sábado, 2 de maio de 2009

Problemas com o Comperj

por Almir Cezar Filho

O esperado e comemorado Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro - Comperj  tem tido dificuldade de sair do papel, pelo menos antes de janeiro de 2010. Promessa de desenvolvimento e empregos para a região metropolitana do RJ e de aproveitamento do complicado petróleo de óleo pesado típico dos campos brasileiros, o Comperj pode estar, em razão da crise financeira mundial, de ter seu início de operação adiado.


O Comperj será construído numa área de 45 milhões de m2 localizada no município de Itaboraí, região metropolitana do RJ.

A produção de resinas termoplásticas e combustíveis realizadas pelo Comperj consolidará o Rio de Janeiro como grande concentrador de oportunidades de negócios no setor petroquímico e petrolífero (somados ao polo offshore Macaé, aos polos navais de Niterói e Angra dos Reis e à refinaria e o polo Gás-químico de Duque de Caxias).



Também o Comperj estimulará a instalação de indústrias de bens de consumo que têm nos produtos petroquímicos suas matérias-primas básicas e irá gerar cerca de 212 mil empregos diretos, indiretos e efeito renda, em âmbito nacional.


Com início de operação previsto para 2012, o Comperj tem como principal objetivo aumentar a produção nacional de produtos petroquímicos, com o processamento de cerca de 150 mil barris/dia de óleo pesado totalmente nacional.

Neste momento um distrito inteiro do município desapareceu sob as escavadeiras das empresas de terraplanagem e aguardando o começo da montagem das plantas da refinaria e dos parques petroquímicos.

A Petrobras está com vários problemas para fechar a engenharia societária do negócio. Os investimentos planejados superam os US$8 bilhões. Os grupos privados procurados pela estatal têm protelados qualquer decisão. Os dois maiores grupos petroquímicos do país, a fluminense Quattor e a bahiana Braskem, não dizem sim nem não. A desculpa mais empregada no momento é que não conhecem toda a modelagem do projeto.

A grande questão é como os sócios da estatal precisarão levantar uma montanha de dinheiro no mercado financeiro se o cenário internacional ainda incerto e o crédito anda escasso. Diante disso, a previsão de início da operação em 2012 pode furar.

Além de que, não apenas o plano de negócio da Petrobras pode estar comprometido, como também os investimentos feitos pelas prefeituras de Itaboraí e vizinhas e as micro e pequenas empresas da região, como por sua vez, o abastecimento previsto do país de insumos de resinas plásticas e termoplásticas, essenciais a indústria nacional.

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