domingo, 18 de janeiro de 2009

Flexibilização de direitos não diminui o desemprego

Flexilizar direitos trabalhistas não resolvem o desemprego

Contrariando a expectativa da maioria do empresariado nacional, qualquer economista sério avaliaria que na crise econômica internacional não é o pior momento para discutir uma mudanças das leis trabalhistas. A história recente mostrou que não é flexibilizando a legislação trabalhista que se conseguiu resolver os problemas do mercado de trabalho, vide o exemplo sucessivo da Europa nos anos de 1990. Esses problemas, principalmente o nível de emprego, dependem muito mais da dinâmica da economia do que da legislação trabalhista em si. Contudo, é justamente são em situações de dificuldade econômica que aumenta a pressão do empresariado e do sindicatos "pelegos" pelo relaxamento dos direitos dos trabalhadores.

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A solução: cortar o salário dos executivos

A minha sugestão é começar os cortes pelos salários dos executivos e diretores das empresas. O presidente da Vale, o mesmo que começou com a choradeira de propor mudanças leis trabalhistas, mesmo que "temporárias", preside a empresa que mais demitiu recentemente, mas que, por outro lado, gastou em 2008, cerca de US$24,2 milhões com os diretores, US$800mil com os conselheiros de administração e US$230.400 ao conselho fiscal. O que deu uma média de R$5,375 milhões anuais por diretor (R$448mil por mês), sendo apenas 8 diretores executivos.
Fica a pergunta quantos trabalhadores poderiam ter sido contratados a mais? Quantos trabalhadores poderiam ter sido mantidos na empresa com uma redução nos salários dos executivos?
O pior, eles serão punidos pelos prejuízos que causaram a empresa no últimos meses, por suas decisões erradas, ao invés dos trabalhadores com seus empregos?

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Além disso redução de salário reduz o consumo

A redução de direitos e salários dos empregados é ruim para as empresas a medida que reduz poder de compra dos trabalhadores, que também por sua vez, além de mão-de-obra são consumidores. Na economia como um todo temos portanto um processo de redução da massa de consumo, com a respectiva redução das vendas e desaceleração consequentemente da economia.
Pode até resultar em redução dos custos das empresas, em um momento em que as receitas diminuem, mas resultam em efeitos piores do que os benefícios iniciais. Foi essa razão, que impeliu que durante a Grande Depressão dos EUA, nos anos 1930, Henry Ford, da Ford automovéis, resolveu não apenas não demitir ou reduzir salários de seus funcionários mas aumentar seus salários. Até porque, durante uma recessão, ocorre a deflação (queda nos preços) dos produtos, como as matérias-primas usadas na produção, então a redução de custos se dá por aí, e não em cima da mão-de-obra. Ford dizia, que a meta era que seus funcionários pudesse comprar seus carros.
Era também, o momento para investimentos, aproveitando a redução dos custos, para ampliar a produção futura justamente no momento da retomada do crescimento econômico.

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