quarta-feira, 11 de março de 2009

A recessão tem nome: Meirelles

Monitor Mercantil, 10/03/2009 - 21:03 Página 3
http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=58658

POLÍTICA DINOSSAURO DO BC, DE JUROS ALTOS E CORTE DE GASTO PÚBLICOS, DERRUBA PIB EM 3,6% - Pela reação da maioria das entidades empresariais, a causa da queda de 3,6% do produto interno bruto (PIB) no quatro trimestre de 2008 sobre trimestre anterior, bem acima dos 2,5% esperados pelo mercado financeiro, tem nome e sobre nome: Henrique Meirelles, presidente do Banco Central (BC).

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e a Federação de Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomercio-RJ), por exemplo, pedem a redução imediata da taxa básica de juros (Selic), "para salvar o PIB deste ano", evitando que tenha desempenho negativo.

No último trimestre de 2008, o investimento desabou 9,8% e o país poderá entrar em recessão já no primeiro trimestre de 2009.

Apesar de, na comparação com o mesmo período de 2007, PIB ter registrado expansão de 1,3%, o economista Leonardo Carvalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ressalta que o desempenho do final do ano passado tirou dois pontos percentuais do resultado de 2008. Com isso, o Brasil fechou o ano passado crescendo apenas 5,1%.

"A queda mais importante aconteceu no consumo das famílias, que representa cerca de 60% da economia, por causa da expectativa negativa em relação ao emprego. Para crescer zero este ano, nos próximos trimestres o PIB precisa de uma elevação mínima de 0,6 ponto percentual. Em 2009, o PIB já sai com 1,5% negativo", calcula, chamando a atenção, também, para a inversão ocorrida no investimento, acrescentando que não descarta uma recessão já no segundo trimestre.

Apesar da alta de 5,4% sobre o mesmo período de 2007, o consumo das famílias recuou 2% no quarto trimestre de 2008, na comparação com o terceiro.

Já a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicado do nível de investimento do país - teve, no quarto trimestre, a maior queda da série histórica, perdendo 9,8%, após um forte crescimento de 8,4% no trimestre anterior.

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