚLTIMO GETULISTA"...

24/08/2009 - 18:55
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS : "O PENSAMENTO DE VARGAS E SEU DESOBRAMENTO NA SOCIEDADE BRASILEIRA"

24/08/2009 - 18:46
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS : ' O PROBLEMA REGIONAL NO BRASIL, MEXICO E ARGENTINA...", por Claudia Wasserman

24/08/2009 - 18:43
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS: ' VARGAS INVERTEU O JOGO DO PODER QUANDO SE MATOU ' - Entrevista com Angela Maria Castro Gomes

24/08/2009 - 18:39
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS: AS PALAVRAS DE VARGAS - Videos

24/08/2009 - 18:37
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS: ' VARGAS É PRESENÇA CONSTANTE NO CORDEL, por Érica Alves da Silva

24/08/2009 - 18:14
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS: ' ESTRATÉGIAS DE DES. NO 2º GOVERNO VARGAS

24/08/2009 - 18:10
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS: A ATUALIDADE DE VARGAS NA LUTA CONTRA O IMPERIALISMO, por Beto Almeida

24/08/2009 - 18:07
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS: OS DISCURSOS DE VARGAS E AS POLÍTICAS SOCIAIS, por Emiliana Vargas

24/08/2009 - 18:04
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS: MÚSICA E POLÍTICA, POR André Luiz Barros

24/08/2009 - 15:52
AVALIAÇÃO DA MÍDIA NACIONAL - 24 DE AGOSTO 09

24/08/2009 - 09:08
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS - O SEGUNDO GOVERNO VARGAS E SUAS CONTRADIÇÕES, por Augusto C. Buonicore

24/08/2009 - 09:06
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS - O LEGADO DA CARTA TESTAMENTO, por Aurélio Fernandes

24/08/2009 - 09:04
HOJE, ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS - UM PROJETO CHAMADO BRASIL, por Flavio Aguiar

24/08/2009 - 09:00
HOJE: ANIVERSÁRIO DO SUICÍDIO DE VARGAS - OUÇAMOS GETÚLIO, de Mauro Santayanna

22/08/2009 - 10:33
BRASÍLIA SABÁTICA : FIQUE POR DENTRO, por Paulo Timm