quarta-feira, 24 de setembro de 2008

As características da Crise atual

Por Almir Cezar Filho

O mundo enfrenta simultaneamente crises de três tipos:


a) uma crise financeira global,

b) uma crise energética global,

c) uma crise alimentar global


E as negociações de comércio internacional, que poderiam dar uma margem de manobra, mais uma vez fracassaram.

Dessa vez a crise começou pelo centro do sistema mundial, os EUA. As crises que vivemos desde a Queda do Muro de Berlim e o triunfo do Neoliberalismo - México 1995, Asiática 1997, Rússia 1998, Brasil 1999 (quebra do Plano Real), Argentina 2001/2002 - foram em países emergentes, países periféricos do sistema, excetando a bolha do Nasdaq e o "11 de setembro" que se passou nos EUA mas que foi rapidamente absorvido. Por ser no centro obviamente é global.

A crise é forte mas não é um "novo 29". O Capitalismo mudou de lá pra cá. O problema não é esse é que a cada crise ele muda. O perigoso é pra onde vai mudar.

A hegemonia dos EUA e de seus parceiros UE, Japão (o G7 em geral), meio balançada não é automaticamente substituída pelo novo papel de outros países como os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), e outros como Coréia do Sul, México e África do Sul. Essa crise de hegemonia é a causadora da crise, e a própria ascensão dessas economias é causadora da fragilidade da hegemonia do G7.

Veremos, talvez, uma época tumultuada, mesmo com o fim da crise, ou uma crise profunda e prolongada, mesmo que, o mais provável, não muito grave, ao menos nos BRICs. Não veremos um novo "29" mas veremos um "2008".

Depois gostaria de falar sobre cada um dos três aspectos dessa atual crise, o fato de ser simultaneamente financeira, energética e alimentar, e também comercial.

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