sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A reindustrialização de Niterói

por Almir Cezar Filho

A Economia Regional e Urbana brasileira, o ramo da Economia que trata dos fenômenos econômicos regionais e da urbanidade, vem falando recentemente muito em "desindustrialização" e de "economias de aglomeração" e desaglomeração, enfocando especialmente as regiões metropolitanas brasileiras, particularmente as de São Paulo e Rio de Janeiro.

Por um lado, sempre ilustra o dinamismo da vasta região brasileira em torno da RMSP- a Região Metropolitana de São Paulo (embora com perda no centro desta megarregião, as cidades que compõe a grande São Paulo) e uma longa trajetória de tendência de perda do dinamismo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro - RMRJ. Embora ambas passem por uma trajetória de menor participação do setor industrial em suas economias, o que ficou sendo chamada de "desindustrialização".

Por outro lado, a Economia Regional e Urbana apresenta que essa desindustrialização traz consigo a conversão das regiões outroras centrais no parque industrial brasileiro a possibilidade de torna-se grandes áreas de serviço. Situação, bem destacada pelos economistas, que não vem sendo bem aproveitadas pela maioria das grandes cidades brasileiras.

Apresento, contudo, um caso que nega tal dinâmica, embora contraditariamente, onde após ter concluído seu ciclo de conversão para uma "cidade de serviços", a cidade sofre tendência a uma “re-industrilização relativa”, a cidade de Niterói. A “re-industrialização” da região se dá em base a seu outrora principal setor, a indústria naval. Essa tem como causa a produção naval (e offshore) de petróleo, em decorrência do “boom” da exploração do petróleo na costa do estado do Rio de Janeiro.


Se analisarmos a história local, mais os indicadores, conseguimos traçar as tendências e os limites desse processo de desenvolvimento regional, justamente que se manifesta numa região que havia passado por um processo de ajustamento após desindustrialização, e como isso se combina nessa re-industrialização.

O que vemos é um enfrentamento entre as duas vertentes do desenvolvimento da cidade. Um projeto de incrementar a tendência à cidade de "serviços", que agrada aos empresários de serviços e comércio, e por extensão, os setores imobiliário e de construção civil, favorecimentos inclusive pela migração da classe média da cidade do Rio de Janeiro para Niterói atraídas pela qualidade de vida e serviços. E um projeto industrializante, baseado nos estaleiros, e que resolve atrair um parque tecnológico de alta sofisticação.

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