quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A crise chega ao Brasil apesar do pacote americano

por Almir Cezar

Fim do dia: dólar superou a barreira dos R$2,00. Bolsa caiu 6% apesar da aprovação pelo Senado americano do pacote de socorro aos bancos.

O mercado financeiro balançou sim, com resultado de outros dados assustadores da economia americana - queda vertiginosa no índice de emprego e da produção industrial. Os mais velhos já falam que "não podemos viver outra Depressão".
Há sinais que levam os analistas dizer que não há mais dúvida se os EUA entraram sim ou não em recessão, essa parece inevitável. Os EUA já estão em recessão. O pior é que há sinais que a recessão será longa e difícil superação. Surge dúvidas que implica dizer que pode estar entrando em uma minidepressão nos EUA, com uma recessão mundial, especialmente na UE, no Japão e tigres asiáticos.

No Brasil já há certeza de desaceleração econômica para ano que vem, de mais de 5% ao ano, para algo em torno de 4%. As dúvidas se já nesse ano verá o impacto da desaceleração. Crédito internacional reduzido para as empresas, alteração nas estratégias de negócio, especialmente ligadas a aexportação, e redução dos investimentos das multinacionais (é preciso salvar a matriz). A alta do dólar deve ajudar nas contas externas, mas veio acompanhado da retração da demanda exterior.
Por outro lado, o mercado interno aquecido - investimento público em alta, investimento privado estimulado e consumo em alta devido ao crédito e carteira assinada - ajuda a evitar maior desacelaração de nossa economia, contribuída pelo queda da inflação produzida pela esvaziamento do boom das commodities.
Isso não depende da vontade de Lula e sua trupe na política econômica.

Mas os dólares andam saindo. Empresas multinacionais mandam dinheiro para salvar suas matrizes e diminuem investimento por precaução ou falta de crédito lá fora. E os fundos de investimentos e bancos saiem da bolsa brasileira e recorrem ao velho dólar. Mais gente procurando dólar, o dólar sobe. Prova que parte do boom da bolsa era isso boom. Exagero, fuga da crise hipotecária nos EUA. E agora os especuladores e executivos têm muito medo para ficar na bolsa.

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