terça-feira, 17 de março de 2009

A emergência da elevação do gasto público contra crise

Até Bush elevou mais os gastos que Lula

Jornal Monitor Mercantil, 16/03/2009 - 21:03
http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=58901

Segundo o economista Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, para enfrentar a crise, o governo Bush, no apagar das luzes, elevou em 40 vezes mais o gasto público em relação ao produto interno bruto (PIB) do que o governo Lula, a despeito da retórica deste a favor do aumento da participação do Estado na economia.

"Bush aumentou em 20% o gasto, enquanto o consumo do governo brasileiro no último trimestre de 2008 subiu apenas 0,5%", compara o economista, que não diferencia gasto público corrente de investimento público: "Ambos têm impacto na demanda agregada", salienta.

Para Gonçalves, Lula "perde tempo" ao pedir que o colega norte-americano, Barak Obama, regularize o crédito e abdique do protecionismo: "Todo mundo está atrás de crédito. O Brasil precisa de crédito para funcionar (mal). Se Lula fizesse curso de introdução à economia não diria nada. Está muito mal assessorado", critica, acrescentando que retomar a Rodada de Doha, como defende o presidente brasileiro, é impossível: "Os EUA precisam se proteger para colocar economia de volta nos trilhos", frisa.

Para o economista, a conduta do governo em relação à crise é "lamentável" Daí, achar difícil que a economia se recupere até o segundo trimestre: "No primeiro trimestre, as coisas já não vão bem. Nada sugere desempenho melhor. O que existe é uma fortíssima desaceleração."

E destaca que, se confirmadas as previsões para o PIB em 2009, de 1% a 1,5%, os empregos gerados serão insuficientes até para absorver os jovens que ingressarão no mercado de trabalho.

Para o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-RJ), Paulo Passarinho, o segundo semestre dependerá dos juros e do gasto público: "Temos déficit nominal de 1,5% do PIB e baixar juros compensaria, com sobras, a perda de arrecadação prevista, de R$ 25 bilhões."


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Comentário:

A intervenção de verdade do governo Lula sobre a crise teria que ser demitindo Henrique Meirelles e equipe do Banco Central e por fim ao superávit primário de 3,8%.

Com as mudanças teríamos além de mais recursos disponíveis também teríamos uma taxa de juros decente (que inclusive permitíria uma economia de recursos públicos, à medida que diminuí a dívida pública)que poderiam ser canalizados para o PAC e outros projetos de obras públicas, para desoneração fiscal dos setores atingidos com a crise, para empréstimos e crédito pelo BNDES e bancos oficiais e para o seguro-desemprego e bolsa-família.

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