quinta-feira, 19 de março de 2009

Redução do Superávit Primário

Redução do ajuste compensa queda da arrecadação

Jornal Monitor Mercantil, 17/03/2009 - 21:03
http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=58964

Superávit primário de apenas 1,5% do PIB estabiliza dívida em 1,6% do PIB - A possível redução da arrecadação pública, motivada pela crise, pode ser totalmente compensada com a redução do superávit primário (economia para pagar juros). De acordo com o economista Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a mudança viabilizaria a adoção de políticas anticíclicas:

"Com um superávit primário de 2,2% do PIB, em 2009, e 1,5%, em 2010, o resultado nominal (inclui a despesa com juros) ficaria estabilizado no déficit de 1,6% do PIB, é o melhor resultado da série histórica. Já a relação dívida sobre PIB melhoraria de 35,8% do PIB, ao final de 2008, para 35,3%, ao final de 2009, e 34,4%, no final de 2010", contabiliza.

Considerando as projeções do Boletim Focus para a taxa básica de juros (Selic), de 9,75%, ao final de 2009, e 8,75%, ao final de 2010, Khair calcula que as despesas com juros passariam de 5,7% do PIB, em 2008, para 3,8%, em 2009, e 3,1%, em 2010.

A avaliação do economista coincidiu com a divulgação pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de pesquisa alertando que a crise já afetar os estados brasileiros.

Na comparação entre fevereiro de 2008 e o mesmo mês de 2009, as informações indicam queda real de 18% na arrecadação do fundo de participação nos estados

Os efeitos da crise sobre o ICMS começaram a partir de outubro de 2008. Apesar disso, a devolução anual foi de 17,21%. "Mas tal desempenho não deve ser esperado para 2009", previne o Ipea.

"Outro canal de transmissão dos efeitos da crise para as finanças públicas dos estados é a evolução recente dos índices de preço, sobretudo o IGP-DI, que saltou de 7,89% em 2007 para 9,1% em 2008", acrescenta o Instituto.

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