terça-feira, 30 de junho de 2009

Ameaça de bolha no Brasil com a forte entrada de capitais

O fluxo de investimento estrangeiro no Brasil manteve sua recuperação e voltou a patamares observados antes do agravamento da crise, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. As contas externas do país, por outro lado, voltaram a apresentar saldo negativo em maio, depois de terem registrado, em abril, o primeiro superávit em 18 meses.

Somados os fluxos de capital externo apurados em operações como exportações, importações, pagamento de juros da dívida externa, remessas de lucros ao exterior e gastos com viagens internacionais, o resultado ainda é negativo, ou seja, a saída de dólares supera a entrada -daí o déficit em transações correntes.

Por outro lado, esse déficit é compensado pela entrada de investimentos estrangeiros, especialmente aqueles direcionados ao setor produtivo, que costumam ser feitos por empresas que buscam, no longo prazo, ter lucro com suas operações no Brasil. Entre janeiro e maio, essas aplicações somaram US$ 11,234 bilhões, valor que compensa parcialmente o saldo negativo em transações correntes observado no período.
O fluxo de investimentos diretos tem sido uma surpresa neste ano.

Há mudança no perfil desses investimentos, já que no ano o volume de recursos aplicado na indústria tem superado setores que normalmente atraem mais aplicações externas, como o de serviços. Entre janeiro e maio, o segmento que mais recebeu investimentos estrangeiros foi o automotivo, com um total de US$ 1,960 bilhão. Apesar das dificuldades, é um setor que, no Brasil, os capitalista vêm muito mais potencial para crescer do que nos países desenvolvidos.

Há também aplicações estrangeiras no mercado financeiro doméstico, por meio tanto da compra de ações quanto de títulos de renda fixa, um sinal de maior confiança dos investidores. Em março passado, o BC esperava que essas modalidades de investimento responderiam por uma saída de US$ 10 bilhões do país. Ontem, ao contrário, a projeção foi revisada e a expectativa é de um ingresso líquido de US$ 3 bilhões ao longo de 2009.

Tal situação porém pode apontar o aparecimento de uma bolha especulativa no Brasil à medida que os rentistas internacionais podem estar vendo o país como mercado apenas para compensar as perdas internacionais, e quando tal cenário virar, debandarão em massa. Jogando as bolsas e os títulos para o chão.

Ao mesmo tempo, por um lado, que esse fluxo de entrada de capitais força para cima a taxa de câmbio, valorizando artificial e circunstancialmente o real perante ao dólar, e assim pressionando desfavoravelmente as exportações. Assim as contas externas dependeriam para fechar ainda mais da entrada de capitais, ampliando ainda mais a dependência externa.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Eles são todos iguais

Serra ataca “loteamento” ao lado de Roberto Freire


O governador José Serra saiu dos seus cuidados neste final de semana e compareceu ao 16º Congresso Estadual do PPS (antigo Partido Comunista Brasileiro, hoje linha auxiliar da aliança PSDB-DEM), em Jaguariúna, no interior de São Paulo, a 134 quilômetros da capital.

Foi e voltou de helicóptero e ficou lá apenas 45 minutos, o suficiente para atacar o governo federal e o PT:

“O PT usa o governo como se fosse propriedade privada. Quando o PT foi para o governo, incorporou esse patrimonialismo do partido. Em São Paulo, não existe esse loteamento governamental, ao contrário do federal”.

Não existe? Serra esqueceu-se que estava ao lado do presidente do PPS, Roberto Freire, suplente do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), atualmente ganhando a vida como membro de dois conselhos municipais em São Paulo, embora seja do Recife e more em Brasília.

Ex-candidato a presidente da República, hoje Freire não se elege nem síndico em sua cidade, mas fatura R$ 12 mil por mes para participar de uma reunião mensal e assinar as atas da Emurb (Empresa Municipal de Urbanismo) e da SP-Turismo.

Quem lhe arrumou esta boquinha foi o próprio governador José Serra, em 2005, quando era prefeito de São Paulo. Mantida pelo seu sucessor Gilberto Kassab, a sinecura abriga hoje 58 conselheiros, que custam R$ 4 milhões por ano à Prefeitura.

Quem fez a denúncia, em janeiro deste ano, foi o repórter Fabio Leite, do Jornal da Tarde. Mas, ao contrário do que acontece no plano federal, não mereceu nenhuma repercussão na chamada grande imprensa. Em seu texto, Leite escreveu que esta “bondade administrativa visa acolher aliados e engordar os salários dos secretários municipais”.

Até hoje esta informação não foi desmentida nem se tem notícia de que Roberto Freire, fiel à sua cruzada de paladino da moralidade alheia, tenha aberto mão da bem remunerada boquinha.

Em Jaguariúna, como anfitrião do governador, ele aproveitou para atacar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal, que “não anda no país, o que anda é a corrupção”, segundo noticiário da Folha.

Antes de pegar o helicóptero de volta para São Paulo, Serra, que não foi perguntado sobre a aparente contradição entre o que falou sobre “loteamento” e a condição do conselheiro Freire, ainda garantiu aos ex-comunistas que fará “o possível para atender aos pedidos dos prefeitos do PPS”.



Retirado de http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/
em 29/06/2009 - 11:08

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Comentário recebido do amigo Áureo Leonardo, São Leopoldo-RS

Por favor, não confundam o PCB com o PPS. O PPS foi criado em 1992 e o PCB (Partido marxista-leninista, internacionalista, constituído por quadros e militantes revolucionários diferente de outros que fazem filiação pela internet e pelo 0800 ) estará realizando o seu XIV congresso.

Não tenho tempo para tratar desses assuntos nem entrar em discussões mas abaixo segue alguns fatos históricos.

O X Congresso extraordinário (janeiro de 1992, em São Paulo), montado com o único intuito de, finalmente, levar a cabo as propostas liquidacionistas. O embate se dá entre uma maioria numérica forjada, da qual participavam não filiados ao PCB e membros de outros partidos, e os militantes do Movimento Nacional em Defesa do PCB, isto é, entre os que criam o Partido Popular Socialista - PPS e aqueles que reclamam a continuidade do PCB.
No mesmo instante em que a maioria forjada votava pela liquidação do Partido, os militantes do Movimento Nacional em Defesa do PCB, após exporem sua decisão e objetivo na abertura do espúrio X Congresso, se retiram em passeata até o Colégio Estadual Roosevelt. Ali, foi realizada a Conferência Extraordinária de Reorganização do PCB, que decidiu, por aclamação, pela continuidade do Partido, com manutenção do seu nome e sigla históricos, prosseguindo na luta pelo socialismo.

No youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=QoQEly_K44c

Abraços.

Golpe de Estado em Honduras

por Almir Cezar Filho

Isso em Honduras acontecido ontem se chama Golpe de Estado. As agências de notícias ligadas a burguesia estão dizendo que o presidente daquele país foi apenas "afastado" por supostas descumprimento.

No Brasil, em 64, os militares fizeram a mesma coisa e disseram que em nome da democracia e da manutenção da legalidade. Acusando Jango de violar a constituição.
Zelaya queria fazer uma consulta não um plebiscito. Para pressionar o Congresso a convocar um plebiscito para realizar uma Assembleia constituinte.

O congresso se negou a faze-lo pois seu atual presidente é pré-candidato a presidente.

O Golpe de ontem somente à noite foi legitimado pelo Congresso e Corte Suprema com decisão de "afastamento" e nomeação do presidente do Congresso para substituto.
Contudo, não se pode falar legalmente em "afastamento", não havia anteriormente a ação miliar nenhum sentença judicial ou processo de impedimento aprovado pelo congresso que justificasse o afastamento de Zelaya. Agora tanto o Congresso e Corte suprema do país correm atrás de subterfugios para vestir de 'democracia' um golpe militar.

Zelaya caiu por propor reformas sociais radicais mas sem apoio parlamentar - o que era impossível. Nenhum político quer perder poder, ainda mais se elas são ligados aos ricos. O medo dos militares, empresários e políticos era que Zelaya tinha apoio das massas, e o plebiscito seria o estopim de um forte movimento contra o Congresso.

Zelaya era um governante neopopulista, e como seus similares recentemente espalhados pela América Latina, feria interesses dos poderosos, mesmo quanto benefície alguns outros. Mas por outro lado, não organizou as massas trabalhadoras previamente para elas mesmas fazerem as mudanças, e estarem em prontidão para possíveis ameaças das burguesia.

Zelaya pagou por se propor a ser um intermediário entre as vontades das massas e a institucionalidade, sem romper com a institucionalidade ou propor essas mesmas massas construissem as mudanças.

Essas massas agora estão nas ruas da capital em piquete contra o Golpe, enfrentando tiros, toque de recolher e ameaças.

Espero que consigam reverter o golpe, tal como o povo fez com o golpe contra Chavez de 2001.

Brasil : tendências a re-industrialização e desnacionalização - mudanças aos trabalhadores

por Almir Cezar Filho

Vejam os dados da PIA divulgados pelo IBGE. Obviamente os dados captam a realidade pré-crise, mas essa nova situação não pode ter revestido tal cenário.

Há uma transformação em curso na economia brasileira com uma respectiva recomposição na classe operária, com previsíveis e interessantes impactos na luta de classe futuros. Os números apontam a ampliam do número de empresas atuando justamente nos segmentos econômicos industriais, e particularmente nos setores que constituem os pesos pesados da classe trabalhadora. Setores esses que haviam encolhidos nos anos 90. Isso aponta que no Brasil em breve a classe operária voltará a ser protagonista das grandes mobilizações dos trabalhadores.



Leia a matéria de jornal abaixo.

Brasil ganhou 25 mil indústrias em quatro anos

Fonte: Jornal Monitor Mercantil, 26/06/2009

O número de empresas industriais no país (com cinco ou mais trabalhadores) cresceu em 25 mil, passando de 139 mil para 164 mil entre 2003 e 2007, enquanto o total de trabalhadores ocupados passou de 5,9 milhões para 7,3 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

O salário médio pago nessas empresas aumentou 8,8% em termos reais (descontado a inflação) no período de cinco anos.

Do total de empresas industriais em atividade em 2007, o segmento mais empregador era o de alimentos (18,6% do total de ocupados), seguido por vestuário e acessórios (7,8%), máquinas e equipamentos (6,9%), produtos de metal (6,1%), fabricação e montagem de veículos automotores (5,6%) e calçados e artigos de couro (5,5%) que completam o conjunto de setores que empregaram aproximadamente 50% do pessoal ocupado na indústria.

Naquele ano, os principais destaques no salário médio mensal, em termos de salários mínimos, ficaram com os ramos de refino de petróleo e produção de álcool (9,8 mínimos), seguido por fumo (7), produtos químicos (7), fabricação e montagem de veículos automotores (6,5).

O documento de divulgação da pesquisa informa ainda que, em 2007, as empresas industriais apresentaram receita líquida de vendas da ordem de R$ 1,5 trilhão (uma média de R$ 9,2 milhões por empresa).


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A crise parece ter revertidos apenas temporariamente tal fenômeno de re-industrialização nos setores pesados. Passado o pior da crise no interior da economia brasileira, mas ao mesmo que lá fora a crise não parece ceder, o fluxo de capitais virou. O investimento estrangeiro aumentou disparadamente, e mudou o perfil, de títulos públicos para ações e investimentos diretos. Os rentistas e as transnacionais diante da queda da lucratividades e vendas e deflação dos ativos lá fora procuram inverter capitais por aqui.

lei a matéria abaixo

Investimento estrangeiro sobe; contas externas ficam negativas - Investimento externo é recorde para maio

Folha de S. Paulo - 25/06/2009

País registrou volume de US$ 2,5 bi, o maior para o mês desde 1947; contas externas, no entanto, voltaram a ter saldo negativo

Montadoras lideram no recebimento de recursos estrangeiros para o setor produtivo neste ano, com um total de US$ 1,960 bi

O fluxo de investimento estrangeiro no Brasil manteve sua recuperação e voltou a patamares observados antes do agravamento da crise, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. As contas externas do país, por outro lado, voltaram a apresentar saldo negativo em maio, depois de terem registrado, em abril, o primeiro superávit em 18 meses.

[ para ler toda a matéria clique aqui ]


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Veja que o IED (investimento estrangeiro direto) aumentou apesar da crise, segundo próprios dados do Banco Central, e que esse investimento tem um peso cada vez maior no PIB.

leia outra matéria:


Investimento estrangeiro na produção bate recorde

JORNAL DO COMMERCIO, quinta-feira, 25 de junho de 2009

Recursos externos têm peso cada vez maior em relação ao PIB

A entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no País atingiu US$ 2,48 bilhões em maio, volume recorde para o mês, de acordo com o Banco Central (BC). Foi o melhor desempenho para o mês desde o início da série histórica do BC, mas ligeiramente abaixo da estimativa da autoridade monetária, de US$ 2,6 bilhões. Em maio do ano passado, o ingresso de IED somou US$ 1,31 bilhão.

Os dados divulgados indicam que o peso dos investimentos produtivos estrangeiros no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro está se tornando cada vez maior e não foi afetado pela crise mundial: nos 12 meses encerrados em maio, com U$ 42,3 bilhões investidos, representou 3,08% do PIB, enquanto em igual período anterior de 2008 equivalia a 2,65%. Na mesma base de comparação, era de 2,03% em 2007.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, destacou que o aumento de investimentos diretos mostra que o Brasil tem sido olhado como uma economia diferenciada, e que continuará recebendo aportes. O BC mudou sua previsão para os investimentos estrangeiros no mercado financeiro este ano, de uma projeção de saldo negativo de US$ 10 bilhões para resultado positivo de US$ 3 bilhões em 2009. As aplicações de estrangeiros em ações no País foram a US$ 3,150 bilhões de janeiro a maio.


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Conclusão:

A consequência é um processo de re-industrialização da economia brasileira, mas essa re-industrialização se dá através de um maior peso do capital estrangeiro sobre o montante de capital, um processo que não só apesar da crise, mas talvez acelerado por ela, à medida que provavelmente passado o susto inicial, as transnacionais estão buscando refúgio no Brasil.

Significa dizer, como desdobramento:

Por um lado, uma recomposição na classe trabalhadora, com volta do peso da classe operária fabril, com o consequente futuro re-protagonismo desse segmento dos trabalhadores. Durante as últimas duas décadas essa classe esteve bem recuada nas lutas, devido a própria diminuição numérica.

Contudo, a história mostra que é o setor na classe trabalhadora que quando se mobiliza e organiza é capaz de obter maiores mudanças históricas. Veja seu papel para o fim da ditadura militar e as transformações nos anos 80. Vimos sinais desse novo protagonismo com as últimas greves dos metalúrgicos por salário nos anos de 2007 e 2008 e agora a resistência as demissões e redução salarial.

Mas por outro, também trará a aceleração da desnacionalização da economia brasileira, com um menor comando do capital e do empresariado nacional sobre a dinâmica da economia e uma futura maior internalização das viradas na conjuntura econômica internacional.

Sinais disso foram vistos com o agravamento da crise mundial no fim do ano passado. Enquanto que a economia nacional estava em franca expansão, essa expansão foi abortada pela agravamento externo, que foi trazido à economia doméstica via desaceleração dos investimentos pelas empresas transnacionais, paradas de suas unidades, ampliação da remessa de lucros e redução das exportações.

Mas também, essa desnacionalização foi acompanhada de uma re-industrialização e um novo papel a economia brasileira no sistema mundial, essas duas novas características fazem com que por sua vez a crise econômica não tenha se abatido com tanta força sobre o Brasil como foi em outros países.

Em suma, teremos transformações importantes na dinâmica econômica e na dinâmica social do país. Por um lado, mais suscetível as crises mundiais, porém, embora mais dependente, uma economia com papel mais importante na economia mundial. Por outro, teremos um novo movimento operário, mais fortalecido do ponto de vista objetivo, inclusive para enfrentar os ataques da burguesia em caso de crises.

domingo, 28 de junho de 2009

Golpe de Estado em Honduras

Honduras, país na América Central, cujo presidente recentemente eleito, tenta seguir o estilo político e estratégia de Hugo Chávez. Convocado plebiscito para reformas institucionais para hoje, domingo, 28 de junho, desencadeou ao longo dos dias que antecederam um severa crise política, à medida que os militares parecem ter desobedecido ordens de ajudar na organização do pleito, e partiram para o golpe de estado.

Militares prendem presidente de Honduras

28 de junho de 2009 • 09h47 • atualizado às 11h10

28 de junho de 2009 - EFE

Militares de Honduras prenderam o presidente do país, Manuel Zelaya, neste domingo, informou seu secretário pessoal, Eduardo Enrique Reina. A casa de Zelaya foi cercada por soldados. Cortes de luz foram registrados em diversos pontos do país.

Reina disse à imprensa local que, "com muita preocupação, a Guarda de Honra informou que o presidente foi detido pelos militares e levado a (instalações da) Força Aérea". Além de pedir ao povo e aos políticos hondurenhos que se "manifestem em defesa da democracia", o secretário afirmou que o caso "já foi denunciado à comunidade internacional".

Zelaya foi detido por militares entre 5h e 6h (8h e 9h de Brasília). Não momento da prisão, ele estava no palácio presidencial, que permanece cercado por cerca de 300 soldados. A detenção do chefe de Estado aconteceu aproximadamente duas horas antes do início da "consulta popular" convocada por Zelaya para votar uma reforma constitucional, declarada ilegal por órgãos como o Parlamento e a Suprema Corte.

Pouco mais de uma hora depois da detenção de Zelaya, por volta das 7h (10h de Brasília), a transmissão das rádios foi interrompida por instantes, mas voltou ao normal após alguns minutos. Os meios de comunicação estão pedindo à população que fique em casa e aguarde um comunicado oficial de uma autoridade não especificada.

A recusa das Forças Armadas em colaborar com o presidente na consulta mantinha o país numa situação de crise política há alguns dias. Na quarta-feira, Zelaya destituiu o chefe das Forças Armadas hondurenhas, Romeo Vásquez. Dois dias depois, o presidente disse que Vásquez continuava no cargo e que apenas havia anunciado a destituição do oficial, não chegando a executá-la.

Hondureños llegan a Palacio Presidencial para exigir el retorno del presidente Zelaya


Caracas, 28 Jun. ABN .- Hondureños, de distintos puntos de la capital, se dirigen masivamente, desde temprano horas de la mañana de este domingo, al Palacio Presidencial de Tegucigalpa, Honduras, Manuel Zelaya, en apoyo al presidente de este país, y a exigir su retorno.

Telesur reportó que camiones militares rodean la casa presidencial, y el pueblo Hondureño, continuaba llegando a la Casa de Gobierno, para reclamar a las fuerzas militares el regreso de su presidente que permanece secuestrado, luego de conocerse un golpe de Estado contra su gobierno, perpetrado por militares.

Asimismo, Florencia Salgado periodista de la Casa Presidencial, quien fue rehén de los militares que secuestraron al presidente Zelaya, relató que los militares “nos apuntaron con las armas, en el salón Morasán, y corrían por la casa. Fue algo terrible e inhumano”.

Del mismo modo, exhortó a las organizaciones de derechos humanos a pronunciarse contra este golpe de estado, “y a no permitir esta situación, porque si permitimos esto, mañana nos van a violentar los derechos de todos los hondureños, incluso de los militares”.

La periodista también exhortó a los militares a respetar los derechos humanos.

Por democracia no transportes públicos

continuação do artigo VLT: alternativa de transporte sobre trilhos para os trabalhadores 
                                                                                                                          
por Almir Cezar Filho

Agora, mais do que um discussão sobre qual matriz ou modal de transporte urbana é o melhor, até porque não estamos fazendo aqui uma elegia do VLT (não represento o lobby desse modal nem desejo sê-lo), o que se deve fazer é uma discussão sobre democratização das políticas sobre transporte.

Por democracia no transporte público

Até hoje a organização do sistema de transporte no Brasil é feito em gabinetes da burocracia ou nos corredores dos parlamentos, nunca em plenários de audiências públicas e debate onde estudos documentais tanto estatísticos, teóricos e prospectivos são confrontados. Em geral, os trabalhadores do setor, os usuários e os moradores das comunidades e suas respectivas entidades não são ouvidas. No Brasil sempre imperou a solução de mercado e força dos lobbies das grandes empresas na questão do transporte.

Na metade do século XX com aceleração da urbanização as cidades viram perder seus transportes sobre trilhos, bondes e trens suburbanos, em geral em mãos de empresas estatais ou privadas à beira da estatização para liberação do emprego de linhas de ônibus. Vimos a pulverização do sistema de transporte em cada cidade, sendo portanto controlado por cartéis locais de empresas. Nossas ruas entupidas de linhas de ônibus sobrepostas e o ar poluído pela carburação dos motores à diesel. Enquanto que bairros inteiros sem nenhuma linha ou vítimas de ônibus lotados ou em pouquíssimos horários.

Linhas de ônibus eram criadas não por estudo e licitação de concessão, mas por pedido e permissão de empresas pelos governos municipais e estaduais. Passagens, que deveriam ser tarifadas a partir de decisão do Poder Público, ficaram sujeitos a caixa-preta de planilhas cujos valores de custos são majorados pelas empresas. O direito ao passe-livre a parcela da população que a precisa ficou sujeita ao beneplácito do conluio das empresas e dos tribunais.

Besouro, um herói negro no cinema

Por Almir Cezar Filho

Estou fascinado. Por acaso descobri na internet. Previsto para estreiar no mês de outubro o filme Besouro, de João Daniel Tikhomiroff, produzido pela Mixer e pela Globo Filmes, e distribuído pela Miravista, Veja o trailer de três minutos.

O filme mostra um pouco da vida dos negros brasileiros do início do século XX e mistura com o misticismo afro-brasileiro e a capoeira. Conta a história de um capoerista com poderes mágicos que enfrenta os coronéis do interior da Bahia. Transpõe para a "grande tela" a lenda popular nos meios capoeristas de Besouro Mangangá, dando é claro um tratamento cinematográfico. Está aí o primeiro "super-herói" brasileiro.



sábado, 27 de junho de 2009

Movimentos sociais de Honduras abortaram o golpe

www.vermelho.org.br - 27 DE JUNHO DE 2009 - 16h26

Honduras se prepara para o referendo deste domingo (28), depois de frustrar uma tentativa de golpe contra o presidente José Manuel Zelaya. Com ajuda voluntária de 45 mil pessoas, dos movimentos sociais hondurenhos, o material eleitoral já se encontra nos 15 mil locais de votação.

As cédulas eleitorais foram recuperadas em uma base militar pelo próprio Zelaya, acompanhado de representantes de movimentos sociais, na quinta-feira (25). A ação de surpresa desbaratou um ''golpe de Estado técnico'' de setores da oligarquia hondurenha contra o presidente e o referendo.
[ clique aqui para ler mais ]

István Mészáros é ganhador do Prêmio Libertador al Pensamiento Crítico

Caracas, 25 Jun. - Con sua obra El desafío y la carga del tiempo histórico. El socialismo en el siglo XXI, o húngaro István Mészáros, considerado um dos principais pensadores marxistas da atualidade, resultou na quinta-feira 25 como ganhador do Premio Libertador al Pensamiento Crítico 2008.

István Mészáros, professor emérito da Universidade de Sussex (Inglaterra), pensador radical, discípulo e colaborador do filósofo Georg Lukács, com quem trabalhou na Universidade de Budapest de 1954 até a repressão soviética em 1956. Assim mesmo, Mészáros é profundo conhecedor da longa tradição dos estudos marxistas e autor de obras clássicas como A teoria da alienação e O poder da ideología. Sua obra de maior envergadura e densidade é o estudo Para além do capital, publicado no Brasil no ano 2002.

Com sua obra El desafío y la carga del tiempo histórico. El socialismo en el siglo XXI, o húngaro István Mészáros, considerado um dos principais pensadores marxistas da actualidad, resulou esta quinta-feira como gahnador do Premio Libertador al Pensamiento Crítico 2008.

A decisão foi anunciada no hotel Alba Caracas, pelo júri conformado pelo ganhador da terceira edição, Renán Vega Cantor (Colombia), o economista e investigador Theotonio Dos Santos (Brasil), o sociólogo Bernard Duterme (Bélgica), e os escritores Judith Valencia e Juan Antonio Calzadilla (Venezuela).

A quarta edição deste prêmio, cuja convocação reuniu mais de uma centena de obras concorrentes, entregará ao ganhador 150 mil dólares, um trofeu, um certificado e a publicação de sua obra por parte do Ministerio del Poder Popular para la Cultura del Venezuela.

VLT: alternativa de transporte sobre trilhos para os trabalhadores

por Almir Cezar Filho

Embora não seja o objetivo do blog e não conste como prioridade da linha editorial do blog falemos um pouco sobre transporte urbano. O tema de hoje é o emprego em regiões metropolitanas médias ou em médio deslocamentos do VLT (veículo leve sobre trilhos).

Fui instigado por recentes declarações das autoridades municipais de Niterói que se pronunciaram por recusar qualquer adoção e estudo sobre esse tipo de transporte, por considerá-lo relativamente menos adequado. Contudo, em Niterói, após uma cara consultoria de trânsito e transporte, onde a emprega contratada é a do ex-prefeito de Curitiba, e pai da idéia de Ligeirinho, recomendou-se repetir o mesmo sistema. Contraditoriamente, o prefeito enquanto candidato - tudo bem que repetindo o que dizia outros candidatos -, defendeu a implantação de linhas de VLT na cidade como meio de organizar o transporte urbano.

Mais do que um discussão sobre qual modal de transporte urbano coletivo é o melhor, até porque não estamos fazendo aqui uma elegia do VLT (não represento o lobby desse modal, nem desejo sê-lo), o que se deve fazer é uma discusssão sobre o melhor atendimento de transporte para os trabalhadores do setor e usuários trabalhadores.

VLT
Sacamos vários vídeos sobre esse tipo de transporte. O primeiro é explicando a proposta de normatização de um modelo nacional de VLT pela CBTU. É bom destacar, que o VLT não pode ser confundido com o metrô de superfície (metrô de Belo Horizonte), ou monotrilho (metrô de Seatle, EUA), ou mesmo o bonde (muito embora na Europa tenham substituido muito esse). Na Europa o nome é o mesmo tramway ou light rail.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A arte da edição, apud O Globo

www.luisnassif.com.br - 23/06/2009 - 11:02

Ricardo Gandour, diretor editorial do Estadão, disse que a edição é um dos pressupostos da liberdade da imprensa. E que o Blog da Petrobras feria esse direito da mídia.

Vamos conferir como O Globo edita suas matérias, tomando por base as obras do PAC nas favelas do Rio.

Abaixo, as principais informações contidas na matéria

1. O arquiteto do PAC da Rocinha diz que o projeto do hospital foi reduzido de 6 mil para 3 mil metros quadrados. Não sabe se foi para recuperar o tempo perdido ou por causa das eleições de 2010.

2. Diz que as mudanças no centro esportivo da Rocinha melhoraram em muito o projeto.

3. A matéria menciona projetos no Complexo do Alemão e a “Rambla de Manguinhos”, com pilares suspendendo a linha do trem numa extensão de um quilômetro e, sob os trilhos, sobre um parque de 246 mil metros, inspirado nas Ramblas de Barcelona e no Aterro do Flamengo (cujo projeto urbanístico é de Reidy). - A partir dessa obra, o lugar, associado a coisas ruins, será relacionado a festa, a encontro, a lazer, a comércio, como o Aterro do Flamengo, uma das grandes obras públicas do Rio - afirmou Jauregui.

Qual foi o ângulo privilegiado pela edição de O Globo:

Manchete da primeira página

PAC da Rocinha sofre pressões, diz arquiteto

Responsável pelo projeto do PAC na Rocinha, o arquiteto Luiz Carlos Toledo afirmou que a planta que fez para um hospital da comunidade foi bastante modificada.

Ele disse suspeitar que a alteração tenha ocorrido para permitir que o governo inaugure a obra já em 2010, ano de eleição. Página 12

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Militante da Conlutas lança livo sobre Direito revolucionário

O advogado Aderson Bussinger, Conselheiro da OAB-RJ e militante do PSTU e da Conlutas, é um dos organizadores do livro "Direito de Classe e Revolução Socialista", de autoria do revolucionário Piotr Stutcka.

A obra reúne uma seleção de textos teóricos sobre a concepção marxista do Direito e de como a revolução socialista de 1917 na Rússia tratou a questão do Judiciário no primeiro governo de Lênin e Trotsky.

O lançamento será no próximo dia 26 de junho, no Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (Sind-Justiça).

Em sua terceira edição (a primeira foi em 2001), este é um livro dedicado ao estudo do Direito, conforme bem antecipa o seu título, mas sobre um Direito totalmente diferente dos padrões e conteúdos das disciplinas dos cursos jurídicos de nossa época — um direito que hoje se revela longínquo e que, de maneira ousada, buscou se afirmar quando do início do século XX, na esteira da Revolução de Outubro: o Direito da classe trabalhadora que acabava de tomar o poder.

O autor dos textos nele selecionados, Stutcka, foi um advogado, mas também um advogado totalmente diferente porquanto, antes de tudo, um revolucionário socialista que, ao lado de outros tantos revolucionários (e revolucionárias), dedicou-se a teorizar e aplicar os pressupostos deste novo direito no calor da luta, juntamente com os trabalhadores e trabalhadoras que naquele conturbado momento histórico, após a tomada do poder, tiveram que construir também um novo conceito (e prática) de Justiça: a Justiça de classe.

Buscando dar conta das principais formulações de Stutcka no campo do Direito, a par do seu trabalho e militância enquanto primeiro Comissário do Povo para Justiça da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e, posteriormente, presidente do Supremo Tribunal, é que escolhemos os textos “Tribunal Velho e Tribunal Novo”, de janeiro de 1918; “A Constituição da Guerra Civil”, de setembro de 1918; “Direito Proletário”, de 1919 e, por último, o texto “O problema do Direito de Classe e da Justiça de Classe”, este de 1922. Juntamente com estes trabalhos, cuidamos de anexar o famoso Decreto nº 1 sobre o Tribunal criado pela revolução, em 24 de novembro de 1917, que fornece uma visão de como o então Conselho de Comissários do Povo, dirigido por Lênin e Trotsky, enfrentou desde já os intrincados assuntos judiciários, em meio a tantas tarefas imediatas e à notória falta de quadros para estes assuntos específicos.

Em “Tribunal Velho e Tribunal Novo”, sublinha-se, pelo menos, três formulações importantíssimas para o entendimento sobre o que pensava Stutcka, quais sejam: a) a ideia de que o Poder Judiciário burguês é o que denominou de “o órgão mais consistente do sistema capitalista e dos interesses das classes possuidoras, daí a necessidade da completa abolição do que era considerado o ‘templo do Direito e da Justiça’”; b) Em segundo lugar, a ideia de que a construção de um novo sistema judiciário deveria guiar-se pela premissa fundamental da elegibilidade dos juízes, na forma de um tribunal popular eletivo; c) a recusa do modelo clássico burguês de divisão dos poderes entre Judiciário, Executivo e Legislativo, sendo o novo poder unitário e assentado na classe trabalhadora. Ainda sobre este capítulo, chama-se atenção para questões colocadas como direito material revolucionário, tanto civil como penal; separação de Igreja e Estado; poder de inquérito e fim do monopólio estatal da acusação, sendo atribuída essa função a todo cidadão que é livre para processar; abolição da advocacia enquanto estamento privilegiado da antiga Rússia Czarista.

Em “A Constituição da Guerra Civil”, de forma sintética, acompanha-se o trabalho de elaboração da nova constituição, quando se vivia, no dizer de Stutcka, “o período mais agudo da guerra civil” e, concomitantemente, a jovem república dos operários e camponeses precisava fixar normas fundamentais, de forma escrita, como a “Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado” e uma carta fundamental das liberdades dos Trabalhadores da República Operária e Camponesa. Como escreve Stutcka, em contraposição ao que acusa de hipocrisia burguesa, a constituição da república soviética fala, tão somente, das liberdades da classe trabalhadora (a população trabalhadora das cidades e do campo). Interessante, também, neste texto a abordagem de questões como liberdade de consciência, religião, direito de cidadania e embasamento teórico em Karl Marx.

Sobre o texto Direito Proletário, de 1919, (no qual Stutcka faz questão de ressalvar “não ser possível falar-se em um Direito Proletário, porque o objetivo da própria revolução socialista encerra-se na abolição do Direito, na sua constituição por uma nova ordem socialista”) este trabalho se interliga e dialoga com o texto seguinte, “O problema do Direito de classe e da Justiça de classe”, de 1922. Isto porque, tanto em um como em outro, se desenvolvem as principais análises e conceitos sobre a estrutura da sociedade capitalista e o papel do Direito na velha e nova ordem que se pretende construir, valendo-se Stutcka da máxima de Voltaire: “se boas leis quiserdes ter, queimai as antigas e criai novas”. Destaco, também, as observações sobre direito de família, matrimônio, antes e pós-1917; os conceitos sobre contratação do trabalho, em que este último se transforma em obrigação e dever do Estado, como parte integrante do conceito de Direito Social; o conceito de direito adotado oficialmente nos preceitos fundamentais de Direito Criminal; prescrições específicas relativas às penas e delitos criminais, no âmbito do novo poder operário e, principalmente, o debate sobre o que vem a ser o Direito, em que cita Kant, Jhering (que diz “amaldiçoar” as revoluções) e a “Declaração dos Direitos Humanos” da grande Revolução Francesa, tudo isto permeado por uma cortante e incisiva crítica marxista sobre o que considera as ilusões sobre a Justiça e o Direito, ressaltando o lado ideológico destes. Interessante, igualmente, é o debate sobre o dualismo entre letra do Direito e Direito real, muito presente nas discussões atuais sobre o “Direito Alternativo”, principalmente entre os jovens estudantes de Direito que buscam uma saída em relação ao direito conservador e ‘positivista’ que lhes é ensinado.

Os advogados e militantes que se deram à tarefa de organizar, em trabalho coletivo, esta valiosa seleção de textos, dentre os quais faço questão de destacar o papel de seu tradutor, o Professor Emílio Astuto — hoje residente na Alemanha, onde advoga e leciona Direito —, pretendem, através de mais esta edição, atingir ao menos dois objetivos, além da óbvia contribuição para a história do Direito: a) despertar o pensamento crítico acerca do Direito que nos é imposto pelo regime capitalista, com a falsa idéia de direito “natural”, “apolítico”, “neutro” e positivista; b) demonstrar que, historicamente, já foi possível dar passos adiante na construção do socialismo e de um novo Direito e que estes registros e reflexões são necessários e úteis para todos aqueles que acreditam na retomada dos ideais desta revolução, tal como acreditaram K. Marx, F. Engels, Leon Trotsky, Rosa de Luxemburgo, sobretudo quando, nos dias atuais, o capitalismo mundial adentra em uma de suas maiores crises, provavelmente a maior destas.

Banco Mundial prevê Brasil pior e derruba bolsa

Bird piora projeção para economia brasileira e faz Bolsa despencar 3,66%. Dólar passa de R$ 2

O Banco Mundial (Bird) divulgou ontem relatório em que piora suas projeções para o Brasil: em março, esperava que o país crescesse 0,5% este ano.

Agora, prevê que a economia vai encolher 1,1%. Para o mundo, a estimativa é de retração de 2,9%, enquanto antes esperava recuo de 1,7%. Em um dia de poucos indicadores econômicos como ontem, a notícia caiu como uma bomba no mercado financeiro. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Índice Bovespa (Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas) caiu 3,66%, para 49.494 pontos, perdendo a marca dos 50 mil pontos superada em 18 de maio. O dólar acompanhou o pessimismo e voltou a ser cotado acima de R$ 2, pela primeira vez desde 28 de maio: subiu 2,58%, para R$ 2,025.

Foi a maior queda da Bolsa e a maior alta do dólar desde 2 de março.
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quarta-feira, 24 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

Relato do professor Pablo Ortellado sobre a barbárie ocorrida na USP

Pra quem quiser saber o que está acontecendo na USP:

Urgente e importante: Tropa de Choque na USP

Prezados colegas,

O que os senhores lerão abaixo é um relato em primeira pessoa de um docente que vivenciou os atos de violência que aconteram poucas horas atrás na cidade universitária (e que seguem, no momento em que lhes escrevo – acabo de escutar a explosão de uma bomba). Peço perdão pelo uso desta lista para esse propósito, mas tenho certeza que os senhores perceberão a gravidade do caso.

Hoje, as associações de funcionários, estudantes e professores haviam deliberado por uma manifestação em frente à reitoria. A manifestação, que eu presenciei, foi completamente pacífica. Depois, as organizações de funcionários e estudantes saíram em passeata para o portão 1 para repudiar a presença da polícia do campus. Embora a Adusp não tivesse aderido a essa manifestação, eu, individualmente, a acompanhei para presenciar os fatos que, a essa altura, já se anunciavam. Os estudantes e funcionários chegaram ao portão 1 e ficaram cara a cara com os policiais militares, na altura da avenida Alvarenga. Houve as palavras de ordem usuais dos sindicatos contra a presença da polícia e xingamentos mais ou menos espontâneos por parte dos manifestantes. Estimo cerca de 1200 pessoas nesta manifestação.

Nesta altura, saí da manifestação, porque se iniciava assembléia dos docentes da USP que seria realizada no prédio da História/ Geografia. No decorrer da assembléia, chegaram relatos que a tropa de choque havia agredido os estudantes e funcionários e que se iniciava um tumulto de grandes proporções. A assembléia foi suspensa e saímos para o estacionamento e descemos as escadas que dão para a avenida Luciano Gualberto para ver o que estava acontecendo. Quando chegamos na altura do gramado, havia uma multidão de centenas de pessoas, a maioria estudantes correndo e a tropa de choque avançando e lançando bombas de concusão (falsamente chamadas de “efeito moral” porque soltam estilhaços e machucam bastante) e de gás lacrimogêneo. A multidão subiu correndo até o prédio da História/ Geografia, onde a assembléia havia sido interrompida e começou a chover bombas no estacionamento e entrada do prédio (mais ou menos em frente à lanchonete e entrada das rampas). Sentimos um cheiro forte de gás lacrimogêneo e dezenas
de nossos colegas começaram a passar mal devido aos efeitos do gás – lembro da professora Graziela, do professor Thomás, do professor Alessandro Soares, do professor Cogiolla, do professor Jorge Machado e da professora Lizete todos com os olhos inchados e vermelhos e tontos pelo efeito do gás. A multidão de cerca de 400 ou 500 pessoas ficou acuada neste edifício cercada pela polícia e 4 helicópteros.

O clima era de pânico. Durante cerca de uma hora, pelo menos, se ouviu a explosão de bombas e o cheiro de gás invadia o prédio. Depois de uma tensão que parecia infinita, recebemos notícia que um pequeno grupo havia conseguido conversar com o chefe da tropa e persuadido de recuar. Neste momento, também, os estudantes no meio de um grande tumulto haviam conseguido fazer uma pequena assembléia de umas 200 pessoas (todas as outras dispersas e em pânico) e deliberado descer até o gramado (para fazer uma assembléia mais organizada). Neste momento, recebi notícia que meu colega Thomás Haddad havia descido até a reitoria para pedir bom senso ao chefe da tropa e foi recebido com gás de pimenta e passava muito mal. Ele estava na sede da Adusp se recuperando.

Durante a espera infinita no pátio da História, os relatos de agressões se multiplicavam. Escutei que a diretoria do Sintusp foi presa de maneira completamente arbitrária e vi vários estudantes que haviam sido espancados ou se machucado com as bombas de concusão (inclusive meu colega, professor Jorge Machado). Escutei relato de pelo menos três professores que tentaram mediar o conflito e foram agredidos. Na sede da Adusp, soube, por meio do relato de uma professora da TO que chegou cedo ao hospital que pelo menos dois estudantes e um funcionário haviam sido feridos. Dois colegas subiram lá agora há pouco (por volta das 7 e meia) e tiveram a entrada barrada – os seguranças não deixavam ninguém entrar e nenhum funcionário podia dar qualquer informação. Uma outra delegação de professores foi ao 93o DP para ver quantas pessoas haviam sido presas. A informação incompleta que recebo até agora é que dois funcionários do Sintusp foram presos – mas escutei relatos de primeira pessoa de que haveria mais presos.

A situação, agora, é de aparente tranquilidade. Há uma assembléia de professores que se reuniu novamente na História e estou indo para lá. A situação é gravíssima. Hoje me envergonho da nossa universidade ser dirigida por uma reitora que, alertada dos riscos (eu mesmo a alertei em reunião na última sexta-feira) , autorizou que essa barbárie acontecesse num campus universitário. Estou cercado de colegas que estão chocados com a omissão da reitora. Na minha opinião, se a comunidade acadêmica não se mobilizar diante desses fatos gravíssimos, que atentam contra o diálogo, o bom senso e a liberdade de pensamento e ação, não sei mais.

Por favor, se acharem necessário, reenviem esse relato a quem julgarem que é conveniente.

Cordialmente,

Prof. Dr. Pablo Ortellado

Escola de Artes, Ciências e Humanidades

Universidade de São Paulo

segunda-feira, 22 de junho de 2009

HUMOR: "Manifestoon" - O Manifesto Comunista em animação

Trechos de O Manifesto Comunista com a ajuda das animações ("toon") da Disney, criado pelo cineasta independente Jesse Drew.

domingo, 21 de junho de 2009

EUA: Obama dá superpoderes ao FED mas redundará em nada

Obama dará superpoderes ao FED (Federal Reserve System - banco central dos EUA) para controlar o mercado mas não haverá os efeitos desejados, pois não agirá com dureza sobre aqueles vigiará, e que produzem as crises financeiras, os bancos e fundos. Reproduzimos duas matérias jornalísticas - até que condescendentes - mas que dão uma amostra dessa possibilidades que falamos.


FED GANHA "SUPERPODER" PARA CONTROLAR MERCADO NOS EUA
OBAMA ANUNCIA REFORMA FINANCEIRA ''RADICAL''

O Estado de S. Paulo - 18/06/2009

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou ontem a mais ampla revisão de regras para o mercado financeiro americano desde os anos 1930. No centro do plano está o Federal Reserve (Fed, banco central americano), que terá "superpoderes" para supervisionar as maiores instituições financeiras e intervir caso sejam identificados riscos sistêmicos. E o plano prevê ainda a criação de uma agência para proteger o consumidor de produtos financeiros.
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Furos na regulamentação de Obama
Paulo Rabello de Castro - Jornal do Brasil - 18/06/2009

Com toda a restrição e cuidado que se deve ter em relação a comentar algo cujo texto ainda não foi divulgado, eu teria, à vista do que publicado, uma atitude cautelosa, e até cética, diante desse projeto de regulamentação. O objetivo é defender o investidor de próxima ou possível crise advinda de situações parecidas com as que se configuraram até agora.

Este objetivo não será alcançado por uma razão muito simples: o principal artífice desse processo de instabilidade e crise foi, e ainda está sendo, o próprio governo, pela maneira como ele interage com os agentes responsáveis. O maior defeito dessa interação é passar a mão na cabeça dos principais estruturadores de negócios financeiros, fundos ou bancos, o que significa prover fundos para que essas instituições sobrevivam, mesmo estando quebradas.
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Brasil Império, por Boris Fausto

por Eduardo Almeida

Prezados camaradas,

Apesar da espera daremos prosseguimento as vídeo-aulas deste bom material produzido sobre a História brasileira, a primeira foi sobre Brasil Colônia, esta parte é sobre o período Imperial, ele foi feito a partir do Livro escrito pelo Professor Boris Fausto da Universidade de São Paulo (USP).

O documentáio está separado em quatro partes, postarei a primeira e quem quizer poderá dar sequencia através da rede, a pesquisa de imágem e a iconografia são muito interessantes, e foi produzida pela TV Escola.

Boa aula a todos, pois um pouco mais sobre Brasil faz muito bem,
abraços.


http://www.youtube.com/watch?v=BuSrhijIiO8


Cinema: "Garapa, o filme"

Documentário sobre a questão da fome no Brasil

"Garapa, o filme"

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Dos mesmos criadores de Tropa de Elite

Movimento Estudantil: Em congresso histórico estudantes decidem fundar uma nova entidade

"É preciso lutar e é possível vencer"

Em meio aos enfrentamentos com a tropa de choque reprimindo a greve de estudantes, professores e funcionários da USP, o Congresso Nacional de Estudantes escreveu mais uma página na história do movimento estudantil brasileiro.
Continua aqui

Confiram também as fotos.

sábado, 20 de junho de 2009

MICHAEL MOORE - Adeus, General Motors

Michael Moore - publicado originalmente no Huffington Post

Escrevi isso na manhã do fim da antes poderosa General Motors. Por volta do meio-dia, o presidente dos Estados Unidos tornaria oficial: a GM, tal como a conhecemos, teve perda total.

Enquanto estou aqui sentado no berço da GM, em Flint, Estado de Michigan, estou cercado de amigos e famílias cheios de ansiedade pelo que acontecerá com eles e com sua cidade. Quarenta por cento das casas e negócios da cidade foram abandonados. Imaginem como seria viver numa cidade em que quase metade das casas está vazia. Qual seria seu estado de espírito? É uma triste ironia que a companhia que inventou a "obsolescência planejada" — a decisão de construir carros que se desmantelariam após alguns anos para que o consumidor tivesse de comprar um novo — agora se tornou obsoleta.
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Frase do dia: o Historiador

"... o historiador não é nem um censor nem um juiz, simplesmente trata de devolver um hálito de vida ao passado humano e não de reconstruir mecanismos desumanos. Mutilará a vida todo aquele que, em suas páginas, não deixe arder a paixão, que consumiu outros homens, florescer a esperança ou chorar a decepção, todo aquele que não continue crendo como o velho bolchevique Preobrazhensky, há muito assassinado pelos seus, que pouco importa que pereça o semeador contanto que algum dia a colheita amadureça."

(Pierre Broué in "O Partido Bolchevique")

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Colômbia: 558 sindicalistas assassinados sob governo de Uribe

Comunicado do sindicato espanhol Comisiones Obreras - 558 sindicalistas colombianos foram assassinados sob o governo de Uribe. No que chegamos a 2009, 17 companheiros e companhieras assassinados.

De un total de 2.711 ativistas e dirigentes sindicalistas assassinados durante a última década, 558 sindicalistas foram sob o Governo do Presidente Uribe.

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BRIC deveria ser expandido para incluir a Indonésia

O formato de BRIC - Brasil, Rússia, India e China - deve ser expandido para incluir Indonésia, de acordo com um relatório de Morgan Stanley emitido na segunda-feira.

Morgan Stanley elaborou um relatório nos quatro países antes da primeira cimeira de BRIC, que começou na segunda-feira na cidade russo de Yekaterinburg nos Urais.

A taxa de crescimento econômico na Indonésia, o quarto país mais populoso do mundo, é esperado a acelerar a 7% até 2011, que corresponde aos critérios do formato de BRIC, disse Chetan Ahya, um economista da Morgan Stanley baseado na Singapura, em uma entrevista com Bloomberg.
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Dívida Externa: Equador tem conquistas após auditoria da dívida externa, segundo o Movimento Auditoria Cidadã

Informações e matéria recebida do Movimento Auditoria Cidadã da Dívida:

Amigos da Auditoria Cidadã,

O Equador acaba de divulgar, no último dia 11 de junho, o resultado final da decisão soberana de cancelar grande parte de sua dívida pública representada pelos Bônus Global 2030 e 2012, que correspondiam a cerca de 85% da dívida externa comercial equatoriana, ou seja, a parte da dívida externa com bancos privados internacionais, curiosamente, os mesmos bancos responsáveis pela atual crise financeira mundial.
Nada menos que 91% dos detentores desses bônus acataram prontamente a proposta equatoriana de reconhecer no máximo 30 a 35% de seu valor nominal, tendo em vista as flagrantes ilegalidades e ilegitimidades dessa parte da dívida externa com bancos privados, apontadas no relatório apresentado pela Subcomissão de Dívida Comercial da CAIC - Comissão para a Auditoria Integral da Dívida Pública Equatoriana criada por Decreto Executivo nº 472/2007 – de cujos trabalhos tivemos a honra de participar.
A decisão de redução unilateral de mais de 65% do estoque desta dívida externa comercial - cerca de US$ 2 bilhões – representa um precedente histórico e um grande exemplo para todo o mundo, pois mostra que é possível aos governos enfrentarem a questão da dívida com soberania, especialmente em um momento de crise, quando tais problemas se acentuam. Ademais, é preciso ressaltar que a auditoria realizada no Equador demonstrou inúmeras semelhanças entre o processo de endividamento comercial daquele país e os demais países latino-americanos, o que deveria estimular a todos os países a também realizarem auditorias para investigar seus respectivos processos.
Sem sombra de dúvidas, a decisão equatoriana representa uma grande ameaça ao capital financeiro mundial, por isso não recebeu o devido destaque na grande mídia, especialmente porque foi embasada em relatório técnico de auditoria que demonstrou que o Equador havia sido vítima de um verdadeiro calote por parte dos bancos privados internacionais, pois ao longo dos anos, sequer recebeu o produto dos empréstimos que eram historicamente cobrados por tais bancos.
Alguns meios de comunicação econômicos internacionais noticiaram o resultado da oferta equatoriana de forma distorcida, procurando desqualificar as últimas decisões do governo sobre a dívida comercial, entretanto, tais notícias refletem apenas opiniões de seus autores 1, enquanto que a decisão equatoriana encontra-se devidamente embasada em documentos e provas que sustentam o relatório da auditoria realizada pela CAIC.
A atitude equatoriana fortalece a luta contra o endividamento irresponsável em todo o mundo, e questiona as políticas dos demais países que insistem em continuar pagando uma dívida jamais auditada, como o Brasil, cuja Constituição Federal prevê a realização dessa auditoria e até hoje não foi cumprida.
A decisão adotada pelo Presidente Rafael Correa provou que a auditoria serviu como instrumento hábil para a retomada da soberania frente à dívida, respaldado por documentos e argumentos necessários para inverter a correlação de forças diante dos emprestadores. Em breve saberemos os benefícios gerados ao país, diante da economia equivalente a mais de US$ 7 bilhões até 2030 - referentes a principal e juros que não serão mais pagos - que certamente serão empregados em gastos sociais.
No século passado o Brasil tomou atitude semelhante, quando Getúlio Vargas, em 1931, determinou a realização de uma auditoria da dívida externa brasileira, que provou que somente 40% da dívida estava documentada por contratos, dentre outros aspectos graves, como ausência de contabilização e de controle das remessas ao exterior, o que permitiu, na época, grande redução tanto do estoque como do fluxo de pagamentos, abrindo espaço para a criação de direitos sociais.
É necessário retomar esse processo histórico, à luz do honroso exemplo equatoriano, e cumprir a Constituição Federal vigente em nosso País. Caso o Brasil, hoje, tomasse medida semelhante à equatoriana, reduzindo unilateralmente em 65% sua dívida “interna” que já alcança o patamar de R$ 1,6 TRILHÃO, esta cairia para R$ 560 bilhões, o que geraria ainda um alívio de cerca de R$ 200 bilhões nos pagamentos anuais de juros e amortizações, que poderiam se reverter em atendimento aos direitos humanos de milhões de brasileiros que se encontram sem emprego, sem acesso aos serviços essenciais de saúde, educação, assistência, sem moradia, sem terra, enfim, sem dignidade de vida, enquanto bilhões estão sendo destinados ao pagamento de vultosos juros de uma dívida que sequer se conhece a contrapartida.
Atenciosamente,

Coordenação Auditoria Cidadã da Dívida
Maria Lucia Fattorelli – Membro da Subcomissão de Dívida Comercial da CAIC Equatoriana, nomeada pelo Decreto Executivo no. 472/2007
Rodrigo Ávila – Economista, colaborador convidado da CAIC


__________________________


Correa defende Equador livre da "dívida externa ilegítima"
G1 - 11/06/09 - 22h45
Da EFE

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Afastada provisoriamente a alta de juros nos EUA - isso mostra como as coisas estão ainda muito ruim

Os indicadores econômicos nos EUA que seriam parâmetro para movimentação na taxa de juros apontam para mantê-lo ainda baixo. Isso mostra como a economia dos EUA ainda não se recuperou, pelo contrário, as coisas ainda estão muito ruim, diferentemente de como o governo e economistas propagandeiam. Na verdade, qualquer pressão para uma futura elevação da taxa de juros básicas está relacionada a explosão dos gastos públicos e por recuperação na atividade econômica. Em resumo, o que a matéria não diz, é que, os EUA estão quebrados e endividados. "Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come".

Indicadores afastam alta de juros nos EUA
Por dentro do mercado - Luiz Sérgio Guimarães
Valor Econômico - 17/06/2009


Indicadores de inflação e de produção industrial divulgados ontem nos EUA evidenciaram a precocidade das discussões sobre a necessidade de o Federal Reserve (Fed) ter de elevar o juro básico ainda este ano para ajustar a economia ao período pós-crise, supostamente caracterizado por pressões inflacionárias forjadas pelo excesso de gastos públicos. São essas preocupações de natureza monetária que desencadeiam valorização global do dólar. Estimulado até por dirigentes do Fed - os presidentes de Chicago (Charles L. Evans) e de Dallas (R. Fischer) já alertaram para a necessidade de a autoridade monetária estar pronta para agir contra a alta dos preços -, o debate vem contagiando os mercados, interferindo nos preços de ativos relevantes e influenciando a curva futura dos juros americanos. A probabilidade implícita na curva de juros dos títulos do Tesouro é de alta da taxa básica (a Fed Fund Rate) ainda este ano. A curva embutia ontem possibilidade de quase 19% de alta de 0,50 ponto na reunião do Fomc de dezembro. O risco de alta de 0,75 ponto era calculado em 18,2%.
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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Crise põe o Brasil na locomotiva do mundo

JORNAL DO COMMERCIO

Crise põe o Brasil na locomotiva do mundo

A crise que aflige a maioria dos países deverá aumentar a importância relativa da economia brasileira em relação ao restante do mundo. A razão é aparentemente simples: o Brasil foi uma das últimas nações a entrar tecnicamente em recessão e será quase certamente uma das primeiras a sair dela. A situação cria um cenário diferente do observado nos últimos anos. Desde o início do Plano Real, em 1995, o Brasil apresenta índices de crescimento econômico inferiores à média mundial. Agora, os sinais são de que o País irá para o pelotão da frente. Segundo projeções do World Economic Outlook, documento do Fundo Monetário Internacional (FMI), a média mundial de expansão do PIB este ano ficará em 1,3% negativo. Para o Brasil, segundo as últimas projeções conhecidas (as do boletim semanal Focus, coletado pelo Banco Central), a queda será bem menor, de 0,55%. E já há quem considere essa estimativa pessimista. "Há sinais eloquentes de que o PIB estará em quase 4% (de crescimento) já no fim deste ano", diz o ex-ministro e atual sócio-diretor da Quest Investimentos, Luiz Carlos Mendonça de Barros.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Dividendos já batem a taxa de juros Selic

Uma maneira para ver como é para o capitalismo brasileiro imperativo a redução da taxa de juros básica (Selic) é a queda nos dividendos das ações das empresas de capital aberto (a chamadas S.A.). Também mostra como a presente crise, como qualquer crise capitaliusta, antes de ser uma crise financeira, é uma crise de queda na taxa de lucro, onde os dividendos é um tipo de lucro.

Valor Econômico - 15/06/2009

Os dividendos pagos pelas empresas sempre foram uma forma de quem aplica em bolsa garantir um mínimo de retorno, já que a valorização dos papéis no pregão é algo bastante incerto. Com a queda de um ponto percentual da taxa Selic na semana passada, os dividendos passaram a ter ainda mais destaque. Só com os dividendos, os investidores podem ganhar mais do que se deixassem o dinheiro aplicado na renda fixa. Se um investidor conseguir num fundo de Depósito Interfinanceiro (DI) retorno de 100% da nova taxa de juros, de 9,25% ao ano, algo muito difícil nos fundos de varejo, e ficar mais de dois anos na aplicação, pagando, portanto, 15% de imposto de renda, terá um ganho líquido de 7,86%. Isso sem considerar o pagamento da taxa de administração ou de qualquer outro tipo de tarifa cobrada pelos bancos. Acontece que existem várias empresas que distribuem, sob a forma de dividendos, mais do que esse percentual, valor já livre de imposto. [ clique aqui para ler mais ]

segunda-feira, 15 de junho de 2009

País não completou a industrialização

www.monitormercantil.com.br

BRASIL TEVE DÉFICIT DE US$ 60 BILHÕES EM METAL-MECÂNICA, QUÍMICA E ELETROS

O Brasil não é um país industrializado, apenas detém algumas regiões desenvolvidas, como a Grande São Paulo. A afirmação é do economista Gustavo Santos, do BNDES. Ao lado de outros quatro autores, Santos desenvolveu estudo defendendo uma política industrial para implantar no Nordeste indústrias dos setores eletrônico, metal-mecânico e químico - características de países desenvolvidos. [ clique aqui para ler mais ]

sábado, 13 de junho de 2009

Frase da Semana

O jornal O Estado de São Paulo publicou a tradução do texto "Goodbye, GM" do cineasta Michael Moore.

O cineasta ganhador do Oscar pelo filme "Tiros em Columbine" e da Palma por "Farheinret 11/09" nasceu na cidade de Flint em meio a uma família de operário da GM.

Não por acaso seu primeiro filme foi "Roger e eu", documentário que tem como personagem principal seu amigo de infância, que na vida adulta tornou-se operário da GM e foi demitido na metade dos anos 80 em meio ao processo de reestruturação da montadora. Nessa "reestruturação", realizada em plena Era Reagan, mais da metade dos fábricas (e dos empregos da GM) foram transferidos para o México, transformando Flint em uma cidade decadente, ao pontoonde metade de seus trabalhadores estavam desempregado, e assim terminou transformando-se em 3 anos seguintes na cidade mais violenta dos EUA.

Eis a frase de Michael Moore, observando que o fim da GM foi provocada pela própria GM:

A partir dos anos 80, quando a GM registrou lucros recordes, ela deslocou incontáveis empregos para o México e outros lugares, destruindo assim as vidas de dezenas de milhares de americanos que trabalhavam duro. A flagrante estupidez dessa política foi que, quando eles eliminaram a renda de tantas famílias de classe média, quem vocês acham que seria capaz de comprar seus carros?

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Tropa de Choque transforma USP em praça de guerra

Após repressão, movimento cresce e exige “Fora Suely”


Da redação



PM ataca estudantes com bombas de gás e balas de borracha


• Na tarde desse dia 9 de junho, a PM transformou o campus da USP em São Paulo em uma verdadeira praça de guerra. A repressão ocorreu após uma manifestação de estudantes, funcionários e professores da universidade que reuniu algo em torno de 2 mil pessoas. Os manifestantes protestavam contra a presença da polícia no campus e a intransigência dos reitores das universidades estaduais paulistas.

Ataque injustificado
Segundo estudantes presentes no ato, a Tropa de Choque investiu contra a manifestação após a PM ter provocado alguns manifestantes, sendo repelida aos gritos de “Fora PM”. O ato começou com uma passeata pacífica, que partiu do prédio da reitoria à entrada principal do campus, fechando o portão de acesso por cerca de duas horas. A repressão ocorreu quando o ato já terminava. A tropa então atacou funcionários, professores e estudantes com bombas de gás lacrimogêneo e tiros com balas de borracha.

Foi mais de uma hora de cenas de uma verdadeira guerra em pleno campus. Centenas de estudantes tentaram se refugiar no prédio da FFLCH, sendo perseguidos e isolados pela tropa de choque. "A PM nos acuou para dentro da FFLCH e jogaram bombas de gás dentro do prédio", relata Natalia Conti, estudante da Unicamp presente no ato.

“A PM transformou o campus da USP numa verdadeira praça de guerra, ferindo vários estudantes e funcionários, foi um acontecimento sem precedentes comandado pelo governador José Serra”, afirma o diretor do DCE da USP e militante do PSTU, Gabriel Casoni.

A polícia prendeu dois funcionários e um estudante, entre eles o diretor do Sintusp, o funcionário demitido Claudionor Brandão. O estudante de física da USP e diretor do DCE, Jonas Alves, foi ferido por estilhaços de bomba de gás. “Os estudantes foram acuados até suas salas de aulas O que aconteceu na USP nos remete à ditadura militar, temos agora que ampliar essa greve e o movimento para que isso não fique impune”, afirma Gabriel.

Fora Suely
A repressão surtiu um efeito contrário ao pretendido pelo governo. A paralisação se expandiu para outros campus e unidades das universidades estaduais e, no dia seguinte, os professores se reuniram em assembléia e pediram a renúncia da reitoria da USP, Suely Vilela.

Os funcionários da USP estão em greve há mais de um mês e os docentes pararam no último dia 4, justamente contra a presença da PM no campus. Desde o dia 1º de junho, a PM ocupa o campus para impedir os piquetes. Além da luta contra a precarização do ensino e da política de repressão praticada pelas reitorias, o movimento rechaça o projeto da Univesp, universidade virtual que significa a expansão do ensino à distância em detrimento do aumento dos investimentos ao ensino superior público.

[ 10/6/2009 16:42:00 ] retirado do portal - www.pstu.org.br

50 anos da Revolução Cubana

conferência que vai ocorrer na Universidade Federal de Uberlândia sobre os 50 anos da Revolução Cubana.

Vai ser na próxima Quarta (17/06/2009), às 19 h, no campus Santa Mônica, anfiteatro da biblioteca.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Greve dos servidores do INSS a partir do dia 16

A plenária nacional da FENASPS realizada no dia 07 de junho de 2009, em Brasília, com a participação de 102 delegados e 56 observadores com representação dos estados de SC - DF – MT – AM – BA – RJ – MG – PA – SE – PI – ES – CE – PR – SP – RN – MS – PB – RS – PA aprovou greve por tempo indeterminado no Seguro Social a partir do dia 16/06/08.

A PARTIR DA REALIZAÇÃO DESTA PLENÁRIA FICA APROVADO INICIAR ESTADO DE GREVE NO SEGURO SOCIAL E GREVE POR TEMPO INDETERMINADO A PARTIR DO DIA 16/06.

Eixos Centrais da Greve do INSS:

- Manutenção da jornada de 30 horas de trabalho sem redução de salário!

- Incorporação da GDASS aos salários

- Demais questões que farão parte da pauta de reivindicações da categoria:

- Contratação imediata dos 2.000 servidores concursados e concurso público já!

- Equiparação de salários para as mesmas atribuições;

- Paridade entre ativos e aposentados;

- Reestruturação das Carreiras e incorporação das gratificações;

- Melhores condições de trabalho;

- Contra o assédio moral;

- Isonomia no vale-refeição e no auxilio-creche com as demais carreiras do legislativo e judiciário além de isonomia nos valores pagos devido à insalubridade;

- Retorno imediato dos servidores fixados da PGFN ao INSS, não a fusão das procuradorias nos estados a PGF/AGU;


FONTE: SINSPREV

quarta-feira, 10 de junho de 2009

IPEA lança livro que debate estratégias de desenvolvimento

O livro Sociedade e Economia: estratégias de crescimento e desenvolvimento reúne 23 textos de autores de diversas correntes, com várias visões do desenvolvimento. O trabalho é organizado por João Sicsú e Armando Castelar, ambos professores do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O prefácio é do presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

Armando Castelar, já no primeiro capítulo, questiona se o País precisa de uma estratégia de desenvolvimento. No capítulo seguinte, João Sicsú, diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, põe em debate a construção de uma estratégia de desenvolvimento. O ex-ministro Antonio Delfim Netto, em co-autoria com o economista e professor Akihiro Ikeda, trata do mesmo tema. Já o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso aborda a "economia criativa".

Os capítulos seguintes enfocam não só estratégias de desenvolvimento como também questões relacionadas às finanças públicas, educação, comunicações, demandas da sociedade e dos movimentos sociais. São assinados por autores como Fernando Cardim, Julio Lopez, Amir Khair, Josué Gomes da Silva, Roberto Fendt, Samuel Pessôa, Eli Diniz, Raphael de Almeida Magalhães (ex-ministro da Previdência), Maílson da Nóbrega (ex-ministro da Fazenda), Marcos Dantas, David Kupfer, entre outros.

O livro aborda a questão do desenvolvimento de forma que não se reduza ao "crescimento econômico", mas como um conjunto mais amplo de políticas públicas e estratégias para o desenvolvimento econômico, social e cultural do Brasil. A ideia é o Ipea apresentar enfoques variados, de acordo com "sua velha tradição de debate amplo sobre as questões do desenvolvimento", como assinala a professora e economista Maria da Conceição Tavares em texto da quarta-capa do livro.

O objetivo da obra é analisar temas áridos e complexos em uma linguagem acessível ao grande público. Segundo a publicação, uma estratégia de desenvolvimento bem-sucedida não será obra de gabinete, resultará de debates e sonhos que envolvam atores sociais.


Para acessar o Livro: http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/livros/2009/Livro_SociedadeeEconomia.pdf

terça-feira, 9 de junho de 2009

Plenária da tese "Outros Maios Virão"

Nesta terça-feira (dia 09/06), às 18h ocorrerá a plenária da tese "Outros Maios Virão", uma das teses que irão se apresentar no primeiro Congresso Nacional dos Estudantes.

O Congresso Nacional de Estudantes (CNE) acontecerá nos dias 11 a 14 de junho, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e deve reunir mais de 1.200 estudantes de 20 estados do país.

A plenária irá ocorrer no IFCS-UFRJ (Largo São Francisco, Centro da cidade do Rio).

Para ter acesso a tese visite: http://www.congressodeestudantes.org.br/conteudo/Outros_Maios_Virao.pdf

Para mais informações: http://naovoumeadaptaruff.blogspot.com/2009/06/plenaria-estadual-da-tese-outros-maios.html

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Estudantes de todo o Brasil se reuniram essa semana no Rio

Nos dias 11 a 14 de junho, acontecerá na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o Congresso Nacional de Estudantes (CNE). A expectativa é que o evento reúna mais de 1.200 estudantes de 20 estados do país. Será um momento único para reunir os lutadores que vêm se enfrentando com as políticas neoliberais para a educação nos últimos anos e que protagonizaram, desde a ocupação da reitoria da USP em 2007, a maior onda de mobilizações estudantis da década.

Será também um momento ímpar para o ingresso de novos ativistas no movimento estudantil, possibilitando a troca de experiências. O evento vai ocorrer enquanto o mundo e o país enfrentam uma séria crise econômica. Será o momento de centenas de estudantes debaterem como organizar sua luta contra os efeitos da crise e as políticas neoliberais para a educação.

Mais informações: www.congressodeestudantes.org.br

domingo, 7 de junho de 2009

AMIGOS LANÇAM CENTRO POPULAR PROFESSOR JOÃO BATISTA DE ANDRADE

O professor João Batista de Andrade, falecido há seis meses, será homenageado neste domingo, dia sete, a partir das 11h30, na Praça Getúlio Vargas, em frente à Reitoria da UFF, em Icaraí, Niterói. Na ocasião, um grupo de amigos de JB, como era carinhosamente chamado por alunos e professores, fará o lançamento do Centro Popular Professor João Batista de Andrade (Cepo JB), espaço público, alternativo não partidário, dedicado ao livre pensamento e as novas formas de se fazer cultura e políticas públicas.

Professor de História, JB encantou centenas de jovens com sua lucidez e censo crítico sempre ligado à defesa da justiça social, cidadania, solidariedade e afeto. A idéia de se homenagear JB partiu do grupo formado pelo psiquiatra, Daniel Chutorianscy, coordenador do Propjeto "Arte de Ver Nascer" e apresentador do programa "Pulando a Cerca", da Unitevê (17 Net), pelo veterinário-homeopata, Raymundo Araújo Filho, entre outros. Eles pretendem contribuir para animação cultural, formação política, conquista da cidadania plena, por meio de oficinas vivas, debates, e atividades sociais e políticas, sempre em local público. Os encontros serão realizadas em diversos logradouros do município, com o objetivo de interagir com a população, trocando informações, contribuindo para elevação do nível de consciência e convivência dos participantes, em torno e em prol de legítimos interesses.

A iniciativa, segundo Chutorianscy, é "autônoma, independente e autogestada de forma participativa e sem qualquer vínculo político-institucional, totalmente aberta a todos que queiram contribuir e participar pela melhoria de nossa sociedade". O próximo passo do grupo é a criação de um site para a divulgação das atividades do Cepo JB.

Mais informações pelo tel.: (21) 9996-6514.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Pré-vestibular gratuito abre inscrições

Pré-vestibular gratuito na UFF abre inscrições amanhã dia 05 de maio, sexta-feira. Localizado no campus do Valonguinho (campus próximo do shopping Plaza, o Pré-Vestibular Social Milton Santos abre inscrições para turma do segundo semestre do curso pré-vestibular.

As inscrições serão no prédio de Biologia das 16 às 18h. É necessário para se inscrever levar carteira de identidade, comprovante de renda, comprovante de residência, conta de luz e água, CPF, dois retratos 3X4 e R$10,00 (taxa de inscrição).

"História Oficial" - Cine-clube Casa da América Latina e ABI-RJ

Hoje quinta-feira, 4 de junho, às 19 horas, no 7º andar da ABI, na rua Araújo Porto Alegre 71 será apresentado o único filme produzido na América Latina ganhador de um Oscar, em 1985.

É a História Oficial, do argentino Luis Puenzo, é considerado um dos clássicos da cinematografia mundial. Conta a história de um professora de classe média, não politizada em um primeiro momento, que acaba descobrindo que a criança adotada por ela pode ser filha de presos políticos da época da ditadura militar argentina.
A professora Alicia é uma mãe que adora a filha adotiva Gaby, que chegou a sua casa trazida pelo marido. Alicia reencontra a amiga Ana, uma ex-presa política que retorna do exílio e lhe informa sobre as barbaridades cometidas pelos militares contra os opositores políticos depois do golpe de estado que derrubou a presidente Izabel Perón, em março de 1976.

Alicia acaba concluindo que o marido, Roberto, poderia ter vínculos com a ditadura e que os pais da sua filha adotiva tinnham sido assassinados num dos centros de torturas criados pelos militares. De pesquisa em pesquisa, a professora argentina toma contato com as Mães da Praça de Maio e encontra a avó biológica de Gaby.
A História Oficial é um drama de 113 minutos tendo no elenco, entre outros, Norma Aleandro, no papel de Alicia, Héctor Alterio, Roberto Analia Castro, Gaby e Chuchuna Villafañe, a ex-presa política Ana.

Mais informações: Casa da América Latina

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Autonomia do BC e crise econômica

por Almir Cezar Filho

A lista de bobagem que saí da boca do presidente do Banco Central do Brasil, o ex-banqueiro do Banco de Boston, é enorme. O pior é que o governo Lula está amarrado a esta figura sinistra. Vivemos uma gangorra no câmbio que leva a especulação e prejuízos às exportações. Aí ele vai a mídia e diz que aumento dos impostos aos "investidores externos" ou controle dos fluxos seria uma bobagem.

No último comunicado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), reunião dos diretores do BC, presidido pelo presidente da instituição, afirmou que uma redução maior da taxa básica de juros não seria boa pois havia indefinição na economia. Não importa o que o povo na rua diga, ou sinta no bolso.

Há uma autonomia total e plena por parte da diretoria do BC. O Banco Central brasileiro tem não apenas autonomia operacional, mas também autonomia política, embora ainda não goze de autonomia formal. É ele que define seus fins. Tomou essa configuração através do decreto de Fernando Henrique que instituiu o modelo de metas. É ele que propõe ao Conselho Monetário a meta de inflação.

Acontece que o Conselho Monetário é o próprio presidente do Banco Central, mais os ministros da Fazenda e do Planejamento. Obviamente, este últimos fazem o que o BC propõe. Além do mais, segundo o decreto de Fernando Henrique, o único fim do Banco Central é controlar a inflação.

Para isso, pode derrubar a economia à vontade. O que temos é um "bolsa banqueiro", versão para os endinheirados do bolsa-família. Sendo o órgão distribuidor o BC. Não importa se para isso empregos se percam, dívida pública exploda e os devedor torna-se inadimplente.

terça-feira, 2 de junho de 2009

ONU: apenas 2% da população tem metade da riqueza mundial

Apenas dois por cento dos adultos de todo o mundo possuem mais de metade da riqueza global disponível, ao mesmo tempo que metade da humanidade é detentora de apenas um por cento deste patrimônio, revela um estudo das Nações Unidas divulgado em Helsinque.

Este trabalho pioneiro confirma a crescente concentração de riqueza e mostra que as "desigualdades de patrimônio são hoje muito maiores do que as desigualdades de rendimentos" , afirmou Anthony Shorrocks, director do Instituto Mundial para a Investigação e Desenvolvimento Econômico da Universidade das Nações Unidas (ONU-WIDER), sediado em Helsinque, capital da Finlândia.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

General Motors pedirá concordata hoje. Trabalhadores ficarão com o "mico"

por Almir Cezar Filho

A GM maior empresa do mundo, outrora símbolo do capitalismo estadunidense e mundial, pedirá concordata hoje e será dividida em duas, sendo uma delas estatizada e a outra vendida em pedaços. Mas para isso os credores (bancos e grandes empresas) aceitaram converter suas dívidas em ações, mas o maior prejuízo não será deles. Os contribuintes e trabalhadores da GM ficarão com os prejuízos do "resgate" da empresa. Tudo com o aval dos sindicatos e governos.

Ontem (31 de maio) foi anunciado que segunda-feira (hoje) o presidente da montadora General Motor, Fritz Henderson, dará uma entrevista coletiva em Nova York. Nela, deverá anunciar a concordata da GM e protocolar um pedido no Tribunal de Falências de Nova York hoje, às 9 horas (de Brasília), e nomear Al Koch, 67 anos, como o executivo que conduzirá o processo de reestruturação da companhia, afirmou o Wall Street Journal, citando fontes familiarizadas com a questão.

Koch, um dos diretores da consultoria AlixPartners e especialista em reestruturar empresas, supervisionará a divisão da montadora em duas partes - a "Nova GM", controlada majoritariamente pelo governo, e uma outra companhia que será liquidada. Segundo as fontes, ele será subordinado ao executivo-chefe da GM, Frederick "Fritz" Henderson, mas também deve responder diretamente ao conselho de diretores da companhia. No caso de uma "Nova GM" ser criada após o pedido de concordata, Koch comandará uma equipe encarregada de vender ativos da "Velha GM" - incluindo as marcas Saturn, Hummer, Saab e Pontiac.

Isso tudo foi possível porque um grupo de credores com direito a pouco mais de 50% da dívida de US$ 27 bilhões contraída pela General Motors (GM), a maior montadora dos Estados Unidos, aceitou trocar o dinheiro devido pela montadora por uma participação de até 25% no novo negócio que surgirá após a reestruturação da companhia.

Desde dezembro, a General Motors está funcionando graças aos US$ 19,4 bilhões que o governo dos Estados Unidos emprestou à empresa. Além disso, o fabricante diz que precisará de mais US$ 7,6 bilhões a partir de 1º de junho para manter a produção em suas unidades. No processo de reestruturação, a empresa já anunciou o fechamento de fábricas, demissão de funcionários, venda de marcas e acordos para reorganizar seus mercados.

Coube ao Departamento do Tesouro estadunidense o patrocínio do acordo, que será o principal detentor da futura companhia. Mas ainda deverá determinar se o número de credores, que concordou com a troca, foi suficiente. E também, a GM deu um grande passo na última sexta-feira (29) quando o sindicato dos metalúrgico da indústria automobilistica, o United Auto Workers, aceitou a proposta de "redução de custos" (eufemismo para redução de salários, demissões e cortes de direitos, etc).

Além disso, o governo da Alemanha fechou acordo e a fabricante canadense de autopeças Magna vai assumir o controle da Opel, parte alemã da GM. Frank Stronach, presidente da Magna, afirmou a seguinte peróla que deve nortear a "estratégia de negócio" da nova empresa para os EUA e Canadá - "Se não mudarmos nossa forma de pensar, a América do Norte não tem nenhuma chance de continuar na indústria do automóvel (...) as montadoras podem ser competitivas se conseguirem acabar com as relações de conflito entre empregados e diretores".

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