terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Vale quer que Lula reduza direitos trabalhistas

por Almir Cezar Filho

O presidente da Vale, Roger Agnelli, quer que o governo adote “medidas de exceção” para enfrentar a crise. Ele sugeriu a Lula que promova a flexibilização dos direitos trabalhistas para “ganhar tempo até que a situação melhore”, segundo disse o próprio Agnelli em entrevista ao O Estado de SP. O jornal classifica o empresário como “interlocutor privilegiado” do presidente.

O curioso é que os executivos das grandes empresas do porte, do tipo da Vale, choram agora pedindo privilégios ao Estado para se auto-sustentarem diante da crise enquanto à anos atrás pediam não interferência sobre seus negócios.

A poucos dias o presidente da Ford, implorava ao governos dos EUA, ajuda econômica para vencer os desafios da crise. Durante anos ganharam mais de 50 milhões por ano e não deram nenhum retorno a sociedade e aos seus trabalhadores. Porque não cortar dos seus próprios salários? Por que nos anos de bonanças não diminuiram seus lucros?
Essa situação prova que a burguesia e seus gerentes apenas sabem administrar a economia em época de abundância e bonança, à primeira crise querem transferir as despesas e os prejuízos aos trabalhadores da festança que fizeram na época de grandes lucros. O curioso é que a VALE lucrou apenas no primeiro ano após a privatização o valor pelo que foi vendida na privataria de FHC.

Não recentemente a revista Veja (baluarte do neoliberalismo neofascista brasileiro) mostrava com muito orgulho os aumentos astronômicos de faturamento dessa empresa, exaltando sempre a decisão certo de FHC em privatiza-la e inclusíve fazendo comparações com empresas públicas que não haviam sido privatizadas e que não conseguiam faturar tanto, ou seja, mandar tanto dinheiro para fora do país. Agora para que onde foi todo aquele dinheiro?.

Agora pedem redução de direitos trabalhistas. Direitos esses, que apenas parte da população tem acertos, se não bastasse a outra parte viver no mundo da informalidade, provocada pelo desemprego provocado pelos anos reengenharias das grandes empresas. Agnelli poderia dar o exemplo, “flexibilizando” seus próprios direitos trabalhistas, ou mesmo seu salário. Ou, melhor suprimindo seus privilégios corporativos referente ao seu cargo na empresa.

O pior é que Lula de certa forma foi eleito pela burguesia brasileira para flexibilizar os direito dos trabalhadores. A corja da burocracia sindical cutista e da Força vai apoiar e aplaudir. Acredito que os trabalhadores não irão aceitar.

O que Lula deveria fazer é - se a Vale precisa tanto de ajuda - que volte a ser pública e que os futuros lucros sejam transferidos ao povo brasileiro, e que isso aconteça com todas as estatais. E a cada empresa que receber ajuda haja controle dos trabalhadores na produção e no lucro e garantia e estabilidade de emprego aos funcionários.

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