quinta-feira, 5 de março de 2009

Se os juros baixarem para 7% cofres públicos ganham R$43 bi

Uma mostra que a política de taxa de juros altas praticadas pelo Governo Lula é insustentável, ainda mais em um período de crise econômica mundial, é o estudo apresentado por um órgão do próprio governo, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que sugere que se a taxa caísse dos atuais 12,75% para 7% ao ano os cofres públicos teriam um acréscimo de até R$43 bilhões, que poderia ser usado pelo Governo para o país sair da crise , ou mesmo no PAC, na Saúde ou Educação, .

Lula, baixe juro para 7% e ganhe R$ 43 bilhões
http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=58389
Jornal Monitor Mercantil 04/03/2009 - 21:03

Para Ipea, redução já da Selic permite elevar gastos públicos para sair da crise

A redução imediata da taxa básica de juros (Selic) dos atuais 12,75% ao ano para 7% ao ano traria uma economia de até R$ 43 bilhões para os cofres públicos em 2009. O cálculo é estudo de João Sicsú, diretor de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no qual demostra ser possível enfrentar a crise mantendo ou ampliando os gastos do governo, sem desorganizar as finanças públicas.

Ele calcula ainda que uma redução de um ponto percentual a cada reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) pouparia ao erário uma despesa de R$ 30,018 bilhões.

Sicsú destacou que a grande importância neste momento da redução dos juros é o ganho fiscal, pois é esperada uma queda na arrecadação em 2009 e cortar investimentos e gastos sociais pode agravar a situação:

"Na crise, o que faz a economia crescer é demanda, compras governamentais. Tanto faz para o empresário a redução de um, dois ou três pontos de juros, porque as expectativas não são boas", analisa, comentando que 7% ainda é uma taxa "demasiadamente alta" para tempos de crise.

Carlos Thadeu de Freitas, consultor econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que já foi diretor do Banco Central (BC), também defende que a taxa básica (Selic) sofra cortes, mas de maneira gradual:

"O BC não pode pensar apenas na conseqüência fiscal dos juros. É importante, mas não é só isso, pois não adianta baixar juros agora para subir depois por causa de uma alta do dólar. O atual contexto é de muita volatilidade", avalia.

Ele defende cortes entre 1 e 1,5 ponto percentual a cada reunião do Copom, podendo chegar a 2 pontos se a atividade econômica cair muito no segundo trimestre.

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Comentário:

Ontem saiu nos jornais justamente matérias onde fontes internas comentam que o Governo Lula estuda sigilosamente proposta de redução do superávit primário (receita maior que a despesa pública) de 3,8% ao ano para 2,8%, diante do temor que com a crise houvesse uma retração da arrecadação tributária ou dificuldade de manter o patamar de recursos para a manutenção do PAC.

O superávit primário público foi criado no governo FHC como mecanismo para tranquilizar o mercado financeiro para sinalizá-lo que haveria recursos no tesouro para honrar os títulos públicos. O governo Lula não continuou com tal infame política.

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