terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Indústria cresce 0,8% em outubro sobre um ano antes e fica abaixo do esperado

Folha de S. P. (veja íntegra da matéria http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/12/02/ult4294u1960.jhtm)

A produção industrial brasileira cresceu 0,8% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)(veja gráfico ao final do texto).É a menor taxa desde dezembro de 2003, quando a expansão havia sido de 0,3%. Na comparação com setembro, a atividade caiu 1,7%.
Os números estão aquém do esperado por economistas, segundo pesquisa feita pela agência Reuters de informações. Analistas ouvidos pela empresa previam expansão de 2,7% em relação a outubro do ano passado e queda de 0,3% em comparação com setembro.
De setembro para outubro, a queda foi liderada pelo setor de bens de consumo duráveis, que registrou uma retração de 4,7%. Este era um dos segmentos que mais vinham crescendo ao longo de 2008. Mesmo com a queda em outubro, a alta acumulada no ano é de 10,5%.


Ao meu ver, a retração é causada pela escassez de crédito realizada pelo banco. O setor de bens de consumo duráveis é o que mais sofre à medida que suas vendas dependem de crédito ao consumidor e de muito capital de giro às empresas. Esse vem sendo um dos três mecanismo de contágio da crise mundial à economia brasileira.

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Parte da culpa é da política monetária. Empresas vão mal, mas os bancos vão mal.

O Banco Central não faz nada, a não ser dar mais dinheiro aos bancos, enquanto que eles ficam "empoçando" recursos. Colocam esse dinheiro nos títulos da dívida pública brasileira, com a maior taxa de juros do mundo. Os lucros dos bancos estão garantidos, enquanto que as atividades produtivas ficam desprotegidas e sem crédito e giro.

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A outra parte da culpa pela desaceleração está com as empresas multinacionais

O dois outros meios de contágio da crise estão sendo (ii) a queda dos lucros das matrizes das multinacionais e (iii) queda nas exportações e captações de recursos para investimentos diretos.

O segundo mecanismo, o da queda dos lucros das matrizes das multinacionais também é bem visível nas empresas de bens de consumo durável, não por acaso setor dominado pela multinacionais. Com a crise nas economias que sediam as matrizes das empresas, EUA, UE e Japão, as filiais brasileiras foram obrigadas a cortar investimentos, aumentar a remessa de lucros (ver a Contas Externas brasileiras, que comprovam minha idéia) e enxugar despesas por aqui.
As demissões e as férias coletivas feitas por várias fábricas estão subordinadas a essa lógica de contenção e reestruturação preventiva nas plantas e processos.
Há um desespero dos executivos em aumentar a margem de lucro do negócio no Brasil para ver se salvam a matriz, que está em grande prejuízo ou descapitalizada com a crise.
Por sua vez, a expansão da atividade industrial está vinculada as exportações e novos investimentos que foram paralisados com a crise lá fora.

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